Já referi inúmeras vezes que pouco me preocupa se os membros dos gabinetes são brancos ou pretos e ainda menos me preocupa se os governantes andam de patins, de triciclo ou de trotineta.
Existe Lei em Portugal e só me preocupa que a Lei não seja cumprida. Os gabinetes também estão controlados pela Lei e é por isso que posso espingardar quando vejo um chefe de gabinete a ganhar como um nababo, como acontece no gabinete Alvarinho.
De resto, incluindo a questão das habilitações que tanto encanitam os complexados, entendo que é determinante que uma assessoria técnica seja feita por gente com curriculum comprovado e que o facto de se implicar por não ser só com "gente habilitada" faz parte do provincianismo quadrado que continua a preferir um doutor a um sábio, ou um ignorante habilitado a um técnico reconhecido pelo mérito.
Com as viaturas a coisa não é muito diferente. Também aqui há regulamentação e percebo que um Ministro não possa andar de Vespa. Já me repugna que um chefe de gabinete, um assessor, um adjunto ou uma secretária utilizem viatura do Estado para uso pessoal.
Mas há uma coisa que me irrita, a sério, em tudo isto. Parece que o Ministro Mota Soares largou a lambreta para passar às mordomias dos topos de gama. Pareceu-me normal, não gastaria uma letra para aqui escrever sobre o assunto embora me parecesse que ele poderia ter sido mais modesto, em conformidade com aquilo que apregoa.
Acontece que o Ministro veio a público informar que, embora seja o estreante do bólide, não tem qualquer culpa do luxo a que se dá, uma vez que o carro já estava encomendado por Zorrinho (que há meses deixou o cargo sem nunca o ter chegado a ver). Vai sendo um hábito desta gente rir à gargalhada, gozar os proveitos e nunca assumir, com coragem e frontalidade, os seus próprios actos.
À pala da Troika impingem tudo o que sempre quiseram fazer servindo-se da muleta para esconder os seus verdadeiros intentos. Agora passamos a ter um Ministro vítima (coitadinho) do luxo.
Este Governo consegue anular contratos de TGV, de auto-estradas, de aeroportos, cortar salários aos cidadãos e não consegue anular um contrato de uma viatura de luxo para uso próprio?
E se fossem gozar com o Camões, já que não lhe conseguiram também anular o feriado...
LNT
[0.548/2011]
Existe Lei em Portugal e só me preocupa que a Lei não seja cumprida. Os gabinetes também estão controlados pela Lei e é por isso que posso espingardar quando vejo um chefe de gabinete a ganhar como um nababo, como acontece no gabinete Alvarinho.
De resto, incluindo a questão das habilitações que tanto encanitam os complexados, entendo que é determinante que uma assessoria técnica seja feita por gente com curriculum comprovado e que o facto de se implicar por não ser só com "gente habilitada" faz parte do provincianismo quadrado que continua a preferir um doutor a um sábio, ou um ignorante habilitado a um técnico reconhecido pelo mérito.
Com as viaturas a coisa não é muito diferente. Também aqui há regulamentação e percebo que um Ministro não possa andar de Vespa. Já me repugna que um chefe de gabinete, um assessor, um adjunto ou uma secretária utilizem viatura do Estado para uso pessoal.
Mas há uma coisa que me irrita, a sério, em tudo isto. Parece que o Ministro Mota Soares largou a lambreta para passar às mordomias dos topos de gama. Pareceu-me normal, não gastaria uma letra para aqui escrever sobre o assunto embora me parecesse que ele poderia ter sido mais modesto, em conformidade com aquilo que apregoa.
Acontece que o Ministro veio a público informar que, embora seja o estreante do bólide, não tem qualquer culpa do luxo a que se dá, uma vez que o carro já estava encomendado por Zorrinho (que há meses deixou o cargo sem nunca o ter chegado a ver). Vai sendo um hábito desta gente rir à gargalhada, gozar os proveitos e nunca assumir, com coragem e frontalidade, os seus próprios actos.
À pala da Troika impingem tudo o que sempre quiseram fazer servindo-se da muleta para esconder os seus verdadeiros intentos. Agora passamos a ter um Ministro vítima (coitadinho) do luxo.
Este Governo consegue anular contratos de TGV, de auto-estradas, de aeroportos, cortar salários aos cidadãos e não consegue anular um contrato de uma viatura de luxo para uso próprio?
E se fossem gozar com o Camões, já que não lhe conseguiram também anular o feriado...
LNT
[0.548/2011]