segunda-feira, 28 de junho de 2010
Abertura das Comemorações (CCTM)
Depois de Catarina Vaz Pinto, vereadora da CML ter dado as boas-vindas na sua qualidade de anfitriã, Luís Novaes Tito fez a abertura solene da Semana das CCTM com uma breve intervenção especialmente dirigida a agradecimentos para todos os que ajudaram a concretizar estas comemorações. Mais abaixo fica o texto proferido.
Teresa Loureiro, representante da editora, referiu o agrado de ter sido seleccionada a Guerra e Paz para editar a fotobiografia e, num curto apontamento, apresentou a obra produzida.
Seguiram-se os oradores convidados tendo Pedro Coelho, fundador do Partido Socialista, centrado a sua alocução nas experiências vividas com Tito de Morais, tanto na oposição ao regime ditatorial no exílio, como depois da liberdade em Portugal. Um apontamento de grande relevância para a compreensão do "Homem e do Político" Tito de Morais.
Já Fernando Rosas preferiu a abordagem histórica de todo o percurso até ao 25 de Abril. Deu uma brilhante lição da recente História de Portugal que manteve a audiência interessada ao ponto de durante todo o período em que expôs "não se ouvir uma mosca na sala".
A sessão terminou com o emocionado depoimento de Teresa Tito de Morais Mendes, direccionado às dificuldades e alegrias de uma família que passou grande parte da sua vida separada em função da intolerância de um regime marcado pela brutalidade e pela prepotência e que acabou por ver esse regime suplantado pela democracia ambicionada por Tito de Morais.
Com a lição dada e com a exposição das vivências, aprendeu-se mais naquela sala do Palácio Galveias do que em muitos compêndios da História Portuguesa do século XX.
Declaro aberta a semana das Comemorações Nacionais do Centenário do Nascimento de Manuel Tito de Morais.
Senhora Embaixadora da República Democrática e Popular da Argélia, Fatiha Selmane
Senhores Membros da Mesa
Senhora Presidente da Comissão Executiva Dr.ª Carolina Tito de Morais
Minhas Senhoras e meus Senhores
Do que pode falar o Coordenador da Comissão Executiva das Comemorações do Centenário de Tito de Morais no dia em que se começam a realizar todas as acções que foram idealizadas e programadas ao longo de um ano?
Possivelmente de muito, maçando uma audiência que aguarda com o maior interesse o que têm a dizer a representante da Editora Guerra e Paz, Teresa Loureiro, a representante da família, Teresa Tito de Morais Mendes e especialmente os nossos brilhantes oradores convidados, Pedro Coelho e Fernando Rosas.
Mas prefiro não o fazer e deixar só o meu agradecimento a todos os ilustres membros da Comissão de Honra, com especial ênfase para o Senhor Presidente da República que anuiu em presidi-la, aos Senhores Presidente da Assembleia da República e Primeiro-Ministro, aos Senhores Representantes do Poder Judicial, ao Senhor Presidente da Região Autónoma dos Açores, aos Senhores Presidentes de Câmaras Municipais, ao Presidente do Partido Socialista Nacional e aos Presidentes dos PS Regionais que, ao integrá-la, transformaram esta iniciativa cívica de um grupo de familiares e amigos de Tito de Morais, num acto de reconhecimento nacional de uma das mais íntegras personalidades portuguesas do Século XX.
Prefiro agradecer a Abdelaziz Bouteflika, a Felipe Gonzalez e a Pierre Schori por terem internacionalizado este reconhecimento.
Prefiro agradecer ao Dr. Jaime Gama a homenagem que amanhã vai fazer na Casa da Democracia a um dos seus pares que o antecedeu, e que por ela tanto fez.
Prefiro agradecer à vereadora da Câmara Municipal de Lisboa, Dr.ª Catarina Vaz Pinto, a cedência do Palácio Galveias para se realizar esta sessão inaugural e ao Dr. António Costa a homenagem que o povo de Lisboa vai fazer depois de amanhã com a perpetuação em bronze da memória de um dos seus mais ilustres munícipes.
Prefiro agradecer ao Dr. Mário Soares e ao Dr. António Reis as sessões evocativas e históricas que vão promover nos dias seguintes, na Fundação Mário Soares e no Grande Oriente Lusitano.
Prefiro agradecer ao Partido Socialista nas pessoas do seu presidente, Dr. Almeida Santos, e na do seu Secretário-Geral, Eng. José Sócrates, a recepção para encerramento desta semana de comemorações e todo o apoio logístico e técnico que foi prestado à Comissão Executiva.
