quarta-feira, 28 de maio de 2008
terça-feira, 27 de maio de 2008
[0.471/2008]
Carta ao meu amigo Perdigão
O meu amigo pintor Perdigão saiu-me um bom amigo da onça. Vê o barbeiro desta loja a untar-se de vaselina para não escorregar no crude nem nas duplas tributações e aproveita para deixar uma casquinha de banana a ver se, distraído, lhe ponho a pata para um trambolhão na Frente Tejo, SA.
Grande Rui Perdigão, grande amigo!
Safa-se, porque para além de mestre pintor agora também é alfaiate, para já de t-shirts.
Ainda o hei-de ver artesão da Casa Batalha, a tal instituição centenária da baixa lisboeta que fornecia à Casa Real, no tempo da Senhora Dona Amélia, as mais belas peças de bijuteria para ostentação ao peito *, ou então, se melhorar na arte dos panos, a desfilar na passerelle da moda Lisboa, aos beijinhos às modelos e a agradecer as palmas da Lili Caneças.
Quanto à manif. para outras gasolinas, deixemos a coisa a seu tempo que isto não é para levar de supetão.
Sossego, concentração e fraternidade são a triangulação necessária.
Agradecido pela camisola manifesteira que usarei junto ao tal Ministério da Economia da Inovação, meu caro Perdigão.
Até lá.
LNT
* Salve Manzoni que se queira
Rastos:
-> Vida das Coisas - Rui Perdigão
-> ISP - CSR - Portaria n.º 16-C/2008 de 9 de Janeiro
C’est certain, Manuel Marulanda est bel et bien mort
A 17 reprises, le leader historique des FARC avait été donné mort avant de "ressusciter". Cette fois, le doute est levé sur ce point. La fin de Manuel Marulanda est un véritable séisme pour la guérilla et les lignes vont indéniablement bouger.
Le nouveau chef des FARC, Alfonso Cano, décidera-t-il de libérer les otages?
Considérera-t-il ce thème comme une priorité?
Les FARC demeureront-ils unis ou se déchireront-ils?
Plus que jamais, l’avenir des otages est lié à celui de la guérilla, non sans incertitudes, ce nous rendra extrêmement attentifs à toute déclaration, à tout agissement, des FARC dans les jours et semaines à venir.
LNT
Rastos:
-> Agir pour Ingrid
segunda-feira, 26 de maio de 2008
Almocreve
E nestas arreliações ia passando o Vale! de todos os anos ao Almocreve das Petas no seu quinto aniversário.
Que ao Masson nunca lhe faltem os Livros, Leilões e Manuscritos para continuar a dar à estampa os seus alaridos com saúde e fraternidade.
LNT
Rastos:
-> Almocreve das Petas
domingo, 25 de maio de 2008
No País dos medos
Chegados a este ponto interessa esclarecer o seguinte:
1. Não estou a liderar qualquer movimento para abater a GALP, estou a defender individualmente os meus interesses enquanto consumidor.
2. Não me deixo amedrontar pelo gigantismo de quem tenho de me defender, mesmo tendo plena consciência da minha pequenez.
3. Não ignoro que as soluções de futuro têm a ver com o ambiente, hábitos de consumo e outros rituais que urgem ser alterados e, embora concorde que já se vá tarde na busca dessas soluções, há a questão presente que tem de ser encarada.
4. Não desconheço totalmente as razões que estão por detrás da crise especulativa que tem feito disparar este carrossel de carestia.
5. Não pretendo fazer esquecer que a questão da escalada dos preços dos combustíveis, que muitos mascaram só com os inconvenientes privados de circulação automóvel (o mal menor), afecta toda a linha de produção e vai agravar as condições de vida de toda a população.
Dito isto, consciente também de que haveriam muitos mais pontos a enunciar, volto a dizer para quem quiser entender, que um Estado não é o Governo e que, tal como todos nós, cidadãos individuais, temos o dever de contribuir para a construção do nosso Estado, também as empresas, principalmente as que devem o seu gigantismo ao apoio do Estado (de todos nós) não podem abdicar do seu papel social.
A GALP lidera o mercado português e o seu exemplo fará com que as outras petrolíferas que actuam em Portugal moderem a sua avidez. No entanto, e perante as gravíssimas dificuldades que estão a ser criadas pela cavalgada incompreensível dos combustíveis justificada publicamente pela mentira da escalada dos preços das matérias-primas, a única resposta da GALP é "a única alternativa para baixar os preços dos combustíveis é reduzir o Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP)".
