Prende-se para melhor se investigar. Prende-se para humilhar, para vergar. Prende-se para extorquir, sabe-se lá que informação. Prende-se para limitar a defesa: sim, porque esta pode "perturbar o inquérito". Mas prende-se, principalmente, para despersonalizar. Não, já não és um cidadão face às instituições; és um "recluso" que enfrenta as "autoridades": a tua palavra já não vale o mesmo que a nossa. Mais que tudo - prende-se para calar. E - suprema perfídia - invoca-se, para assim proceder, as regras do Direito, a legitimidade da democracia. "As instituições estão a funcionar."O que me leva a borrifar para a carta de Sócrates não são as dezenas de verbos que ele usa para dar razão ao que escreve mas sim as centenas de vezes que as razões dele não foram consideradas durante os seis anos em que foi Primeiro-Ministro e nada fez para que essas razões deixassem de o ser.
O 44 de Évora tem razão. É inacreditável que a nossa justiça aja desta forma, mas só é hoje possível que o faça porque houve um PM que durante o tempo em que o foi (quatro dos quais com maioria absoluta) nunca fez o que quer que fosse para ser de forma diferente.
E, se adianta que seja verdade ser necessário sentir na pele o mal que acontece aos outros, não deixa de ser verdade que, quem é eleito para que os outros tenham os seus direitos protegidos, merece sentir na pele os efeitos das suas inconsequências.
É isto que distingue a pungência dos órfãos, da pungência dos eleitores que resulta da incapacidade dos lideres políticos que elegemos.
LNT
[0.328/2014]
8 comentários:
um texto à altura das suas frustrações e perdas.
os canalhas estão sempre à espera da desforra. é o seu caso.
na barbearia não há navalhas para aparar os excessos, mas facas longas...até que volte o paralisante Seguro, que das suas parvoíces não deve ser responsabilizado, a bem das distinções.O homem não tinha jeito, nada mais.
mas quem é que no poder (politico) consegue fazer alguma coisa para melhorar o judicial, se isso implicar alguma perda de direitos dos seus agentes ?
Socrates quando foi eleito anunciou a redução das férias judiciais, com o fito de reduzir os tempos e o numero dos processos pendentes.
Passos Coelho quando foi eleito destacou as especifidades dos agentes judiciais como justificação para não estarem sujeitos aos mesmos sacrificios que o resto da administração publica.
não preciso de recordar o que aconteceu a um e a outro, pois não ?
ainda se lembra da tecnoforma ? em que desaparecerem documentos ?
Poucos se lembram ...
Ao anónimo não respondo por uma questão de princípio. Só lembro que a questão do texto é relacionada com a "preventiva" e não com a forma de funcionamento dos tribunais, sendo que o poder legislativo compete aos políticos e não aos juízes.
Quanto ao habitual Brites (que não é menos anónimo que o outro anónimo) e às suas habituais ofensas, as suas frustrações e perdas estão patentes no comentário que fez.
Tem toda a razão o Barbeiro.
E ainda ao Brites: lembras-te quem encerrou tantos tribunais de trabalho, que até funcionavam bem???Queres uma ajuda?Não, não foi o mentiroso Pedro...
a preventiva é uma exigência dos juízes para trabalharem sem prazo ou seja fazerem o menos possível sem que ninguém os chateie ou peça responsabilidades. alterar isso é comprar uma guerra semelhante às férias judiciais e que custou ao sócrates prisão preventiva. mau perder é coisa de cobarde.
Engraçado é ver alguém que se esconde atrás de um nome de gato a falar de cobardia. Não há pachorra.
Ou de um rato... para ser mais preciso.
Luís os defensores do 44 estão indignados podem-no estar é um direito que lhe assiste, mas e os outros senhores os outros para qual o processo é igual e que não tem acesso a jornais a visitas VIP a esses podem apodrecer na cadeia que os defensores do 44 estão-se nas tintas
Francisco Cavaco
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