Prefiro agradecer ao escultor Francisco Simões a sua arte, a Teresa Loureiro e à sua equipa a edição da fotobiografia, a Mário Soares o prefácio que a enriqueceu, a Pedro Clérigo, a Anabela Almeida e à equipa da Panavídeo a produção do magnífico documentário “Antes Quebrar que Torcer”, a Jorge Wemans e à equipa da RTP2 que patrocinaram esse registo histórico, a Teresa Fonseca, Rui Pereira Costa e à equipa da Assembleia da República que produziu a brochura biográfica e preparou a sessão e a exposição, a Pedro Coelho e à equipa dos CTT que produziram o inteiro-postal, a Jorge Seguro Sanches e à equipa do Acção Socialista que divulgaram os nossos trabalhos, a José Augusto de Carvalho, a Francisco Sandoval e à equipa que com eles e com o José Neves e a Maria José Gama concretizaram o Número Especial Comemorativo do Portugal Socialista de que Tito de Morais foi fundador, a todos os autores que se disponibilizaram a prestar os seus depoimentos, a André Figueiredo e às equipas de apoio e gráficas do Partido Socialista, em especial ao Guilherme de Azevedo, ao Miguel Andrade e à Paula Perna que connosco colaboraram.
Prefiro agradecer os patrocínios da Martins Lemos, e da Triunfadora na construção do catálogo-programa e, ao Partido Socialista por ter adquirido o número de exemplares suficiente da fotobiografia que permitiram a sua edição.
Prefiro agradecer a todos os militantes do Partido Socialista as inúmeras manifestações de regozijo e respeito que têm promovido em memória de um dos três primeiros fundadores do Partido Socialista, através das sessões especiais e da aprovação dos votos de homenagem que, do norte ao sul do País, e no estrangeiro, têm obtido unanimidade e, a maior parte das vezes, aclamação.
Prefiro agradecer à nossa querida presidente Carolina o arranque da iniciativa e através dela a todos os membros da Comissão Executiva, o trabalho, a determinação e o esforço voluntário que proporcionaram levar a bom porto estas comemorações.
Finalmente prefiro agradecer ao Almirante Tito Augusto de Morais e a Carolina Loureiro de Macedo de Morais o acto de amor que foi ter dado a esta Nação um filho da têmpera de Manuel Alfredo Tito de Morais que hoje evocamos no seu centésimo aniversário.
O Tito sabe que o seu exemplo é a nossa lição de futuro e nós sabemos que nos compete passar os princípios por ele legados às gerações vindouras.
A todos, muito obrigado.
Luís Novaes Tito
2010.06.28
Abertura das Comemorações do Centenário de Tito de Morais
Abertura das Comemorações do Centenário de Tito de Morais
Hoje, dia 28 de Junho de 2010, 19:30 horas
Palácio Galveias, Campo Pequeno, Lisboa.
Mesa
Oradores convidados: Fernando Rosas e Pedro Coelho
Representante da família: Teresa Tito de Morais Mendes
Representante da Editora Guerra e Paz: Maria Teresa Loureiro
Coordenador da Comissão Executiva: Luís Novaes Tito
Vereadora da CML: Catarina Vaz Pinto
Apresentação da fotobiografia e do Calendário Geral das Comemorações do Centenário
Nota: Tito de Morais faria 100 anos no dia 28 de Junho
Blog da Comissão Executiva das CCTM
LNT
[0.213/2010]
sábado, 26 de junho de 2010
Antes quebrar que torcer [ II ]
Documentário sobre a vida de Tito de Morais a passar na RTP2, hoje, dia 26 de Junho de 2010, às 21:00 horas.
Pode igualmente ver o vídeo oficial da promoção e o teaser banda sonora no site da Panavídeo.
Sinopse Documentário
Manuel Tito de Morais – Antes Quebrar que Torcer
Exílio. Prisão. Perseguição. Clandestinidade. Tortura. Conspiração. Luta. Privação. Sacrifício. Conquista. Construção. Renúncia. Convicção. Manuel Tito de Morais – 1910-1999
Irene Flunser Pimentel, Mário Soares, António Guterres, Almeida Santos, Jaime Gama, Manuel Alegre, António Capucho, Carlos Brito, Adriano Moreira, Pedro Pezarat Correia, Adelino Tito de Morais, António Reis, Carolina Tito de Morais, Luís Novaes Tito, Luisa Tito de Morais, M. Conceição Tito de Morais Pires, Pedro Tito de Morais e Teresa Tito de Morais Mendes, testemunham sobre Manuel Tito de Morais e sobre uma época de quase meio século de ditadura e a sua transição para a Democracia. “Antes Quebrar que Torcer”, um documentário biográfico sobre o político Manuel Tito de Morais.
