Apesar desta chuva e tempo malditos estamos na Primavera. Basta olhar para as árvores que se fazem de mortas no Inverno para o perceber.
Leio num comentário anónimo ao meu texto 44 (este ano a produção de texto deste Blog tem sido pouco mais do que quase nada) que:
"Acredito que no PS há boas pessoas, cidadãos, técnicos, mas também lá estão os alapados aos tachos, troca-de-favores e futuras prebendas da rotatividade no poder... e as práticas destes fazem desistir e desacreditar no futuro do PS... e do país."
Preferi trazer à primeira página o contraditório, não porque tenha muito a contradizer por conhecer a realidade, mas porque é Primavera e na Primavera as árvores que se fazem de mortas no Inverno, enchem-se de folhas.
Há alapados nos Partidos, há alapados fora dos Partidos (que aliás estão na moda e a quem é muito mais favorável ser “independente”), há alapados na política, há alapados políticos que gostam de fingir que não o são (nem políticos, nem alapados – o nosso Presidente da República é um bom exemplo) e principalmente há os alapados na indiferença, aqueles que nada fazem para que algo seja diferente e estão sempre na vanguarda da crítica inconsequente e irresponsável porque, como se sabe, só se responsabiliza quem faz.
Além das lapas que se fixam com ganas às rochas para garantirem que as marés não as sacam dali, também há os burriés, os búzios, os ouriços e as pulgas-do-mar que, embora pareçam mais móveis do que as lapas, também se alimentam da babugem.
Depois há as árvores que deixaram de se entender com a Primavera. Sem folhas e sem força para brotarem novos galhos só aguardam que o madeireiro lhes acerte.
LNT
[0.046/2013]