terça-feira, 25 de setembro de 2012

Prometer cuecas a Belzebu

DiaboAgora que na Gringolândia já há campanhas eleitorais que propõem que as janelas dos aviões se possam abrir, passou a ser mais claro que o direito ao disparate é uma prorrogativa da globalização.

Claro que nos USA a ignorância não é total. Não foi dito que as janelas se poderiam abrir em todas as aeronaves e é verdade que já voei em muitas com portas e canopies abertas. Os próprios pára-quedistas podem ser considerados aeronaves, principalmente aqueles que saltam agarrados a alunos e a alunas, e voam sem janelas sem que isso os danifique. E, para que se não diga que os aviões comerciais são excepção, já vi abrir janelinhas nos cockpits para colocar bandeirinhas do Papa nas aterragens missionárias.

Pior é no Cavaquistão, no parque de diversões da Coelholândia, onde os putos que venderam os ingressos para a montanha russa anunciam que ninguém (sem excepção) teria salários reduzidos nem cortes nos subsídios de Natal e de férias, nem aumentos de impostos até ao absurdo.

Lá como cá prometem-se as cuecas ao diabo esquecendo-se que o mafarrico é assexuado e eunuco e que a cauda em forma de seta inviabiliza o seu uso.
LNT
[0.448/2012]

Fingidores

MagritteA estoria da TSU vai servir de bode expiatório para o assalto radical aos bolsos dos contribuintes. Esta gente sempre foi expedita em golpadas de engano para levar avante os seus intentos. Apresenta primeiro o pior para depois impor o muito mau.

A cobardia com que normalmente esconde a ideologia caracteriza a acção:

Foi assim quando, alinhados com o Presidente da República, fizeram acreditar que era necessário recorrer à Troika depois de terem chumbado as alternativas já negociadas com os nossos parceiros europeus. A culpa ficou para o Governo anterior;

Foi assim quando avançaram com o assalto inconstitucional e iníquo para convencerem que tinham de assaltar todos. A culpa ficou com o Tribunal Constitucional;

É agora assim para a estucada final. A culpa fica com o povo português que se pronunciou na rua e com o Conselho de Estado que os fizeram recuar no cavalgar do empobrecimento fanático que pôs Portugal a trote.

Cada um destes subterfúgios produziu mais saque para disfarçar de incompetência os intuitos ideológicos duma extrema-direita camuflada de laranja que ambiciona destruir a veleidade de querermos ser europeus.

Pedro Passos Coelho é o testa-de-ferro que lança esta porcaria na ventoinha. Quanto mais ela se espalha mais a nossa pele parece não conseguir viver sem o seu perfume.

Paulo Portas continua a fazer o que sempre fez. Joga ao toca-e-foge, faz de caixeiro-viajante para fingir que não vê, trai e mente de igual forma como o faz Coelho, mas bate-o em dissimulação e em fingimento.

As televisões blindadas com vendedores de banha-da-cobra distraem remetendo para trás aquilo que é da exclusiva responsabilidade deste governo (que é resolver a questão) e desfraldam o trapo da oposição incutindo a ideia que é a ela que compete fazer aquilo que é obrigação do poder.

E todos os dias encolhemos, ficamos mais pobres, menos europeus e mais desiguais.
LNT
[0.447/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXXXIV ]

Formiga
Formiga - Portugal
LNT
[0.446/2012]

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Substituir a TSU, para quê?

LenhaEnquanto não reúne o Grupo de Trabalho para os Estudos sobre as Matérias do Pote e para a Arbitragem da Traulitada Acéfala (GT EMPATA) para medular (percorrer a medula) esta espécie de coisa nenhuma em que se transformaram o governo e a coligação que o suporta, um bando de melcatrefes suportado num comité de técnicos de contas medíocres cuja única missão é substituir direitos por caridade em nome de uma ideologia radical, guincha aos quatro ventos que é tempo da oposição apresentar medidas alternativas à javardice da TSU.

Sabendo-se que a prioridade é combater o défice e que a chamada TSU não produzia qualquer efeito nesse combate, a alternativa é, pura e simplesmente, abandonar aquela ideia peregrina.

Sei que dirão que, no Estado, ao passarem encargos da entidade patronal para os trabalhadores, a despesa do OE diminui, mas isso é só uma máscara para transferir milhões dos bolsos dos trabalhadores para o bolso dos patrões (no privado) uma vez que o anúncio dos cortes dos subsídios no público estava feito e que a única forma de paridade reside no saque aos privados, ao património e ao capital, da parte equivalente ao confisco decretado para o público.

O GT EMPATA deveria saber isso, deixar-se de faits-divers e burilar as arestas do liberal-fundamentalismo. Aguarda-se que o conselho geriátrico de estado venha a ser eleito como bode expiatório, tal como anteriormente já outros foram, incluindo o Tribunal Constitucional.
LNT
[0.445/2012]

No tempo em que Macedo falava

FormigaNo tempo em que os animais falavam, Esopo (diz-se) escreveu a fábula da Cigarra e da Formiga para demonstrar que quem canta, em vez de trabalhar, acaba por ter problemas graves.

Sabemos hoje que a coisa não é bem assim. Há quem nunca tenha trabalhado e por isso nunca tenha problemas quando o trabalho falta e há quem sempre tenha trabalhado e tenha visto o resultado do seu trabalho desaparecer pela voracidade dos inúteis.

Devido a esta constatação atrevo-me a pegar na fábula do grego e a dar-lhe a volta para a fazer mais consentânea com a realidade:
Tendo as cigarras cantado durante o verão sem nunca terem feito algo de útil, resolveram aninhar-se num Partido que as guinasse ao poder através de cantatas enganosas.

Chegada a altura do aperto, as cigarras espertalhonas tomaram as rédeas do reino animal e distribuíram, entre si, os resultados do esforço das formigas. Uma cigarra foi para Primeiro-Ministro, outra para a gestão de uma empresa pública, outra para directora de uma empresa das formigas que foi privatizada e outra ainda (abreviando para que esta fábula tenha fim), de seu nome Miguel Macedo, tomou posse da chibata que comanda as formigas-guerreiras para que elas defendam as outras cigarras enquanto chafurdam no pote construído com suor e lágrimas pelas formigas.
Como em todas as outras fábulas também nesta se retira uma conclusão moralista:
Quem se deixa governar por inúteis e aldrabões
ficará sem os seus tostões.
LNT
[0.444/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXXXIII ]

Ilha do Pessegueiro
Ilha do Pessegueiro - Alentejo - Portugal
LNT
[0.443/2012]

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Crie-se um GT

Here and thereSó uma questão porque hoje estou muito ocupado e com o neurónio despenteado.

O conselho coordenador da coligação é um órgão, uma task force, uma associação recreativa, um grupo folclórico, um serviço de catering, um bar de alterne, um ringue de boxe, ou uma escola de samba?
LNT
[0.445/2012]

Epístolas ao acaso [ I ]

Isósceles(registado isoscelestemente - congruente)

Quando postulámos que as meninas seriam felizes se se casassem com quem quisessem e se pudessem dar bom uso ao botãozinho, estávamos certos. Esquecemo-nos, no entanto, que tal arranjo implicaria um outro rearranjo essencial: a solidão teria de ser a alavanca. Se queremos sossego para nos masturbarmos não podemos esperar aplausos.

Filipe Nunes Vicente
Amor e Ódio

LNT
[0.444/2012]