segunda-feira, 1 de julho de 2013

Gato por lebre

Coelho animado
Corre por aí que hoje vão ser distribuídas cenouras em Belém.

Como ainda não abriu a época de caça aos coelhos, suponho que o guarda-florestal se prepara para dar lustro à toca.

A nova ninhada (a ser verdade) terá a bênção divina.
LNT
[0.200/2013]

Sem perdão

CordaVivemos num País que não sabe o que fazer para se aguentar e onde milhares de jovens e menos jovens têm de fazer as malas para tentarem obter no exterior a subsistência que aqui lhes está vedada.

Vivemos num País onde o Governo, em vez de dar o exemplo, é o primeiro prevaricador ao não pagar o que deve (o que faz falir aqueles a quem deve) e incumpre com a Lei de República e com os contratos sociais por si firmados.

Vivemos num País onde se perde o tempo da lei e o dinheiro dos contribuintes a decidir se alguém que gosta de envergar um colar de Presidente de Câmara pode saltitar de autarquia para o continuar a usar.

Vivemos num País onde a feitura das Leis está entregue a sapateiros que não sabem tocar rabecão.

Vivemos num País com protagonistas do ridículo sem pinga de vergonha.

Bem poderão os tribunais ocupar-se das manobras de vaidade e de ansia de protagonismo de alguns políticos, até por elas os manterem ocupados de forma a não se poderem dedicar aos ruinosos negócios e roubos que levam os cidadãos a deixar de comer pão para dar de comer lavagante aos que os espoliam, que os portugueses saberão ter respostas, independentemente do que vier a ser decidido, para mostrar aos “candidatos da golpada” que existem limites para a pouca vergonha.

Até poderá acontecer que algum desses autarcas alapados venha a ser eleito, mas o descrédito que tudo produz só serve para abrir o caminho aos carrascos da democracia que, cada vez mais, se acoitam embuçados de corda na mão.
LNT
[0.199/2013]

Sinal dos tempos

SalIndependentemente da pouca vergonha e do deplorável espectáculo de mentira e de desmentido que tem por actores um ex e um actual Ministro das Finanças, como pode um Governo afirmar desconhecimento anterior do negócio das swaps quando, em virtude dele, já foram demitidos dois dos seus membros e outro(a) não escapa à alegada suspeição de branquear essas permutas de forma exótica?
LNT
[0.198/2013]

Da bloga

BlogsPodia falar de mais uns quantos, mas só para que a memória seja evocada e se faça registo da persistência, fica uma saudação especial ao Memória Virtual, do Leonel Vicente, ao Adufe do Rui Cerdeira Branco, ao Respirar o Mesmo Ar do Joaquim Paulo Nogueira, ao Portugal dos Pequeninos, do João Gonçalves, ao Bloguítica do Paulo Gorjão, ao Praça da República em Beja do João Espinho e ao Abrupto do Pacheco Pereira, e através deles a todos os outros que já andam na "bloga" há mais de 10 anos.

Na altura também já andava por aqui, a Ter Voz e a dar voz a quem a queria ter. Depois vieram muitos outros e muitas outras formas de ter voz e de a calar.

Saudações, aos que estão desde então aqui e que permanecerão, enquanto lhes for de apetite, para desejar má sorte à rufiagem que nos esmifra ou, como diria o Masson, na sua linguagem de doutrina no Almocreve das Petas:
Na essência, a prosaica política destes inenarráveis sujeitos & seus validos é destruir, destruir, destruir. A insídia destes domésticos amestrados é o maior testemunho histórico, entre nós, de como a interminável farsa do amor pátrio proclamado pela classe política indígena readquiriu o labéu (sem surpresa) de intenção criminosa, o que, convenhamos, é muito mais que o eterno desprezo que nutrem pelos cidadãos eleitores. Até que um dia, de vez, o céu lhes caia sobre as cabeças. Et erit sepulchrum eius gloriosum.
LNT
[0.197/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCXLVIII ]

Albacora
Albacora - Tavira - Portugal
LNT
[0.197/2013]

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Cegos

FisgaHá quem prefira chamá-los de invisuais, assim como há quem fale de raças para dizer etnias e quem chame de palhaço a gente que nunca fez sorrir.

Cegos de cegueira total. Gente sem qualquer percepção da luz e que, apesar da escuridão total em que vive, nunca conseguiu desenvolver os outros sentidos.

É disso que os líderes europeus padecem. Não ouvem, não cheiram, não saboreiam nem sentem aquilo que a sua cegueira não deixa ver.

Entretanto o radicalismo extremista vai conquistando a Europa. Mais tarde ou mais cedo vai ser necessário repegar no machado.
LNT
[0.196/2013]

Poder e dever

YesPode-se ir para a praia em dia de Greve Geral? Pode-se!
Deve-se ir para a praia em dia de Greve Geral? Deve-se, se estiver bom tempo!

Pode-se cortar estradas em dia de Greve Geral? Pode-se!
Deve-se cortar estradas em dia de Greve Geral? Deve-se, se estivermos em regime revolucionário!

Pode-se ser discriminado em dia de Greve Geral? Pode-se!
Deve-se ser discriminado por se ser grevista (como maus) ou por se ser fura-greves (como bons)? Deve-se, se estivermos perante um Governo autista e desrespeitador dos cidadãos que governa!