A insensibilidade social da GALP não lhe basta. Pretende que o Estado (todos nós) prescinda dos meios que lhe permitem cumprir as suas obrigações, para que a GALP possa continuar a aumentar os seus lucros privados.
Só nos faltava que perante isto o medo nos fizesse ficar calados e impassíveis.
LNT
Nota: O Post 456/2008 mantém-se em actualização permanente.
Na última actualização já contava com 63 Blogs aderentes.
Referências especiais que levaram à escrivinhação deste POST:
-> o Jumento
-> Rui Perdigão - Da água, do crude e do gaz(prom)
-> Aqueduto Livre - José Albergaria
-> o Futuro é Agora - Passos Coelho pede descida urgente do imposto sobre os combustíveis
-> Diário Digital - Passos Coelho pede descida urgente do ISP
Galpistas
O Adriano é que me inspira.
Se houvesse música por aqui, teria este refrão:
Já lá vai preso o ladrão
Que em toda a parte aparecia
Contam-se mais de um milhão
De roubos que ele fazia.
LNT
Rastos:
-> Água Lisa - João Tunes
Já fui feliz aqui [ CCXXII ]
Calvin - Concorrência - Portugal
LNT
Rastos:
-> Imagem a partir da Autoridade da Concorrência
-> Vida das Coisas - Rui Perdigão
-> Rui Perdigão - Da água, do crude e do gaz(prom)
sábado, 24 de maio de 2008
Boicote
Talvez não seja má ideia, pelo menos até que se arranje um logotipo mais apelativo, que se substitua, nos Blogs aderentes, o boneco anterior pelo Balão inchado da GALP (hoje mais inchado do que nunca depois de ter procedido a mais um aumento dos combustíveis).
Sabem que esta batalha é dura e que para além da própria GALP há muito mais gente (os accionistas) a ficar aborrecida com o boicote, para além do próprio Estado que arrecada no ISP, no IVA e também como accionista, verbas fabulosas. É claro, e os aumentos de hoje e as ameaças de provocarem desemprego nos postos de abastecimento são prova disso, que somos formiguinhas no carreiro de elefantes mas somos nós que estamos a encher os bolsos dos especuladores e compete-nos a autodefesa.
Ontem acusavam a OPEP de estar por trás destas manobras. Hoje, depois da OPEP ter anunciado que nada tem a ver com tudo isto, assobiam para o lado e arranjam mais argumentações inatendíveis (uma vez mais a "escalada") para justificarem receitas fáceis nos mercados bolsitas, nas aplicações financeiras e na pura especulação.
O barbeiro deixou de consumir produtos GALP e enquanto a GALP insistir no procedimento assim vai continuar.
Se a GALP vier a rever os seus comportamentos, o que sendo a líder do mercado português fará com que as outras petrolíferas sigam a sua peugada em Portugal, nessa altura voltarei a ser solidário com a marca.
LNT
Nota: O Post 456/2008 mantém-se em actualização permanente.
Na última actualização já contava com 63 Blogs aderentes.
Rastos:
-> o Jumento
-> Diário Económico - Boicote arrisca Galp a quebra de vendas de 13 milhões
-> Apdeites V2 - JPG
-> Absorto - Eduardo Graça
-> Aqueduto Livre - José Albergaria
ISP
As muitas confusões discursivas à volta do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos (ISP) devem derivar da própria confusão das nossas leis fiscais que parecem ser feitas para interpretação de especialistas e não dos comuns contribuintes.
Leia-se por exemplo o art. 73 (pág. 54) do Código de Impostos Especiais de Consumo para se perceber o intricado e para entender porque é que hoje, tempo em que todos comentam tudo, se atiram para o ar chavões do tipo “ISP fixo” ou “ISP percentual” como se os Impostos não fossem todos resultantes de uma taxa.
Em linguagem mais comum teríamos como justo (para alguns) um Imposto Especial fixo, por exemplo (e por absurdo) de um Euro sobre um litro de combustível fosse qual fosse o preço desse combustível (ainda que fosse inferior a um Euro).
LNT
Rastos:
-> DGAIEC - Direcção-Geral das Alfândegas e dos Impostos Especiais sobre o Consumo - Código de Impostos Especiais de Consumo
-> IGF - Portaria n.º 16-C/2008 de 9 de Janeiro
-> Diário de Notícias - João Miranda - BAIXAR O ISP?