Manuel Tito de Morais deu os primeiros passos no rescaldo da implantação da República em 1910, um momento histórico para o qual o seu pai muito contribuiu, ao bombardear o Palácio das Necessidades e provocar a fuga da família real. E a verdade é que os valores que nortearam a implantação da República – liberdade, igualdade, fraternidade – serviram de inspiração à longa vida de Tito de Morais.
Desde muito jovem que se manifestou contra a ditadura, sendo desde logo uma voz dissonante e contra a corrente. Por isso foi perseguido, preso, torturado. Teve dois casamentos e oito filhos e a sua família sofreu também o preço dos seus ideais. Viveu em Angola, onde conheceu o lado mais violento do regime. Seguiram-se os exílios no Brasil, em Argel e em Itália. Foi alvo de uma tentativa de emboscada que lhe poderia ter custado a vida. Liderou importantes movimentos de oposição ao regime a partir do exterior. E sem nunca desistir, conseguiu impor a sua visão: criar um Partido Socialista. “Ele já era do Partido Socialista antes do Partido Socialista o ser”, diz Manuel Alegre.
A liberdade por que tanto lutou chegou finalmente quando tinha 64 anos. Regressou do exílio no célebre “comboio da liberdade” com os seus companheiros de luta Mário Soares e Ramos da Costa. Quando parecia que já não havia mais nada para fazer, arregaçou as mangas e dedicou-se à organização do Partido na legalidade. Vieram as conquistas da democracia e da liberdade mas também as divergências. Foi Secretário de Estado e Presidente da Assembleia da República mas nunca se deixou corromper pelo deslumbre do poder. Renunciou a deputado quando a orientação do Partido não era que ele defendia e manifestou-se contra as coligações no governo. “Sem ele, a história recente da Democracia não teria sido a mesma” diz António Guterres. Intransigente e teimoso, diz quem o conheceu que Manuel Tito de Morais era de antes quebrar que torcer.
Duração: 58’
Realização – Pedro Clérigo
Jornalista/Guião – Anabela Almeida
Dir. Fotografia/ Imagem – Jorge Afonso
Banda Sonora Original– António José de Almeida
Pós-Produção Áudio – Samuel Rebelo Pós-Produção
HD - Pedro Clérigo
Coordenação Geral Panavideo – Telma Teixeira da Silva
Produção - Panavídeo
LNT
[0.211/2010]
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Já fui feliz aqui [ DCCLIII ]
Fotobiografia de Tito de Morais - Bertrand Chiado - Lisboa - Portugal
LNT
[0.210/2010]
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Sala cheia
O lançamento da fotobiografia de Manuel Tito de Morais realizado hoje, dia 24 de Junho de 2010, na Bertrand Chiado, foi o primeiro momento público que antecedeu as Comemorações do Centenário de Tito de Morais a iniciar na próxima segunda-feira, dia 28 de Junho.
Com mais de uma centena de presenças, Teresa Loureiro, Nuno Tito de Morais Ramos de Almeida e Guilherme d’Oliveira Martins, desenvolveram abordagens da obra e da personalidade biografada nas perspectivas editorial da fotobiografia, histórico-familiar e de análise do percurso percorrido por Tito de Morais desde a resistência à ditadura até ao desempenho, por sufrágio democrático, da posição de segunda figura do Estado.
Luísa Tito de Morais, coordenadora do Grupo de Trabalho da Comissão Executiva para a Fotobiografia, foi merecedora de uma salva de palmas de toda a assistência em reconhecimento pelo registo que, com toda a sua equipa – Maria José Gama, Álvaro Sales Lopes, Jaime Mendes e Luís Novaes Tito –, deixou para as gerações vindouras.
O segundo e último momento público anterior às comemorações será a passagem na RTP2, no próximo sábado, dia 26 de Junho, às 21:00 horas, de um documentário sobre a vida de Manuel Tito de Morais. Uma produção da Panavídeo.
LNT
[0.209/2010]
Referências
Agradecimento especial ao sempre atento Leonel Vicente – Memória Virtual
Também publicado no Blog da Comissão Executiva das Comemorações do Centenário de Tito de Morais (CCTM)
Fotobiografia de Tito de Morais
Editada pela Guerra e Paz, a fotobiografia com prefácio da autoria de Mário Soares, resultou da pesquisa e texto de Luísa Tito de Morais, Maria José Gama, Álvaro Sales Lopes, Jaime Mendes e Luís Novaes Tito.
