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segunda-feira, 29 de junho de 2009

Rasgar, repudiar e romper

Cartaz PSDSó foi necessário que os eleitores tivessem penalizado o Governo para que Manuela Ferreira Leite, igualmente em forte penalização (ao nível da que aconteceu com Santana Lopes), começasse a relembrar aos portugueses o seu estilo arrogante e autoritário. Bastou-lhe o cheiro do poder para perder a compostura de humildade ensaiada desde a sua chegada à fraca liderança do PSD para que ódios antigos, contas por ajustar e ressabiamentos diversos começassem a dar sinal de si. É bom que assim seja porque será este caminho que vai avivar a memória para a sua desastrosa passagem pela Educação, Congresso PSLcom os resultados conhecidos, e para o seu mandato interrompido nas Finanças onde primou pela venda de tudo que havia para vender, incluindo os incobráveis do fisco que ainda hoje estamos a pagar a alto custo, o achincalhamento, a desvalorização e o congelamento do sector público e a execução da famosa política da tanga que levou o seu mentor a abandonar o lugar de eleição em troca de boxers mais confortáveis, enquanto ela varria para baixo do tapete a mentira do deficit resolvido que acabou por ser desmascarada por Bruxelas.

Manuela prepara-se agora para rasgar, repudiar e romper mais quatro anos de vida dos portugueses, anunciando a política da terra queimada e o retorno à tanga interrompida, enquanto se desfaz em mel com aqueles a quem acusou de tudo e a quem recusou solidariedade, companheirismo e apoio num momento em que o cherne já se servia nos banquetes da infâmia do Iraque ao compasso dos primeiros acordes de cavaquinho na rambóia dos cartazes impossíveis.

O cheiro a bafio começa a evadir-se dos armários trancados há anos. Já se vêem em muitas varandas as colchas traçadas a arejar, enquanto que a corte empoa cabeleiras e prepara o beija-mão para a festa da reentre. Pode ser que se enganem e que em vez do tango da tanga se abra o baile com uma valsa.
LNT
[0.486/2009]

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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Política Fantasmagórica [ II ]

Mancha NegraQual será a diferença entre alguém se candidatar a lugares sucessivos julgando-se com esse direito por não ter sido eleito para os lugares anteriores e a de alguém anunciar logo à partida que se irá candidatar a dois lugares, indicando qual a sua preferência no caso dos eleitores entenderem que é igualmente elegível em qualquer um deles?

Direi que a diferença reside na honestidade do candidato que informa logo na primeira candidatura o que pretende fazer e assim alerta sobre as suas intenções.

Há quem julgue que é mais lícito apresentar-se a votos quem não disser à partida quais as suas intenções. Para esses o eleitorado terá a resposta que entender, tal como tem para os outros a quem já atribuiu mandato na escolha anterior. Parece-me claro que quem decide é sempre o eleitorado e mandam as regras da democracia que se respeite o seu voto. O que me não parece claro é que quem se candidata a um cargo e para ele é eleito, não cumpra o seu mandato para ocupar um outro lugar para que não foi eleito.

domingo, 21 de junho de 2009

Política Fantasmagórica [ I ]

Mancha NegraPor princípio, quem se candidata a eleições e é eleito deve cumprir o seu mandato. É a democracia em execução e este deve ser o respeito a ter pelos eleitores que começam a estar fartos de dar a sua confiança a quem, de imediato, abusa dela.

A única excepção admissível a esta regra é a que decorre do Governo emanar da Assembleia da República e, como tal, alguns dos deputados eleitos poderem sair para constituírem esse mesmo Governo.

Se o caso das candidatas ao PE já não merecia aprovação por se saber serem candidatas às Câmaras Municipais de Sintra e do Porto e que, a vencerem as eleições autárquicas, renunciariam ao lugar de deputadas europeias, o de Paulo Rangel que usou o argumento das candidaturas fantasma como uma das pedras base da sua campanha e agora anuncia estar disponível para abandonar o cargo em troca de um lugar no Governo, é escandaloso pela falta de honestidade que revela. Nada que se não esperasse, até porque se um destes dias vier a haver alterações na direcção do PSD, certamente teremos também Rangel a fazer a agulha.

Quando se anunciarem as listas para deputados à Assembleia da República veremos quantos fantasmas haverá nesta pouca-vergonha em que se tornou a utilização da política para satisfação de interesses pessoais. Nessa altura veremos quantas múltiplas candidaturas se fizerem nas listas das europeias, legislativas e autárquicas e teremos oportunidade de observar que não será um exclusivo dos “grandes Partidos”. E o argumento de que só se candidatam a cargos diferentes porque não foram eleitos para cargos anteriores não servirá de razão porque fica à mostra que a disputa é para conseguir um qualquer tacho.

Restará, nessa altura, a dignidade mínima de Ana Gomes e Elisa Ferreira que apesar de terem cometido o "pecado" tiveram a frontalidade de informar, à partida, os eleitores das suas intenções.
LNT
[0.477/2009]