segunda-feira, 24 de setembro de 2012

No tempo em que Macedo falava

FormigaNo tempo em que os animais falavam, Esopo (diz-se) escreveu a fábula da Cigarra e da Formiga para demonstrar que quem canta, em vez de trabalhar, acaba por ter problemas graves.

Sabemos hoje que a coisa não é bem assim. Há quem nunca tenha trabalhado e por isso nunca tenha problemas quando o trabalho falta e há quem sempre tenha trabalhado e tenha visto o resultado do seu trabalho desaparecer pela voracidade dos inúteis.

Devido a esta constatação atrevo-me a pegar na fábula do grego e a dar-lhe a volta para a fazer mais consentânea com a realidade:
Tendo as cigarras cantado durante o verão sem nunca terem feito algo de útil, resolveram aninhar-se num Partido que as guinasse ao poder através de cantatas enganosas.

Chegada a altura do aperto, as cigarras espertalhonas tomaram as rédeas do reino animal e distribuíram, entre si, os resultados do esforço das formigas. Uma cigarra foi para Primeiro-Ministro, outra para a gestão de uma empresa pública, outra para directora de uma empresa das formigas que foi privatizada e outra ainda (abreviando para que esta fábula tenha fim), de seu nome Miguel Macedo, tomou posse da chibata que comanda as formigas-guerreiras para que elas defendam as outras cigarras enquanto chafurdam no pote construído com suor e lágrimas pelas formigas.
Como em todas as outras fábulas também nesta se retira uma conclusão moralista:
Quem se deixa governar por inúteis e aldrabões
ficará sem os seus tostões.
LNT
[0.444/2012]

1 comentário:

Maria disse...

Muito bem! Concordo.
Maria