segunda-feira, 12 de agosto de 2013

E de repente

LisboaE de repente regresso ao bulício da capital cheia de mortos-vivos e de restos de gente que nos diz governar. É como se nunca daqui tivesse saído, não fosse a cor que o Sol deixou na pele preste a desbotar.

A baixa está um inferno de calor e faz lembrar a Palestina onde nem falta a vergonha de um muro que impede quem venha do Chiado de atravessar a Rua Aurea.

Mau, muito mau, embora as notícias (do tempo em que elas faltam) dissessem que o arco do triunfo lisboeta passou a miradouro de dois euros e meio com vista garantida para a rua fronteira esventrada e para o cavalo do Dom José a marchar sobre as serpentes desbotadas.

Se querem sombra vão ter de a pagar neste imenso caldeirão incandescente a que chamam terreiro do paço. Se querem sossego vão ter voltar aos areais algarvios cheios de alfacinhas e de fedelhos aos berros.

E assim, de repente, aqui estou de novo estafado e poluído como se daqui nunca tivesse saído.
LNT
[0.250/2013]

Sem comentários: