segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O boneco [ I ]

BonecosA forma mais eficaz de emagrecer é passar fome. A forma mais eficaz de passar fome é não ter com que comprar o que comer. Se a comida for importada as importações baixam. Se não se produzir comida, emagrece-se.

A forma mais eficaz de passar frio é não ter fonte de aquecimento. A forma mais eficaz de passar frio é não ter com que comprar o combustível ou a energia para aquecer. Se a energia for importada as importações baixam. Se não se produzir energia, enregela-se.

A forma mais eficaz de submeter é criar uma rede infinda de miseráveis. A forma mais eficaz de criar essa rede é empobrecer aqueles que nela se irão meter. Se não houver emprego haverá mão-de-obra disponível para recrutar a custo mínimo. Se houver precariedade, haverá mais a sujeitarem-se à semiescravatura.

A forma mais eficaz de estar confortável é seguir uma ideologia fanática avisando que ela será implementada custe-o-que-custar. A forma mais eficaz de conseguir implementar essa ideologia é conseguir um bode expiatório externo para demonstrar a inevitabilidade do caminho único. Se não houver aceitação da ideologia fanática não haverá ordenados nem pensões. Se não houver submissão não haverá pão para malucos.

Além da troica é a forma mais eficaz de conseguir as metas de empobrecimento. Custe o que custar é a forma mais eficaz de as impor. Ameaçar com o fim do mundo é a forma mais eficaz de chantagear. Substituir este Governo é a única forma eficaz de parar o fanatismo e a destruição total. Vai ter de ser, custe-o-que-custar.
LNT
[0.520/2012]

Já fui feliz aqui [ MCCII ]

Serpa
Serpa - Alentejo - Portugal
LNT
[0.519/2012]

domingo, 21 de outubro de 2012

Confortáveis

ChimpazéDe vez em quando tenho uma recaída e volto a ver as homilias de Marcelo. Hoje recaí outra vez e ouvi o homem dizer que este Governo tem de ir à Europa , nos próximos seis meses, bater-se para que de lá se olhe para nós e seja reequacionada a austeridade. Temos bons argumentos por sermos bons alunos e cumpridores (chegou ao ponto de dizer que não somos trambiqueiros, nem gregos).

Marcelo, e muitos que habitualmente comentam, ainda não entendeu, ou faz por não entender, que quando Passos Coelho se dá à maçada de ir a reuniões europeias e não abre a boca para defender os portugueses, faz isso com um propósito. Ele próprio esclarece que está confortável com o que se está a passar com os portugueses.

Nada há a negociar. A Sr.ª Lagarde e o Sr. Hollande que se metam na sua vida e o Sr. Cavaco, idem, porque o que está a acontecer em Portugal é exactamente aquilo que Gaspar/Borges/Coelho, e outros, entendem que é necessário que aconteça.

Ir além da Tróica é isso mesmo. Percebem porque é que ele está confortável, ou querem que se faça um boneco?
LNT
[0.518/2012]

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Sabujos

Desenho CoelhoO que ele é, Afonso Mesquita, é um daqueles sabujos que todos conhecemos, que tem um comportamento prepotente com os mais fracos e submisso com os que lhe estão por cima.

Na Força Aérea, era isso mesmo que chamávamos aos odiosos intermédios que tinham chegado a esse estado sem outro mérito que não fosse o da sabujice.

Essa gente conseguia sempre o pleno.

Era detestada por quem comandava e desprezada por quem a comandava.
LNT
[0.516/2012]

as pessoas andavam todas de pernas para o ar

Banco de pernas para o arUm dia um passarinho chamado Fausto fez as malas e foi conhecer mundo.

Chegou a uma terra em que as pessoas andavam todas de pernas para o ar e de cabeça para baixo.

As pessoas daquele país calçavam os sapatos nas mãos e as luvas nos pés.

O País das Pessoas de Pernas para o Ar
Manuel António Pina
LNT
[0.515/2012]

Das decepções

Vitor ConstâncioDetesto ter de referir um ex-líder do Partido Socialista como o pior dos lixos que Portugal teve depois da liberdade mas, depois da acção miserável que Vítor Constâncio teve à frente do Banco de Portugal, principalmente durante o assalto do BPN em que encobriu todos os bandidos que o perpetraram e, depois, nas contínuas investidas contra os portugueses, sempre em defesa dos seus próprios interesses e dos da camarilha que o segura no poleiro, não me deixa alternativa.

Victor Constâncio faz-me asco. É uma das minhas piores decepções políticas e pessoais.

Como me terá sido possível ter, alguma vez, acreditado que ele era uma pessoa de bem?
LNT
[0.514/2012]

O PEC 9.999

Alcool ao volanteLá vamos cantando e rindo a caminho de uma sociedade miserável onde coesão e desenvolvimento são palavras censuradas e solidariedade passou a ser um chavão marxista banido do léxico coelhino-gaspariano/borgesachs.

Depois do PEC IV ter ido às malvas por ser, no dizer de sua Excelência, um esforço para além do aceitável, e no dizer de outras excelentíssimas sapiências, esganadas pelo chafurdo no pote ou pela raiva dos incendiários, uma desnecessidade de incómodo aos nossos amigos europeus, pedinchou-se muito mais aos tubarões mundiais com o intuito de conseguir cobertura para uma agenda assente no “além da troica, além do Bojador, além da dor (custe o que custar)”, e atingir as metas do empobrecimento, da desvalorização do trabalho, da indigência social e do retorno à condição de cu da Europa.

