Há silêncios tão selectivos que até fazem um barbeiro ficar barbado. Quando se falam de alternativas nos transportes, TGV por exemplo, mas também aplicáveis à rede rodoviária, aos portos, etc., nunca falta quem se ligue aos megafones contra este, ou qualquer outro governo, porque a teoria é que, havendo um governo – há um bode-expiatório - e malhe sem dó nem piedade.
Se for um vulcão, ou um ataque terrorista, algo que faça os pássaros de ferro não voar,
ai aqui d’ el-rei que a economia fica de pantanas. Se há um terramoto e as ligações terrestres são interrompidas, não faltarão vozes a reclamar a falta de alternativa.
No entanto, quando se fala de planos ou de modernização de infra-estruturas, mil vozes gritam esquecendo que a sua inexistência, normal ou extraordinária, poderá criar constrangimentos extremos.
A face visível, tal como quando se falava de um novo aeroporto internacional, são os passageiros e todos se esquecem que as cargas são tão ou mais importantes e criam tão grandes ou muito maiores problemas à economia.
As vozes, sempre mais que as nozes, falam agora que os aeroportos fecharam por excesso de zelo. O que diriam se algum avião se despenhasse em virtude de ter sido entupido pelas cinzas do Katla ou do seu vizinho?
Esta dualidade é o primeiro problema português (depois da inveja). Impossibilitar o avanço, bloquear o desenvolvimento, discutir até à exaustão aquilo que se não entende para, quando chegar a altura, malhar, ou dando voz ao hino, contra os canhões, malhar, malhar. Quando acontece o desmascarar desses comportamentos, o resultado é silêncio.
Já assim tinha sido com a guerra do Iraque, p.e.
LNT[0.151/2010]