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domingo, 7 de junho de 2009

Flight AF447 ( III )

A330 De um ex-comandante da TAP (que pediu anonimato) recebi outro link de importância para quem se interesse pelas condições atmosféricas encontradas pelo AF447. O texto da autoria de Tim Vasquez, já anteriormente referido aqui, demonstra as dificuldades encontradas e explica o que se pode ter passado: Podem segui-lo aqui.

Com a mensagem que me indicava o link vinha também uma experiência de vida que serve para ilustrar o sucedido em situação semelhante:
Eu entrei, ainda co-piloto, num cumulonimbo em 1972 com um B707 voando de Luanda para Lourenço Marques.
Em subida para os 37.000 pés o radar detectou uma linha de comulonimbus na nossa rota. Como o radar estava operativo continuámos, dentro de turbulência média, contornando os núcleos dos CBs.
Quando desviávamos de um dos núcleos numa volta para a direita o radar “pifou” e ficamos sem indicação do que vinha a seguir.
Voltar para traz implicava passar pelos CBs que já havíamos evitado. Seguir em rota implicava continuar dentro da linha dos CBs dado que essa linha se prolongava, por muitas milhas, ao longo da nossa rota.
Sabendo o posicionamento das nuvens, pela informação meteorológica estudada no briefing antes da partida, optámos por voltar para um rumo a 90 graus com a direcção da linha das nuvens, que nos conduziria o mais rapidamente possível para fora da “Skoll line”.
Ainda assim, por não haver radar, entramos inadvertidamente num CB da periferia da linha e durante cerca de 2 a 4 minutos estivemos no seu interior.
O ruído do granizo contra a chapa e os vidros é ensurdecedor. No cockpit só por meio da interfonia ou de gritaria conseguíamos ouvir o que dizíamos uns aos outros.
Passados esses minutos desembocamos em céu limpo já fora da “Skoll line”. O voo era de dia.
LNT
[0.441/2009]
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Weather Graphics ≡ Tim Vasquez

sábado, 6 de junho de 2009

Flight AF447 ( II )

A330O hábito de deitar para trás das costas as responsabilidades não é uma característica exclusiva portuguesa.
Não têm sido poucas as tentativas da Air France e da AirBus tentarem, com a cobertura da comunicação social, empurrar (ainda mesmo antes de terem a mínima ideia do que aconteceu) a responsabilidade do acidente do Flight AF447.

Por isso dou voz ao Cubilhas, um velho amigo e camarada de armas, que deixou ficar o desabafo na caixa de comentários:
Caro Barbeiro, amigo e ex-colega de curso.

Como Piloto há 36 anos e como Comandante de A310, terei todo o prazer em deixar aqui na barbearia um comentário profissional:

Aquele tipo de meteorologia é para respeitar. Não acredito que os meus colegas o tenham descurado. Algo mais aconteceu antes de entrar naquela situação, que os levou a seguir aquele caminho.

Agora, após o acidente é fácil tentar adivinhar o que se passou, mas decidir "in loco" é "a questão".
É provável que, quer a Air France quer a AirBus tentem passar as responsabilidades para os aviadores, mas não são os aviadores que insistem em comunicações deficientes (HF) e zonas sem guiamento radar. Existe tecnologia há muitos anos para colmatar estas falhas mas tem os seus custos e ninguém está interessado em pagar. Se utilizarmos a estatística, é mais barato haver um acidente de vez em quando, do que fazer investimentos em segurança a sério.

Ainda não existem instrumentos que convençam a natureza a mudar de feitio. Enquanto isso, vamos respeitando a mesma natureza e eu estou absolutamente seguro que os meus colegas o fizeram. Aquela zona do globo e o Atlântico Norte, são zonas onde tenho tido muito respeito pela natureza e assim espero continuar, para poder participar com 1 comentário quando vou cortar o cabelo.

Um grande abraço e bons cortes aí na barbearia onde pelos vistos és muito feliz.
Carlos Soares
LNT
[0.438/2009]

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A aviação na minha história ≡ Carlos Soares

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Flight AF447

weather graphicsPara todos os detalhes sobre o crash do Flight AF447 e acompanhamento da evolução noticiosa, técnica e metereológica, sugiro a consulta do Website Aviation Safety Network.

O vôo AF447 precedente de aeroporto internacional do Galeão – Rio de Janeiro com destino ao aeroporto Charles de Gaulle – Paris é o pior dos cinco acidentes ocorridos até hoje com um A330 (12 tripulantes e 216 passageiros)
LNT
[0.434/2009]

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Aviation Safety Network ≡ Flight AF447