Pelo que se vê no Bulhão e na Ribeira os mercados de hoje já não são o que eram.
Dantes compravam-se couves, batatas e peixe da nossa terra. Agora é tudo importado a juros altíssimos. Dizem os que mandam não produzir o leite, as couves e os cereais, que não se podem enfrentar os mercados, que há que calar (e não comer) porque os mercados de quem somos clientes têm razão e, se não queremos que eles nos vendam ao preço que querem, temos de nos abster de recorrer aos seus serviços. Ao mesmo tempo defendem que não se produzam alfaces e nabos em solo português porque os mercados pagam essa não-produção para nos venderem, ao juro que quiserem, aquilo que nos pagaram para não produzir.
Parece confuso? Não, é só a economia, estúpidos! A economia dos (destes) economistas, está bem de se ver.
Com tudo isto deixou de haver a relação personalizada que os clientes estabeleciam com as peixeiras. Dantes discutia-se o preço e a qualidade. Agora, em tempo de selvajaria, é o que se vê e, se em tempos recuados o cliente tinha sempre razão (o que não era verdade), no presente momento nem sequer deve apresentar reclamação, até porque o chamado mercado livre é mesmo um mercado de oligopólio.
LNT
[0.433/2010]
Dantes compravam-se couves, batatas e peixe da nossa terra. Agora é tudo importado a juros altíssimos. Dizem os que mandam não produzir o leite, as couves e os cereais, que não se podem enfrentar os mercados, que há que calar (e não comer) porque os mercados de quem somos clientes têm razão e, se não queremos que eles nos vendam ao preço que querem, temos de nos abster de recorrer aos seus serviços. Ao mesmo tempo defendem que não se produzam alfaces e nabos em solo português porque os mercados pagam essa não-produção para nos venderem, ao juro que quiserem, aquilo que nos pagaram para não produzir.
Parece confuso? Não, é só a economia, estúpidos! A economia dos (destes) economistas, está bem de se ver.
Com tudo isto deixou de haver a relação personalizada que os clientes estabeleciam com as peixeiras. Dantes discutia-se o preço e a qualidade. Agora, em tempo de selvajaria, é o que se vê e, se em tempos recuados o cliente tinha sempre razão (o que não era verdade), no presente momento nem sequer deve apresentar reclamação, até porque o chamado mercado livre é mesmo um mercado de oligopólio.
LNT
[0.433/2010]