Porquê e com que intuito? Cumprir ensinamentos radicais com a mesma determinação e fundamentalismo de um bombista-suicida mas com a diferença de que os veículos da bomba não morrem porque se piram para longe ou já se blindaram atrás de um qualquer muro de impunidade ou de dinheiro.

O OlE2013 é um PEC que peca por não ser um plano, não promover a estabilidade, nem objectivar o crescimento. É uma agenda da qual ninguém assume a paternidade e foi parida por uma mãe de aluguer.
LNT
[0.513/2012]

Já fui feliz aqui [ MCC ]

Olinda
Olinda - Pernambuco - Brasil
LNT
[0.512/2012]

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Bye Sylvia

Cadeira Emmnuelle
LNT
[0.511/2012]

Estratificação

EstratificaçãoMesmo sem conseguir saber ao certo o que vai na cabeça desta gente e persentindo que irá muito pouco porque a massa cinzenta “enormemente cara na formação” tem pouco que se lhe aproveite em resultados práticos (continua a ser irritante a confusão entre habilitações literárias e formação e entre canudo e saber fazer) adivinha-se que a associação cognitiva que as medidas em curso pretendem fazer, através do empobrecimento anunciado, resulta na reengenharia da estratificação social baseada no conceito: “só faltava que as sopeiras se confundissem com as meninas da casa”.

Há por isso que estratificar para tratar em conformidade. O modelo que se propõe é:

- Ricos;
- Classe média alta;
- Classe média baixa; e
- Miseráveis.

Acaba-se com a fantasia de viver acima das possibilidades, isto é, acaba-se com a fantasia de que só há uma classe média e dá-se fim à confusão entre as meninas e as sopeiras.

Ricos são ricos e ponto final, não se questiona. Classe média alta é a que faz dos filhos dos doutores, doutores. Classe média baixa a que faz dos filhos de funcionários públicos, servidores do Estado e dos filhos dos canalizadores, canalizadores. Miseráveis, são miseráveis e ponto final, não se questiona.

- Aos ricos nada se pede, senão que se mantenham ricos.
- Á classe média alta pede-se que olhe com simpatia para a classe média baixa e com compaixão para os miseráveis.
- Á classe média baixa pede-se que reflita sobre a sua condição, se esforce para tentar passar à classe média alta e se sacrifique na esperança de ascensão.
- Aos miseráveis pede-se que não macem com a sua miséria e que sejam doces à compaixão e receptivos à caridade.

E nós, que gastámos um dinheirão a habitar estes canastrões para que nos imponham tais projectos, poderemos continuar a fingir que tudo isto é normal?
LNT
[0.510/2012]

Já fui feliz aqui [ MCXCIX ]

Angola
Paquete Angola - CNN - Portugal
LNT
[0.509/2012]

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Da política

Cara Portugal O que este, ou qualquer outro Governo teria terá de fazer, Paulo, é ser político.

Até poderá ter alguns tecnocratas no seu seio (dispensáveis porque é exactamente para isso que pode recorrer a assessores, adjuntos e à administração pública) mas tem de ser forte politicamente.

Tem de fazer política nacional, interna, que devolva a esperança às pessoas e as envolva num projecto de futuro e, principalmente, política externa junto dos nossos parceiros comunitários e aliados extracomunitários.

Tem de fazer política, em vez de se arvorar no dono do pensamento e das soluções únicas e tem de se deixar dessa infantilidade que Cavaco Silva baptizou como teoria dos “bons alunos”.
LNT
[0.508/2012]

Fetiches

CordaDepois de se ter divorciado de todos os eleitores, dos parceiros sociais e económicos, da concertação, da coesão, do Presidente da República, dos Partidos que o sustentam, da Europa e do resto do Mundo, o Governo divorcia-se agora de si próprio.

Tudo isto porque quer manter uma amante imaginária, caríssima, perita em sadomasoquismo.

Ainda não percebeu, mesmo depois dela já o ter informado de que o chicote deve ser usado com mais propriedade, que o cabo da chibata é para segurar na mão e não para o uso que ele lhe quer dar.

Depois admira-se das olheiras.
LNT
[0.507/2012]

Caracol, caracol, põe os corninhos ao Sol

CaracolChamar cobardia política àquilo que Portas e Comp.ª andam a fazer é simplificar.

Paulo Portas é, a par de Francisco Louçã, um dos políticos mais rodados no activo.

Tanto um como outro são politiqueiros de mão cheia e baseiam a sua demagogia no atrevimento da irresponsabilidade inconsequente. Diferencia-os o facto de Portas estar convencido que faz parte dos Partidos do poder por já ter estado inúmeras vezes no governo e por isso ter uma quota-parte da responsabilidade do estado a que chegámos e Louçã ter conseguido passar uma vida inteira na política sem nunca ter assumido a responsabilidade de dar alguma utilidade àquilo que apregoa.

Paulo Portas não é um covarde político. É somente um intriguista convencido de que é político e um demagogo pretensioso convencido que o seu papel de bengala poderá alguma vez ser transformado em papel de ceptro.

Não vale um caracol.
LNT
[0.506/2012]