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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Indignos

Passos Coelho RirPassos Coelho confirmou hoje a sua discordância com Juncker, afirmando na Assembleia da República que Portugal e os portugueses nunca foram objecto de uma política indigna impingida pela Tróica.

Nem ele podia dizer outra coisa uma vez que oportunamente declarou a disposição de ir além-da-troika e com essa política empobrecer todo o País.

Para o Primeiro-ministro, o nível de desemprego e da pobreza que lhe está associada não é uma indignidade porque a sua fixação no “custe o que custar” não lhe dá oportunidade para entender que Portugal é um conjunto de pessoas e que estas são a essência de Portugal.

Para Passos Coelho e para a Ministra das Finanças amestrada por Schäuble a fome e a subsistência abaixo dos níveis mínimos reconhecidos pelas instituições nacionais e internacionais não são uma indignidade porque para eles não existem os conceitos de humanidade e de respeito pelos seus concidadãos.

Felizmente falta pouco para nos vermos livres de gente tão indigna.
LNT
[0.107/2015]

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Mais além

Escher Mobius
“O ir mais além é uma forma que Passos Coelho e Paulo Portas arranjaram para verem até onde podem ir.
Começa a ser tempo dos portugueses lhes dizerem que já foram longe demais.”
Moi même in FB
Enquanto que na Europa já quase todos entenderam que as medidas de austeridade impostas aos países mais frágeis têm de ser revistas por estarem a destruir o próprio conceito da Europa, em Portugal Passos Coelho e Paulo Portas consideram que o empobrecimento do seu povo é o desígnio nacional e que as medidas que nos foram impostas são curtas, insistindo em ir mais além do que internacionalmente nos é exigido.

O “além de” é um programa de retrocesso civilizacional, é uma obsessão pelo passado, é um aquém daquilo que a nossa História admite, é uma atitude política escondida cobardemente num memorando de resgate exigido pelos que agora o apregoam como herança para esconderem aquilo que pretenderam para Portugal quando inviabilizaram soluções alternativas.

Recebo pedidos de esclarecimento para o texto que aqui publiquei. Estranho, porque não vejo nele qualquer dúvida ou contradição. Nós, portugueses, vivemos em democracia há quase 40 anos. Não é muito, porque o período que a antecedeu formou gerações de conformados com a miséria e com a falta de liberdade. Fez-nos mansos, carne para canhão, submissos e “bons alunos”. Mas trinta e seis anos já é tempo suficiente para que entendamos que, sendo o voto o poder que temos na mão, ao abdicarmos de o exercer sujeitamo-nos a ser submetidos por minorias.

Nas últimas presidenciais e nas últimas legislativas o direito e o dever de voto não foram exercidos. Muitos dos que não se revêem no “mais além, custe o que custar” entregaram, por omissão, o poder a quem hoje o exerce e reclamam medidas. Alguns outros que se apressaram a provocar que Portugal tenha hoje o Presidente e o Governo que tem, organizam “esperas espontâneas” onde apupam os poderes que ajudaram a instalar, tentando manipular com as suas bandeiras um povo levado ao limite por quem entende, custe o que custar, que esse povo terá de pagar com a fome a fartura de quem o rouba.

Tal como disse no meu texto anterior este povo gosta de chorar sobre o leite derramado mas o leite já rareia e, à sua falta, as lágrimas irão secar. Os que continuam a não entender que já foram além demais e os que até agora orquestraram os apupos para tirarem proveito da terra queimada vão acabar por perder o controlo.

A Constituição que determina que o poder reside no Povo através do voto é a mesma que institui o direito de resistência quando não há poder público que defenda os direitos liberdades e garantias que essa Constituição consagra.

Foi isto que quis dizer anteriormente e espero ter-me feito agora entender.

É necessário que os poderes instituídos se façam ouvir e que impeçam a continuidade pela obsessão do miserabilismo que se prevê com o novo pacote de austeridade que já se anuncia (só falta dizer quando). A todos nós compete assumir, se necessário resistindo ao confisco e exigindo justiça e equidade, as responsabilidades que a liberdade determina para que continuemos a ser um povo digno, não espoliado nem manipulado.
LNT
[0.328/2012]

sábado, 30 de junho de 2012

Quando se insiste em ir sempre além de...

ÁlvaroOs portugueses gostam de se manifestar pacificamente e chocam-se quando vêm outros portugueses manifestarem-se violentamente.

Os portugueses têm este condão de levar as escrituras à letra e de darem a outra face sempre que lhes estalam mais uma bofetada na cara.

Mas os portugueses, mais vezes do que aquelas que lhes querem fazer crer, já explicaram a outros (portugueses, espanhóis, ingleses e franceses) que além de bochechas também têm outra mão para dar quando a mão que lhes acerta ultrapassa a racionalidade e os seus princípios de sobrevivência e dignidade correm risco.

Até agora, depois dos portugueses terem retornado à democracia, sempre que em vez da outra face ofereceram a mão, houve organização por trás. Um dia também isto poderá modificar-se. Basta que os limites continuem a ser ultrapassados e não se consciencializem de que a impunidade e a prepotência têm de ser processadas dentro de parâmetros aceitáveis.

Os portugueses gostam de chorar sobre o leite derramado, mas tem de haver leite para derramar. Caso contrário secam as lágrimas e passam à acção.
LNT
[0.326/2012]

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Indignado, uma ova. Estou é troikado além da troika e mal pago

ManifConfesso não me sentir indignado. Estou chateado que nem um peru, ando irritado com esta treta permanente de me meterem a mão no bolso sem o meu consentimento e enfurece-me o desplante com que falam do meu dinheiro com se se tratasse de um subsídio estatal que recebo e não do pagamento do trabalho que desenvolvo.

Podia manifestar-me na rua, podia juntar-me ao fado português e ao destino, mas não o farei, pelo menos para já. Vou escrevendo o que me vai na alma e como sou muito menos ingénuo do que pensava ser há uns tempos, estou convencido que é mais útil seguir esse caminho do que me misturar nas bandeiras que nunca deixarão de ter por trás umas carinhas larocas ansiosas pelos brilhos da TV.

Não será muito influente a minha escrita. Porventura não é, mas também eu próprio não o sou, nem quero ser. Gosto desta minha condição de zé-ninguém embora me recuse a ser um Egas Moniz que alomba com os males do Mundo e abre o peito às balas para protecção dos que já estão protegidos por coletes e guarda-costas.

Confirmo. Não estou indignado.
Estou é cada vez mais farto e ... (esteve quase para sair palavrão)
LNT
[0.444/2011]