Vamos olhar para isto tentando não fazer demagogia, embora se pasme com o facto de que este conselho tenha sido solicitado por quem puxa da moral para se opor ferozmente ao direito ao aborto (IVG) e ao direito à morte assistida (eutanásia).
Parece-me correcto que o beato ministro Macedo ambicione um upgrade e, em vez de procurar a santificação, se bata pela deificação. Este parecer abre-lhe a perspectiva de poder decidir a vida e a morte dos outros e, aplicando-se a mesma lógica de custo/benefício, deveria também dar-lhe poderes para decidir sobre amputação em caso de mau funcionamento dos órgãos. São casos a considerar as unhas encravadas que implicarão o corte dos dedos, as hemorróidas que implicarão o fecho dos cus, e os testículos a serem capados a todos que sofram das doenças do poder.
Isso tudo e mais, desde que as palavras “voluntário” e “direito” desapareçam porque remetem para o pecado. Aborta-se por vontade de Deus (a tal questão da deificação do ministro referida anteriormente), morre-se por vontade divina, procria-se por tesão celeste e terá de se sofrer à mão destes animais por ser esse o destino traçado superiormente.
LNT
[0.453/2012]
O Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV) emitiu um parecer em que defende que o Ministério da Saúde “pode e deve racionar” o acesso a tratamentos mais caros para pessoas com cancro, sida e doenças reumáticas.Vivemos tempos em que, por ser impossível controlar as receitas dos que escapam (a economia paralela já está avaliada em 25% da economia contributiva) (o BPN é um produto místico) (as despesas das empresas municipais são tabu) (as PPP são casos do foro sobrenatural) (as pensões e outras regalias dos intocáveis – por exemplo as dos gestores e ex-gestores de inúmeras empresas públicas, do Banco de Portugal e de uma mão cheia de políticos que estão ao encargo do Estado por terem andado pelos Passos Perdidos), temos de esmiuçar os que estão controlados e neles extinguir as manias piego-humanistas e o direito à assistência, à dignidade e à vida.
Parece-me correcto que o beato ministro Macedo ambicione um upgrade e, em vez de procurar a santificação, se bata pela deificação. Este parecer abre-lhe a perspectiva de poder decidir a vida e a morte dos outros e, aplicando-se a mesma lógica de custo/benefício, deveria também dar-lhe poderes para decidir sobre amputação em caso de mau funcionamento dos órgãos. São casos a considerar as unhas encravadas que implicarão o corte dos dedos, as hemorróidas que implicarão o fecho dos cus, e os testículos a serem capados a todos que sofram das doenças do poder.
Isso tudo e mais, desde que as palavras “voluntário” e “direito” desapareçam porque remetem para o pecado. Aborta-se por vontade de Deus (a tal questão da deificação do ministro referida anteriormente), morre-se por vontade divina, procria-se por tesão celeste e terá de se sofrer à mão destes animais por ser esse o destino traçado superiormente.
LNT
[0.453/2012]
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