-> a Destreza das Dúvidas - Luís Aguiar-Conraria - Impostos sobre os combustíveis
sexta-feira, 23 de maio de 2008
Bodes expiatórios (act.)
No Água Lisa, João Tunes rebate a proposta de boicote aos produtos GALP e chama-me a atenção para vários aspectos desta campanha que apelida de "pouco clarividente".
Já lá deixei comentário pedindo que explique aquilo que ninguém consegue explicar que é:
- como é que se pode falar de escalada de preços sem referir que essa escalada é em Dollars/Petróleo e que o Dollar tem sofrido uma desvalorização assinalável em relação ao Euro?
O que é verdade é que com um Euro compra-se, hoje, pouco menos petróleo do que se comprava à uns meses atrás.
Mas há uma coisa que o João diz que me deixa perplexo porque, embora já esperasse essa argumentação, nunca a esperei a partir do Água Lisa.
Diz o João Tunes que esta campanha só "serve para afunilar ódios perante problemas reais, batendo no “nacional” como se a santidade estivesse na Repsol, na BP ou nos seus irmãos tubarões do negócio mundial petrolífero (em que a GALP é um grão no areal)", o que não é verdade. Ninguém considera qualquer um dos outros tubarões santos, mas é dos livros que é impossível combater todos em simultâneo. Por exemplo, a campanha para não se abastecer nos dias 1, 2 e 3 de Junho, sendo legítima, é absolutamente inconsequente porque as pessoas abastecer-se-ão no dia antes ou no dia depois e o efeito será nulo.
Não há nenhum crime de lesa-pátria por fazer o boicote aos produtos GALP porque a GALP não demonstra qualquer consideração com os portugueses não tendo, até agora, tido qualquer preocupação por liderar os aumentos dos combustíveis em Portugal, apesar dos lucros inacreditáveis que tem tido.
Há no texto do meu amigo João Tunes muito mais a rebater, começando pela acusação de que os aumentos são decididos pela OPEP, o que parece não ser verdade (é a OPEP - Abdullah Salem el-Badrique - diz que estes aumentos resultam de especulação), e pela defesa da queda do ISP o que seria, no meu modesto parecer, um imenso erro porque rapidamente a GALP (e os outros) iriam absorver nos seus lucros aquilo que o Estado deixasse de receber (no mesmo caminho do que se irá fazer com a baixa de 1% do IVA anunciada pelo Governo).
De uma coisa tenho a certeza. Se não forem os consumidores a defenderem-se, a vida vai tornar-se insustentável porque a questão do aumento dos combustíveis não se reflecte só nas bombas de gasolina, mas afecta e encarece todos os produtos básicos.
Criminoso é ficar de braços caídos a deixar que a selvajaria capitalista prossiga desta forma nunca vista, nem mesmo no tempo em que se falava de capitalismo selvagem.
LNT
Nota: O Post 456/2008 mantém-se em actualização permanente.
(act.)
O João Tunes já treplicou no Post "MAIS UM BODE EXPIATÓRIO PARA A COLECÇÃO (2)" texto extenso, interessante, fundamentado e de boa retórica, como é seu timbre, mas deixa por responder ao essencial que é, desde o princípio, a justificação da "escalada de preços" dado que o Euro, quando transformado em Dollars, compra agora pouco menos petróleo do que comprava há uns meses atrás.
O João diz que esta conversa não é para aqui chamada... quando sabemos que é exactamente essa argumentação que tem justificado a "escalada de preços" no consumidor.
Percebe-se que o João teria preferido que aqui se tivesse falado da santidade das outras companhias, mas isso não se fez. O que se está a fazer não é por inveja dos lucros da GALP, caro João, mas porque essa grande companhia se está nas tintas para os portugueses e merece da parte dos consumidores portugueses resposta condizente.
Temos de nos defender de uma coisa de cada vez e acredito que seja só por gozo que o João faz o gozo de sugerir que alguém queira tirar a GALP do mercado (essa ainda me está a fazer sorrir), assim como aquela tirada "preconceitos serôdio-soviéticos contra a eficiência que leva ao lucro" como se estivesse a ler nesta Barbearia a cartilha do Avante.
Brincadeiras do João Tunes, velho companheiro destas lides dos Blogs, a quem há muito aprendi a ler a ironia.
Rastos:
-> Água Lisa - João Tunes (1)
-> Água Lisa - João Tunes (2)
-> Boicote aos produtos GALP
-> Canhoto - António Dornelas
-> RTP - OPEP afirma que mercado está "louco"