Fontes:
Espólio de Manuel Alfredo Tito de Morais; Entrevista a Manuel Tito de Morais, por Maria José Gama, Acção Socialista, 1991; A Vontade Política Inquebrantável de Tito de Morais, artigo de José Neves, 2010; SALAZAR, Biografia da Ditadura, por Pedro Ramos de Almeida, editorial Avante, 1999; Cem Anos de Esperança, por Isabel Soares, Edições Portugal Socialista, Setembro de 1979; Comissão Nacional das Eleições (CNE); Diário da Assembleia da República; Vencer a Crise Preparar o Futuro – Um ano de Governo Constitucional, Secretaria de Estado da Comunicação Social; Publicação "Algumas Reflexões sobre os Problemas da Assembleia da República", Manuel Tito de Morais, Gabinete PAR, 28 de Setembro de 1984.
Manuel Tito de Morais
FOTOBIOGRAFIA
Livro cartonado no formato 20x26 cm, com capa directa a 4/0 cores plastificada a mate. Miolo em Papel Couchê Volume 150gr a 4/4 cores. Guerra e Paz Editores.
Capa: Ilídio Vasco.
Paginação: Gráfica 99
€ 22
LNT
[0.208/2010]
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Perfeitos
Sei que para alguns será boa, que poderá significar escrita de alternativa mas para outros, para os agrestes, traduz-se como escrita de alterne.
É como os pretéritos-perfeitos, dizia no início deste trabalhoso e curto texto, informando que sobre os pretéritos e sobre os perfeitos há muito que se lhe diga. Se forem no modo indicativo a coisa está feita e concluida. Se forem no modo subjuntivo temos coisa terminada no futuro quando (e se) algo acontecer. Uma chatice.
LNT
[0.207/2010]
terça-feira, 22 de junho de 2010
Sete a zero
Eis aqui, quase cume da cabeçaA coisa está no papo. Depois de Bento, a bola. Depois de Lanzarote, Lisboa. Depois de zero, os sete. A tribo não sai dos cabeçalhos mundiais onde se afirma no divino, no profano e no excessivo.
da Europa toda, o Reino Lusitano,
onde a terra se acaba e o Mar começa
e onde Febo repousa no Oceano.
Este quis o Céu justo que floreça
nas armas contra o torpe Mauritano,
deitando-o de si fora; e lá na ardente
África estar quieto o não consente.
Passados quinhentos e vinte e três anos de Bartolomeu Dias ter rebaptizado as tormentas como boa esperança, os novos navegadores oriundos dos quatro cantos do mundo que o astrolábio e a perseverança dos antigos conseguiu reunir desde a santa terrinha às terras de Vera Cruz e ás que Bartolomeu Perestrelo pisou, fazem o feito de encher de brio uma terra orgulhosa dos seus jeitos mesmo que continue a ser tão pobre como era antes do império.
Das bestas e dos bestiais já não são buzinadelas que se ouvem mas sim o monocórdico e igualitário vuvuzelar, arte suprema que acultura o Adamastor e nos leva, além da dor, às glórias que a Pátria tanto almeja.
Heróis do Mar, nobre povo.
LNT
[0.205/2010]
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Ignorância
Digo “no mínimo estranho” para não aprofundar a descaracterização total do que nos identifica e para evitar rotular comportamentos de quem não sabe estar no mundo dos homens e dos seus significados.
Tudo isto é espelho da decadência e resulta da impreparação ético-cívica de quem desempenha cargos públicos a todos os níveis. Vai do mais alto que se abstém do seu papel representativo ao mais baixo que se apresenta num canal público, em dia de luto nacional, de gravata berrante a questionar quem quer recolhimento com as mais inacreditáveis cretinices.
A culpa talvez não seja deles mas de nós que somos cada vez menos exigentes.
A causa talvez não resida só na incapacidade dos pais transmitirem aos filhos os conceitos base dos comportamentos em sociedade, mas nesta bandalheira ignóbil que transformou Portugal numa gigante bancada de futebol incapaz de assistir ao jogo sem insultar o árbitro por ele não se dar ao respeito e sem esbofetear o vizinho de cadeira por ele usar uma camisola diferente.
Na fona da instrução para a inscrição estamos a transformar este País num reduto de ignorantes com estudos.
LNT
[0.203/2010]