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sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Do altruísmo


Só meia dúzia de palavras sobre as mortes provocadas pela aeronave na Praia de São João na Caparica.

Tratou-se da execução de um procedimento de emergência de falha de motor e não de um despenhamento de aeronave.

Todos os pilotos que eu conheço (e são muitos) teriam, mesmo em caso de despenhamento, tentado evitar que a aeronave atingisse terceiros. Neste caso, tratando-se de uma aterragem de emergência (e não de um despenhamento) perante uma praia com pessoas, teriam decidido a amaragem mesmo correndo maior risco de insucesso, salvaguardando a vida dos banhistas. Para mais, a aeronave não transportava passageiros e o mar estava tranquilo.

Estranho que a justiça tenha aplicado as mesmas medidas de coacção aos dois tripulantes uma vez que a responsabilidade é unicamente do instrutor da aeronave que, perante a emergência, teve de assumir o comando da aeronave e tomar a decisão final.

O egoísmo e a falta de altruísmo não eram, no meu tempo e na minha escola, factores psicológicos aceitáveis para formar pilotos.

Espero que a justiça não tenha mão leve neste caso.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.059/2017]

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Voltando à caserna

Aluno Piloto LNTSou daqueles que ainda fez tropa, daquela que se fazia para matar ou morrer. Não tropa macaca de feijão-verde, antes da outra que deixava escapar uma ou outra napalm proibida e que também servia para evacuar companheiros de bandeira, alguns em muito mau estado.

Não cheguei a fazer nada disso. Fiquei-me pela formação porque o meu curso de pilotos aviadores milicianos foi o último a ser iniciado em tempo de guerra e o primeiro a acabar a recruta com a previsão das tréguas.

Quer isto dizer que aprendi o que de bom se podia aprender com o serviço militar e safei-me de ter de matar ou morrer, apanhei pelo meio a revolução e só não fui um militar de Abril, embora nesse Abril fosse militar, porque a incorporação foi em Janeiro.

Na recruta aprendi a fazer a minha cama. Fiquei a saber que se a não fizesse bem feita iria dormir mal. Durante as inspecções só tive de a refazer uma vez.

Aluno Piloto LNTNo curso básico de pilotagem, na Granja do Marquês, aprendi a aterrar. Aquilo tinha os procedimentos para cumprir e tinha a alma que se queria manter junto ao corpinho laroca dos vinte anos. Rapidamente aprendi a fazer o palier que consistia em jogar com a sustentação da máquina que pilotava, numa combinação bem conseguida de velocidade, flaps e de gás necessário para que as rodas tocassem o chão sem partir o trem nem projectar a passarola para saltos tontos na pista.

Depois aprendi muitas outras coisas. Desde fazer pontaria, a disparar, desde ajudar um camarada de armas, a praxar.

Fazer tropa era uma merda (a caserna tem a sua linguagem própria) mas era uma escola que nos dava lições de vida começando pela que nos fazia diferenciar um oficial de um sargento e acabando pela que nos fazia distinguir um oficial confiável de um filho-da-puta.

Não sei o que me deu para escrever este post, mas gostei de o ter escrito.
LNT
[0.179/2011]

domingo, 7 de junho de 2009

Flight AF447 ( III )

A330 De um ex-comandante da TAP (que pediu anonimato) recebi outro link de importância para quem se interesse pelas condições atmosféricas encontradas pelo AF447. O texto da autoria de Tim Vasquez, já anteriormente referido aqui, demonstra as dificuldades encontradas e explica o que se pode ter passado: Podem segui-lo aqui.

Com a mensagem que me indicava o link vinha também uma experiência de vida que serve para ilustrar o sucedido em situação semelhante:
Eu entrei, ainda co-piloto, num cumulonimbo em 1972 com um B707 voando de Luanda para Lourenço Marques.
Em subida para os 37.000 pés o radar detectou uma linha de comulonimbus na nossa rota. Como o radar estava operativo continuámos, dentro de turbulência média, contornando os núcleos dos CBs.
Quando desviávamos de um dos núcleos numa volta para a direita o radar “pifou” e ficamos sem indicação do que vinha a seguir.
Voltar para traz implicava passar pelos CBs que já havíamos evitado. Seguir em rota implicava continuar dentro da linha dos CBs dado que essa linha se prolongava, por muitas milhas, ao longo da nossa rota.
Sabendo o posicionamento das nuvens, pela informação meteorológica estudada no briefing antes da partida, optámos por voltar para um rumo a 90 graus com a direcção da linha das nuvens, que nos conduziria o mais rapidamente possível para fora da “Skoll line”.
Ainda assim, por não haver radar, entramos inadvertidamente num CB da periferia da linha e durante cerca de 2 a 4 minutos estivemos no seu interior.
O ruído do granizo contra a chapa e os vidros é ensurdecedor. No cockpit só por meio da interfonia ou de gritaria conseguíamos ouvir o que dizíamos uns aos outros.
Passados esses minutos desembocamos em céu limpo já fora da “Skoll line”. O voo era de dia.
LNT
[0.441/2009]
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Weather Graphics ≡ Tim Vasquez