Pode-se preferir o trabalho à Greve Geral? Pode-se!
Deve-se dizer que os cidadãos devem trabalhar em vez de fazer Greve Geral? Deve-se, se for dito por um Governo incentivador do trabalho ou se, pelo menos, não for dito por um Governo que é o principal instigador da greve daqueles a quem ainda não destruiu os postos de trabalho.
LNT
[0.195/2013]

quarta-feira, 26 de junho de 2013

terça-feira, 25 de junho de 2013

Da alma

Ampulheta
Embora mintas bem, não te acredito;
Perpassa nos teus olhos desleais
O gelo do teu peito de granito...

Mas finjo-me enganada, meu encanto,
Que um engano feliz vale bem mais
Que um desengano que nos custa tanto!
Florbela Espanca - A mensageira das violetas
Florbela escrevia sobre o amor, coisa de que os poetas dissertam em verso porque a prosa é mais propícia aos amorosos enganados pela política.

Descansem que não vou fazer uma prelecção poética. Não é matéria do meu mister, nem é norma do livro de estilo deste blog e, se posso fazer uso de quem sabe dessa poda, porque disparate a mal faria?

É inacreditável que amanhã faça anos. Tantos que lhes perco a conta e tão poucos que ainda não chegam para poder usufruir da calma que gostaria de ter, do sossego que merecia ter conquistado e do direito de não ter mais de aturar quem nunca fez por merecer ter direitos.

Chegado aqui, à idade do ouro como diz quem vende viagens e estadias, olho para os pinceis de uma vida passada entre todo o tipo de gentes e suspiro pela pressa com que tudo passou, tirando o tempo em que só havia tempo para o futuro.

Aos sessenta ainda se tenta. Valha-me isso (e a poesia).
LNT
[0.193/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCXLVI ]

Azulejo
Azulejo (ditos populares) - Lisboa - Portugal
LNT
[0.192/2013]

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Podia ter sido nas Caldas

VelhotesPoder, podia, mas não foi e percebe-se porquê.

Se o Conselho de Ministros desgravatado à la mode de Cristas, mas ainda assim não menos formal do que todos os outros (lá estavam as bandeirinhas e os microfones para o comprovarem) tivesse sido nas Caldas, algum dos seguidores de Bordalo teria tido a gentileza de fornecer aos dez ou onze maduros que se sentaram à mesa umas canequinhas mais consentâneas com o sentir que o povo português tem em relação à ginjinha que eles deveriam emborcar.

De resto e em relação ao conteúdo da coisa, se em vez de Alcobaça tivessem optado pelas Caldas, o resultado teria sido praticamente o mesmo.

Um cartapácio com linhas gerais sobre uma reforma do Estado para fingir que é isso que se pretende fazer e não um despedimento cego (e possivelmente selectivo por cor uma vez que até agora se tratou de nomear as chefias para o fazer) de milhares de trabalhadores e a reintrodução do Secretariado Nacional da Informação (SNI), por enquanto sem lápis azul mas com a mesma intenção de divulgação da informação pública e da propaganda política.

Andámos tantos anos a afinar o carrilhão para uma partitura tão fraca. Também pelo badalo dos sinos, nas Caldas não teria sido melhor.
LNT
[0.191/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCXLV ]

Lua
Lua 2013.06.23 - Lisboa - Portugal
LNT
[0.190/2013]

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Doutrina para o cumprimento dos prazos legais

Bolo ReiRápido, porque se fazia tarde, o mais alto reformado da Nação sacou da caneta e passou as férias portuguesas (o respectivo abono) lá para o final do ano, altura em que os portugueses deverão ser de novo chamados a tapar os buracos decorrentes das más previsões do Governo.

Fica assim concluído mais um processo que andava a minar o consenso do Conselho de Ministros.

Os contribuintes deverão assumir como doutrina estes ensinamentos do moderno conceito do Estado de Direito e fazer o mesmo em relação aos prazos que as leis determinam para o cumprimento das obrigações fiscais?
LNT
[0.189/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCXLIV ]

Dinky Toys
Dinky Toys - Por aí
LNT
[0.188/2013]

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Le cherneméléon

Camaleão
"C'est son passé maoïste qui resurgit, persifle un haut fonctionnaire, cette méthode a tué la collégialité."
O Le Monde está imparável nos piropos a José Barroso que deixou de ser Durão (para os mais fortes europeus) assim que aterrou em Bruxelas a bordo do vôo das Lages que o catapultou da tanga portuguesa para o pote europeu.

Quem se mete com os franceses, leva, (lá se vai o seguinte mandato...) e Guterres que se ponha a pau se for verdade que está na calha da ONU porque o nosso cherne é especialista, entre outros truques para ganhar a cor dos galhos onde se pendura, em deitar a língua de fora para comer as moscas que, distraídas, vão a caminho do céu. (O Vitorino que o diga)

Como escreveu O’Neill (na adaptação afrancesada contemporânea):
Sigamos, pois, o cherneméléon, antes que venha,
já morto, boiar ao lume de água, (...)
LNT
[0.187/2013]