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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Infinito majestoso

José António BarreirosNa passada sexta-feira fui ouvir José António Barreiros dissertar, na biblioteca Orlando Ribeiro, sobre um coiso que tinha criado (ele chamou-lhe objecto). Aquilo é uma obra magistralmente pincelada com letras sobre o óleo que lhe serviu de lastro.

Entre os muitos sobressaltos decorrentes da conversa (ainda não tinha lido mais que uma página do texto) retive duas perturbações:
Uma, relativa à textura das pinturas a óleo que é conseguida com manchas de tinta em relevo, impróprias para serem lidas per si, e que impõem ao leitor que se afaste o suficiente para não se perder na pigmentação e nas sombras provocadas pelas pinceladas. Há que observar a obra por inteiro para se perceber o sentido.

A outra, relativa à propriedade das obras públicas (ou publicadas) uma vez que a sua leitura e interpretação não pertence ao autor. Barreiros misturou-se na pigmentação de um quadro de que não era o autor e a cada pigmento juntou-lhe uma letra e a cada letra uma ideia e com o conjunto de ideias contou uma história que, diz ele, lhe veio inconscientemente de entranhas que desconhecia ter. Essa será a maior inquietação de qualquer jurista, principalmente se habituado a defender na barra as próprias entranhas desconhecidas dos seus constituintes.
O coiso (o autor chamou-lhe objecto, lembram-se, o que não é por não ser exterior ao espírito) foi lido de supetão até à última pincelada e aguarda releitura para melhor distanciamento antes de ser exposto. A sua condição de coiso deixa-me a questão de saber se, no fim, o devo emoldurar e pendurar na parede, ou encaixá-lo na prateleira dos livros.

Seja como for, o infinito majestoso é uma obra de arte que trouxe para casa.
LNT
[0.357/2013]

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Hoje em Lisboa

Infinito MajestosoComo foi para dar boas notícias lá apareceu o Vice-Primeiro nas pantalhas com a sua irrevogável amiga. A maçaroca já cá canta. Venha o cheque, esqueçam o segundo resgate porque o tempo da chantagem pré-eleitoral já lá vai e tratem de amochar mais um ano porque isto é a vida real e reformar o Estado dá um trabalhão quando se quer ir além da troika e aquém de tudo o que é decente.

A coisa não merece mais referência. Paleio até que o OE entre na Assembleia da República e se entenda, de vez, que o caminho do empobrecimento é um trilho estreito à beira do precipício que terá de ser palmilhado até ao fim, quando se confirmar que o trilho foi um beco sem saída.

Passemos então ao que interessa e o que hoje interessa é a apresentação da narrativa ficcional que está contida pela capa do novo livro de José António Barreiros. Infinito Majestoso será hoje presente em Lisboa, Telheiras, na Biblioteca Orlando Ribeiro e a Labirinto de Letras convida de porta aberta.

Tenho por Barreiros uma simpatia especial que vem desde o tempo do VI Governo Provisório e do I Constitucional onde partilhámos tarefas no gabinete de Manuel Tito de Morais.

Desconheço o que está escrito nesta obra mas posso adivinhar a forma porque lhe conheço o estilo, a clareza de raciocínio e o rigor das palavras.
Até logo.
LNT
[0.349/2013]