sábado, 6 de junho de 2009

Flight AF447 ( II )

A330O hábito de deitar para trás das costas as responsabilidades não é uma característica exclusiva portuguesa.
Não têm sido poucas as tentativas da Air France e da AirBus tentarem, com a cobertura da comunicação social, empurrar (ainda mesmo antes de terem a mínima ideia do que aconteceu) a responsabilidade do acidente do Flight AF447.

Por isso dou voz ao Cubilhas, um velho amigo e camarada de armas, que deixou ficar o desabafo na caixa de comentários:
Caro Barbeiro, amigo e ex-colega de curso.

Como Piloto há 36 anos e como Comandante de A310, terei todo o prazer em deixar aqui na barbearia um comentário profissional:

Aquele tipo de meteorologia é para respeitar. Não acredito que os meus colegas o tenham descurado. Algo mais aconteceu antes de entrar naquela situação, que os levou a seguir aquele caminho.

Agora, após o acidente é fácil tentar adivinhar o que se passou, mas decidir "in loco" é "a questão".
É provável que, quer a Air France quer a AirBus tentem passar as responsabilidades para os aviadores, mas não são os aviadores que insistem em comunicações deficientes (HF) e zonas sem guiamento radar. Existe tecnologia há muitos anos para colmatar estas falhas mas tem os seus custos e ninguém está interessado em pagar. Se utilizarmos a estatística, é mais barato haver um acidente de vez em quando, do que fazer investimentos em segurança a sério.

Ainda não existem instrumentos que convençam a natureza a mudar de feitio. Enquanto isso, vamos respeitando a mesma natureza e eu estou absolutamente seguro que os meus colegas o fizeram. Aquela zona do globo e o Atlântico Norte, são zonas onde tenho tido muito respeito pela natureza e assim espero continuar, para poder participar com 1 comentário quando vou cortar o cabelo.

Um grande abraço e bons cortes aí na barbearia onde pelos vistos és muito feliz.
Carlos Soares
LNT
[0.438/2009]

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A aviação na minha história ≡ Carlos Soares

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Flight AF447

weather graphicsPara todos os detalhes sobre o crash do Flight AF447 e acompanhamento da evolução noticiosa, técnica e metereológica, sugiro a consulta do Website Aviation Safety Network.

O vôo AF447 precedente de aeroporto internacional do Galeão – Rio de Janeiro com destino ao aeroporto Charles de Gaulle – Paris é o pior dos cinco acidentes ocorridos até hoje com um A330 (12 tripulantes e 216 passageiros)
LNT
[0.434/2009]

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Aviation Safety Network ≡ Flight AF447

domingo, 27 de julho de 2008

Botão Barbearia[0.624/2008]
Bons ventos do BrasilEmbraer

A declaração de princípio de que a Embraer irá montar duas unidades industriais em Évora é uma excelente notícia.

Não se trata de construir aviões conforme se ouviu na televisão, mas sim de centros de excelência de elevado grau robótico e de indústria aeronáutica de ponta especializados em estruturas metálicas e materiais compósitos.

Está prevista a criação de 400 postos de trabalho especializados e um investimento de 148 milhões de Euros o que irá fomentar a criação de muitos outros postos de trabalho complementares e desenvolverá toda aquela região do Alentejo.

A Embraer era já a maior accionista das OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, em Alverca.

Falta a concretização, mas para já estamos perante a prespectiva de um excelente negócio para Portugal, caso se mantenham para as OGMA as condições anteriormente acordadas.

A acompanhar.
LNT
Rastos:
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-> Embraer - Comunicado à imprensa
-> Embraer

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Botão Barbearia[0.438/2008]
ProjecçõesEscafandro

Não estivesse já entradote e com filhas casadoiras e era ver o barbeiro na primeira linha da candidatura a astronauta, profissão de futuro em Portugal, após longos e profícuos anos de navegação marítima e sequentes séculos de evocação do feito.

