Aí estão de novo os senhores da guerra convencidos que são as suas explosões que irão definir a vontade dos povos.
Aí estão os demagogos da morte a anunciar que aquilo que o Ocidente está a fazer na Líbia é um novo Timor e a defesa dos mais fracos contra a tirania.
Aí estão as indústrias da guerra a precisar de esvaziar paióis, de exercitar os seus homens e de manter as fábricas a funcionar.
Aí está a falta de bom senso que não entendeu que se os Líbios queriam a interdição do espaço aéreo era para evitar que os aviões de Kadaffi os matassem cobardemente e não por preferirem ser mortos pelos canhões e mísseis das democracias do belicismo.
Aí estão os cínicos que há meia dúzia de dias abraçavam o tirano em troca duns barris de petróleo ou de uns negócios chorudos, a chorar lágrimas de crocodilo.
Aí está a hipocrisia de quem deixa morrer no Darfur mas que, em nome do petróleo, diz pretender evitar a morte de uma facção numa guerra civil, matando-a, se for necessário.
Lembro-me de Portugal e dos rumores da ameaça de uma esquadra americana quando o povo e as Forças Armadas portuguesas tratavam de enviar Caetano para a Ilha da Madeira, lembro-me de Timor que não estava em guerra civil mas a tentar libertar-se duma invasão estrangeira, lembro-me principalmente do Vietname onde se morreu em troca de nada e em nome de uma pretensa liberdade.
E comparando o que é comparável, só a última (a do Vietname) se aproxima à intervenção que os aliados estão agora a fazer na Líbia.
LNT
[0.096/2011]
Aí estão os demagogos da morte a anunciar que aquilo que o Ocidente está a fazer na Líbia é um novo Timor e a defesa dos mais fracos contra a tirania.
Aí estão as indústrias da guerra a precisar de esvaziar paióis, de exercitar os seus homens e de manter as fábricas a funcionar.
Aí está a falta de bom senso que não entendeu que se os Líbios queriam a interdição do espaço aéreo era para evitar que os aviões de Kadaffi os matassem cobardemente e não por preferirem ser mortos pelos canhões e mísseis das democracias do belicismo.
Aí estão os cínicos que há meia dúzia de dias abraçavam o tirano em troca duns barris de petróleo ou de uns negócios chorudos, a chorar lágrimas de crocodilo.
Aí está a hipocrisia de quem deixa morrer no Darfur mas que, em nome do petróleo, diz pretender evitar a morte de uma facção numa guerra civil, matando-a, se for necessário.
Lembro-me de Portugal e dos rumores da ameaça de uma esquadra americana quando o povo e as Forças Armadas portuguesas tratavam de enviar Caetano para a Ilha da Madeira, lembro-me de Timor que não estava em guerra civil mas a tentar libertar-se duma invasão estrangeira, lembro-me principalmente do Vietname onde se morreu em troca de nada e em nome de uma pretensa liberdade.
E comparando o que é comparável, só a última (a do Vietname) se aproxima à intervenção que os aliados estão agora a fazer na Líbia.
LNT
[0.096/2011]
5 comentários:
Caro Luis
Fez bem em lembrar-se e lembrar-nos do conjunto de questões que expôs no seu post.
No meio de tanta informação e desinformação, há coisas que nos escapam (ou de que nos esquecemos)
Inteiramente de acor do Luis.
Subscrevo as sua palavras.Vone
e eu lembro-me- tenha lá paciência! - q quando o conselho de segurança legitimou a acção presentemente a decorrer, o cavalheiro de trípoli se preparava, como o próprio o proclamou, para dizimar casa a casa e sem mercê um povo q ousou revoltar-se. já agora: recorda-se de lockerbie? bom, eu hoje não faço a barba, é só por favor um caldinho.
Sem mais!
E completamente repugnante esta velha política da canhoneira.
Tal como todas as campanhas coloniais, também esta está votada ao fracasso. Com ou sem governos populistas e ditatotiais...
Quando foi a última vez que nas excelentes democracias inglesa ou francesa os inimigos foram mortos?
Já ninguém se lembra da Irlanda ou da Argélia?
Das Maldivas e do Haiti? De Hirochima ou de Nagazaqui?
Packard
Se quiser saber o que eu penso sobre o "cavalheiro de Tripoli" faça o favor de ver aqui.
http://barbearialnt.blogspot.com/search/label/Ditadores
Tenho todo o prazer em dar-lhe o "caldinho" que pretende, mas como pode ver nunca deixei de lembrar aqui que estamos a falar de terroristas, nem sequer quando lhes andavam a beijar a mão e a beber o seu chazinho.
Volto a repetir, para que fique claro:
se os Líbios queriam a interdição do espaço aéreo era para evitar que os aviões de Kadaffi os matassem cobardemente e não por preferirem ser mortos pelos canhões e mísseis das democracias do belicismo.
Penso não ser difícil de entender o que está escrito no texto.
Enviar um comentário