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sábado, 1 de outubro de 2016

Quarteirões pobres mas orgulhosamente honrados

Prédios degradados Lisboa

Quem é de Lisboa sabe que a Baixa esteve décadas em acentuado processo de desertificação e que os proprietários dos prédios alfacinhas do centro se viram obrigados a deixar os imóveis ao abandono por impossibilidade financeira de lhes fazerem obras de manutenção.

Conheço bem quem tenha despachado, por tuta e meia, prédios na zona do Cais do Sodré dado não ter forma de satisfazer sentenças de obras coercivas impostas pela CML apesar de serem os senhorios que já substituíam o Estado no apoio social que prestavam aos seus inquilinos com rendas miseráveis, insuficientes para pagar ligeiros rebocos ou reparações nas canalizações.

Pasmo agora ao ouvir e a ler de quem se desabituou a ver vida no centro da cidade, principalmente à noite dada a ausência de residentes, críticas fortes contra o “turismo” que invadiu Lisboa e sobre os alugueres locais de casas recuperadas, “hostels” e outras formas de recuperar, rentabilizar e reanimar o centro até aqui entaipado e/ou em ruínas.

Dizem que a cidade se desvirtuou, se descaracterizou, mas prefiro aquilo que agora vejo à miséria e abandono em que a Capital tinha mergulhado.

Não nos conseguimos livrar do chavão salazarista dos “pobrezinhos mas honrados”, coisa que sempre foi dito por quem tinha a barriga cheia e que nunca se apoquentou com a desgraça alheia.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.050/2016]