Os astronautas em concurso irão integrar futuras equipas de desenvolvimento e trabalho na Estação Espacial Internacional e é-lhes exigido aptidão física, conhecimentos aeronáuticos e inteligência científica, o que exclui, logo à partida, a geriatria política portuguesa, marco sebastianino da salvação nacional.

Com mais este fluxo emigratório, o governo há-de deslocar-se à Columbus para promover a troca de comprimidos de sardinhas assadas e bacalhau na brasa por energia nuclear condensada, puro átomo, estando já em análise a possibilidade de sobrelotação da Atlantis no transporte da comitiva circense até à plataforma.

Embora estejamos em fase de revisões em baixa, pura projecção circunstancial dado estar assegurada a recuperação programada, mantém-se em alta a perspectiva de superação da crise com a evolução do choque tecnológico terrestre para um outro muito mais avançado que nos garantirá, como Nação, sermos os primeiros a montar uma barbearia no espaço.
LNT

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Botão Barbearia[0.297/2007]
Se não vos fiais nas professias, ao menos deveis crer no barbeiro

NAER


Em resposta aos comentários do texto [ 0.290/2007 ]

A coisa é simples, meus caros sete comentaristas.

Ide ver e crede.

Olhai para o Banner do topo da NAER e vereis que a luz do aeroporto da OTA é omnipresente, uma espécie de Trindade em forma de pomba.

Vede e acreditai, como São Tomé.

Sereis benfazejos!
LNT
Rastos:
Link - NAER

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Joaninha dos Diabos
Botão Barbearia[0.290/2007]
Aves de rapina e outras

BugClaro que pode haver grandes problemas relacionados com a passarada na construção do aeroporto da Ota em Alcochete.

Sejam eles Maçaricos, Grifos, Melros, Caturras, Marrecos, Milharucos ou outros Cucos.

Mas o problema, o verdadeiro, é construir o aeroporto da Ota em Alcochete dado que Alcochete não é na Ota.
LNT

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Botão Barbearia[0.286/2007]
Maçaricos

Maçarico Bico Direito

Como se sabe, os maçaricos são um perigo para a aviação.
Se para além de maçaricos tiverem o bico direito... tssst! tssst! tssst.
LNT
Botão Barbearia[0.284/2007]
Marsupilamis

Marsupilamis
Mais um Blog de pilotaços na rede.

São mais uns quantos relatos de camaradagens criadas pelas armas e por adrenalinas várias.

Para referência de quem gosta de aviões ficam dois ou três apontamentos começando pelo excelente e incontornável Walkarounds, o Blog dos Penduras e o seu WebSite e agora os Marsupilamis.

Há mais, é só uma questão de procurar.

LNT
Rastos:
Link - Walkarounds
Link - Blog dos Penduras
Link - WebSite dos Penduras
Link - Marsupilamis

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Botão Barbearia[0.221/2007]
Janelas de oportunidade

NAER - OtaUma das coisas que se gosta de ver em Portugal é a rapaziada não eleita que, ao serem-lhe abertas janelas de oportunidade pelo poder eleito democraticamente, tentam franquear, de par em par, as portas, postigos, frestas e frinchas.

A aceitação do estudo sobre a construção do aeroporto da Ota em Alcochete, já vai na construção de pontes e túneis sobre e sob o Tejo, respectivas localizações e também no traçado do TGV (que se estranha não passe por Tróia e por lá não tenha apeadeiro).

Mais um pouco e teremos um estudo a aconselhar que o Orçamento do Estado seja elaborado pelo cardume de sábios da CIP e a eles entregue e, já agora, que se retire aos eleitos todo o poder de decidir ou, em alternativa, que se extingam as eleições poupando uma quantidade respeitável do esforço dos contribuintes.
LNT
Rastos:
Link - NAER
Link - Agência Finaceira
Link - Causa Nossa (pista)

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Botão Barbearia[0.065/2007]
Há homens que não podem estar colados ao chão

Esta era a frase publicitária que nos anos 70 corria as rádios e a televisão para recrutamento de pilotos para a TAP.

Em Évora, no último fim-de-semana, assim ficou demonstrado.
Não no borrego feito, que isso é coisa que não falta por aí, mas naquela asa em baixo para a subida que se seguiu.

Notável, grande piloto!
LNT