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terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Emigrar para o céu

MorteO melhor de todos os Ministros veio anunciar que os locais onde se morre mais são nas urgências e nos cuidados intensivos.

Nada de especial, a não ser que as passagens se dêem por falta de assistência, o que parece ser um facto a apurar dado que se os cuidados intensivos são um bom sítio (um sítio natural – senão não teriam esse nome) para se passar ao estado gasoso, mas a espera nas urgências não é.

Coisas simples explicadas com a naturalidade de quem encara a morte como o início de uma nova vida, neste caso sem as virgens de outras fés, mas com o pleno gozo de quem vai curtir com gente já experiente e sem dor.

Tudo normal, ou quase, depois se de verificar se as mortes nas urgências são culpa ou não das famílias que levam os seus doentes para morrer nos hospitais – já não nos bastava sermos culpados da crise, agora também somos os culpados das mortes.

Lá está. Passem a levar os vossos doentes em bom estado para as urgências e verão como o índice de passagem ao céu diminui.
LNT
[0.037/2015]

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

SNS – serviço nacional de seguros

TACCom o Serviço Nacional de Saúde a caminho de se tornar no Serviço de Saúde aos Indigentes diz-nos Passos Coelho que:
"o Governo está absolutamente confortado com a proposta feita pelo ministro da Saúde".

A palavra conforto é usada amiúde pelos nossos governantes, seja para mandar os deolindos fazerem a trouxa e zarpar, seja para transformar uma consulta hospitalar pública em algo tão ou mais caro do que uma privada. O conforto advém da ideia de que o SNS deixe de fazer sentido para quem pode pagar um seguro de saúde.

Passos Coelho e Paulo Portas dirigem um executivo confortável que se deixa confortar com propostas de um dos seus ministros. É como se o Conselho de Ministros não fosse um colectivo mas sim uma troika de negócios que recorre a consultores externos, a quem chama ministros.

Falta agora sair legislação na "óptica do pagador não-consumidor" que interdite o SNS a cidadãos com rendimentos superiores ao salário mínimo nacional.

Até lá adivinha-se que, nos hospitais particulares, as listas de espera cheguem à saturação para os utentes-segurados.

Chegaremos ao ponto de conforto total quando a saúde mínima for exclusiva da caridade, a saúde média for exclusiva dos seguros e a saúde máxima for exclusiva dos ricos, sendo que os utentes da saúde mínima nada contribuem, os utentes da saúde média contribuem a dobrar (impostos+seguros) e os utentes da saúde máxima contribuem somente para o seu bem-estar.
LNT
[0.590/2011]

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A pílula é de esquerda?

PreservativoSe pensavam que a direita no poder era uma continuação da esquerda democrática já podem começar a reformular esse conceito.

A ideia de estarmos agarrados ao acordo da Trindade serve para disfarçar as diferenças, mas é preciso olhar com atenção. A esquerda democrática no poder proporcionou que, entre outras coisas maiores, a educação sexual, o planeamento familiar e a interrupção voluntária da gravidez fossem direitos assegurados. Para que esses direitos não fossem só de alguns, criou mecanismos de os exercer independentemente da condição social e económica dos cidadãos.

A direita sempre se opôs a estas coisas beatamente apelidadas de "pouca-vergonha" ou em alternativa de "crise dos padrões morais e dos bons costumes" e à conta das troikisses (ao menos podiam assumir com frontalidade as suas opções) vai fazendo o seu caminho de destruição.

Enquanto o Ministro da Saúde não ganha coragem para mandar celebrar Missas de Acções de Graças para os utentes e funcionários do Serviço Nacional de Saúde, como em tempos fez com os do Fisco, faz valer de forma sub-reptícia a imposição das normas de conduta que reconduzam os desencaminhados ao trilho da sua moral.

Começou pela pílula. A seguir veremos mais. "Camisinhas" e outros nojos pecaminosos estarão na mira. A retirada dos serviços de saúde em relação à IVG não deve esperar pela demora.

A Natália Correia é que os topava à distância.
LNT
[0.357/2011]