(...) hoje é dia para recordar que, tal como enviou condolências ontem «em nosso nome», foi também «em nosso nome» que, em 1987, enquanto primeiro-ministro, mandou que Portugal votasse CONTRA esta Resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, que exigia a libertação de Mandela, então condenado a prisão perpétua. Não foram 50, nem 20, nem 10 os países que o fizeram, mas apenas três (como pode ser verificado neste quadro com o resultado da votação): Estados Unidos, Reino Unido... e Portugal. Cavaco, como sempre bem acompanhado, desta vez por Reagan e Thatcher. Já vieram alguns insinuar que o objectivo foi «proteger» a colónia portuguesa da África do Sul – atitude timorata e mesquinha, típica de um governante servil e também mesquinho, ontem como hoje e como será até morrer. E sobretudo, repito, sem vergonha na cara.5 - Blogoditos - 5 é uma rubrica de 6ª Feira que transcreve citações interessantes de cinco autores de Blog em cada semana.
Joana Lopes
É também essa a razão pela qual a história será certamente pouco generosa com Cavaco. Porque ao contrário de tantas figuras históricas, algumas das quais portuguesas, Cavaco nunca arriscou a vida, a liberdade ou sequer o seu conforto, fosse ele material ou político, por algo em que profundamente acreditasse. E já será porventura generosidade excessiva presumir que acredita em algo, politicamente falando.
Não sei que epíteto a história lhe reservará. Mas o grande hipócrita é uma forte hipótese.
Nuno Oliveira
Creio que na tua religião não há santos, Madiba.
Julgo que na tua ciência, Madiba, os heróis são feitos das mesmas partículas e forças que estão na matéria de qualquer outra pessoa.
Hoje, no dia depois do teu passamento, Madiba, tens razão nessas tuas crenças: não há santos nem heróis disponíveis, porque todos os santos e todos os heróis estão hoje ocupados a admirar-te e a tentar ainda compreender quem és. Com saudades de seres único.
Quando eu crescer, Madiba, quando eu crescer o suficiente para saber quem és, quero compreender o segredo íntimo da humanidade: como é ser como tu, Mandela. Como um dia vai ser possível sermos como tu. Mandela, não te rias: deixa-nos sonhar. Tu, aquele que sonhou melhor e mais forte do que todos nós.
Obrigado.
Porfírio Silva
O problema das dicotomias em preto-e-branco, como a que é apresentada por Manuel Alegre sobre o "bom" e o "mau" socialista, reside em que muita gente (como o autor dests linhas) não se revê substantivamente em nenhuma das categorias, por concordar com alguns traços de uma e de outra e rejeitar outros tantos de ambas.
O maniqueísmo político raramente é bom conselheiro, muito menos dentro da mesma família política.
Vital Moreira
A banca dos anos noventa não queria que os poderes públicos regulassem a sua excelentíssima actividade, sempre na iminência de provocarem um «risco sistémico» que o terceiro-estado pagaria . Há leis anti-cartéis, mesmo na Comunidade Europeia, porque fora o Moedas e o Maçães os governantes de todo o mundo conhecem as tentações de manipulação dos mercados pelos liberais.Desta vez o foco da manipulação estava nos entendimentos sobre as taxas de juro da Libor e da Euribor. Dez enormes bancos foram investigados pela Comissão Europeia que multou 8, entre estes o Deutsche Bank, a Société General, o Crédit Agrícole, o britânico HBSC.
Esta foi a primeira decisão de sempre da Comissão Europeia contra infracções às leis da concorrência no âmbito da actividade financeira.É um sinal, ou um álibi? .
José Medeiros Ferreira
LNT
[0.480/2013]
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