quinta-feira, 20 de junho de 2013

Doutrina para o cumprimento dos prazos legais

Bolo ReiRápido, porque se fazia tarde, o mais alto reformado da Nação sacou da caneta e passou as férias portuguesas (o respectivo abono) lá para o final do ano, altura em que os portugueses deverão ser de novo chamados a tapar os buracos decorrentes das más previsões do Governo.

Fica assim concluído mais um processo que andava a minar o consenso do Conselho de Ministros.

Os contribuintes deverão assumir como doutrina estes ensinamentos do moderno conceito do Estado de Direito e fazer o mesmo em relação aos prazos que as leis determinam para o cumprimento das obrigações fiscais?
LNT
[0.189/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCXLIV ]

Dinky Toys
Dinky Toys - Por aí
LNT
[0.188/2013]

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Le cherneméléon

Camaleão
"C'est son passé maoïste qui resurgit, persifle un haut fonctionnaire, cette méthode a tué la collégialité."
O Le Monde está imparável nos piropos a José Barroso que deixou de ser Durão (para os mais fortes europeus) assim que aterrou em Bruxelas a bordo do vôo das Lages que o catapultou da tanga portuguesa para o pote europeu.

Quem se mete com os franceses, leva, (lá se vai o seguinte mandato...) e Guterres que se ponha a pau se for verdade que está na calha da ONU porque o nosso cherne é especialista, entre outros truques para ganhar a cor dos galhos onde se pendura, em deitar a língua de fora para comer as moscas que, distraídas, vão a caminho do céu. (O Vitorino que o diga)

Como escreveu O’Neill (na adaptação afrancesada contemporânea):
Sigamos, pois, o cherneméléon, antes que venha,
já morto, boiar ao lume de água, (...)
LNT
[0.187/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCXLIII ]

Móveis alentejanos
Mobiliário alentejano - Portugal
LNT
[0.186/2013]

terça-feira, 18 de junho de 2013

Os prazeres de Manuela

Olhos MFLNão é por Manuela Ferreira Leite atacar a desastrosa política económica e financeira deste Governo que me sinto na obrigação de a defender. Lembro-me do que disse e fez quando o seu dizer e fazer tinham verdadeira relevância por se reflectirem nas nossas vidas e isso basta-me para que mantenha as maiores dúvidas sobre aquilo que diz agora (felizmente já não tem poder para fazer).

Leio, no Negócios, que Ferreira Leite, que nunca foi pessoa para evitar que os seus ódios pessoais se sobrepusessem aos interesses gerais, revela um dos seus sonhos com a seguinte expressão:

"Teria imenso prazer em que Sócrates tivesse enfrentado a troika"

Percebe-se–lhe o jogo, mas não se pode partilhar dos seus preliminares por variadas razões, de entre as quais se destaca a de que Sócrates defendeu, na altura, que a sua solução não passava pela troika e de que a troika foi imposta a Sócrates (e a todos os restantes portugueses) porque que o adversário interno de Manuela Ferreira Leite, o actual Primeiro-ministro Passos Coelho, se coligou com a esquerda à esquerda de forma a que se pudesse sentar no trono da governação para meter as mãos no pote e para descascar, até à mendicidade, quem vivesse acima daquilo que ele entendia ser as suas (nossas) posses.

Nós também teríamos tido imenso prazer em que Manuela Ferreira Leite tivesse um pouco mais de memória, mas a impossibilidade de ver esse sonho realizado inviabiliza esse deleite.

Nota de rodapé: Não, não mudei de opinião em relação ao que pensava de muitas das acções do Governo anterior. No entanto isso não me impede, tal como na altura também não me impediu de criticar o que tinha para criticar, que seja capaz de escrever aquilo que me parece correcto. Este permanente ataque ao governo anterior para tentar branquear todos os erros e malfeitorias do actual Governo, já mete nojo.
LNT
[0.185/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCXLII ]

Cerejas
Cerejas - Portugal
LNT
[0.184/2013]

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Sob sequestro

AtentosSabe-se que uma das máximas usadas internacionalmente é a de que não se cede perante actos de sequestro.

Entende-se, principalmente se se entender que essa máxima está redigida no impessoal porque, a ser escrita na primeira pessoa do singular ou do plural, na maior parte dos tempos, passa a ter menor sentido.

Por exemplo, se o sequestrado for qualquer um de nós ou dos nossos ou se for um de nós ou dos nossos o objecto da cedência.

O que também é uma máxima é que os sequestrados, ou os reféns, como quiserem, não têm habitualmente voto na matéria e na grande maioria das vezes não são chamados a pronunciarem-se sobre se querem ser sequestrados ou, depois de terem sido feitos reféns, se preferem que a sua libertação se processe com eles resgatados vivos em resultado de uma negociação, ou com eles mortos por efeito da inacção resultante da aplicação de máximas e de intransigência de quem tinha o supremo dever de os proteger.

É mau chamar reféns aos primeiros prejudicados de uma negociação falhada, que os não sequestra, e onde não é claro se a culpa da falha é partilhada.

Pior ainda é considerar reféns pessoas não sequestradas e confundir contrariedades com a perda da liberdade com a intenção de pressionar a liberdade dos que a têm para contradizer.

Bem vi os "reféns". Uns mais zangados que outros mas quase todos a caminho de uma galhofa qualquer na mesa do café mais perto.

Fossem assim felizes os reféns do universo, incluindo os que são reféns de um Governo que têm por missão empobrece-los.
LNT
[0.183/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCXLI ]

CCC
Convenção sobre a Economia e Finanças - Portugal
LNT
[0.182/2013]

domingo, 16 de junho de 2013

Das greves

Dentes Este é o País onde se descobriu que uma greve dos professores prejudica os alunos.

Um dia também hão-de descobrir que uma greve dos médicos prejudica os doentes, que uma greve dos transportes prejudica os transportados, que uma dos canalizadores prejudica quem tem um cano para arranjar e por aí fora...

Hão-de também de descobrir que a greve do governo ao cumprimento das promessas eleitorais e à Constituição prejudica professores, alunos, médicos, doentes, motoristas, transportados, canalizadores e por aí fora...
LNT
[0.181/2013]

sexta-feira, 14 de junho de 2013

João Pinto e Castro

João Pinto e Castro
Queimar o dinheiro que se diz não haver na cara de quem mais dele precisa parece fazer parte do zeitgeist
Só conhecia o João Pinto e Castro destas lides virtuais. Habituei-me a lê-lo na rede e a ler o que ia escrevendo pelos jornais e habituei-me a gostar da sua maneira de dizer o que tinha para dizer.

Colaborei com ele num projecto comum.

Soube hoje que deixou todas as frentes onde o encontrava e senti que tinha perdido mais uma das peças que me ajudam na procura da coerência.

Se na virtualidade já sinto saudade, imagino a de quem que com ele dividiu a materialidade.

Para a sua família fica um grande abraço.
LNT
[0.179/2013]

Cucos

CucoNesta santa sexta-feira lisboeta ainda escorre a gordura das sardinhas que faz o tráfego deslizar sem grande fricção. Mesmo os transportes públicos andam a metade da carga o que proporciona que os megafones de serviço possam debitar de forma mais audível.

Foi o caso daquele, aparentemente irritado, que gritava no Metro das nove e tal os impropérios de quem tinha a noção de colher acordos: "Estes grandes cabrões andam a gamar quem trabalha para encher o bandulho. Cambada de chulos que só descansarão quando conseguirem retirar-nos tudo aquilo que conseguimos com a morte do fascismo".

Perante o olhar ausente dos seus imaginários interlocutores rematava: "Grandes filhos-de-puta, nunca mais voltarei a votar. São todos iguais!" e saiu na paragem seguinte, possivelmente para embarcar na composição seguinte e repetir o número.

Eu, para os meus botões, fiquei a pensar que sim, que o megafone tinha razão nos impropérios e na afirmação de que são todos iguais, embora aqueles que conseguiram atribuir aquilo que estes querem retirar, sejam mais iguais.

Como costumo dizer aos meus amigos mais à esquerda, a diferença entre os PS e eles não se mede em tamanho mas em tempo. O PS implementa medidas que o resto da esquerda combate (muitas das vezes de braço dado com a direita) para que, meia-dúzia de anos depois, as esquerdas à esquerda chamem conquistas a essas medidas e as defendam como suas.

Façam como diz o megafone. Quando chegar a altura, não votem, não, porque eles são todos iguais...
LNT
[0.178/2013]

As férias serão quando o homem quiser

Gato escondidoTodos sabemos que uma das razões que levam o Governo a não pagar agora o subsídio de férias é o simples facto de que ele não será pago ou de que, pelo menos, só será pago em parte reduzida.

Eles já o disseram, distraídos há uns tempos, e não querem voltar a explicar porque, em primeiro lugar, querem deixar claro quem manda (para impor o respeitinho) e, em segundo lugar, para que a populaça se mantenha entretida com a expectativa de receber após as autárquicas e acabe por não traduzir nas urnas a enorme manifestação do desagrado com o saque ruinoso a que está a ser sujeita.

É que Gaspar, embora goste de deixar claro que nunca foi eleito coisa alguma, sabe que a sobrevivência do seu plano passa pelos resultados mais ou menos desastrosos a que esse mesmo plano pode conduzir o Partido que o sustém.

Parte do subsídio de férias ficará retido na fonte (foi isto que foi anunciado na altura) funcionando essa retenção como acerto às tabelas de retenção que estão em vigor e que não contemplam a parcela de rendimentos referente ao subsídio de férias (o que em alguns casos até fará saltar de escalão em sede de IRS).
LNT
[0.177/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXXXIX ]

Joaninha
O diabo está nas sombras - Por aí
LNT
[0.176/2013]

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Entretanto lá fora

MinuetPor muito que me custe, tenho de mostrar agrado pela acção que levou o Presidente da República a Estrasburgo.

Sei que há uma imensa incoerência entre aquilo que lá foi dizer e aquilo que cá diz e faz, mas ainda assim é de louvar que tenha tido a coragem de assumir o seu papel de representante dos portugueses para tapar a ineficiência e a subjugação do Governo, nomeadamente cobrindo a ausência em Bruxelas do papel diplomático do Ministro de Negócios Estrangeiros, da defesa dos interesses nacionais que compete ao Primeiro-ministro e da defesa dos contribuintes que compete ao Ministro Borda d’ Água.

Cavaco conseguiu finalmente sacudir o cheiro de clorofórmio que o vinha a perfumar desde que iniciara o seu processo de auto-embalsamamento.

Pode ser que volte a haver minuet's no palácio já conhecido por jazigo de Belém.
LNT
[0.175/2013]