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domingo, 19 de dezembro de 2021

Fazer de conta


O discurso de Rui Rio que há pouco ouvi foi mais uma peça de banalidade e demagogia capaz de ser proferido por qualquer taxista encartado (desculpa aos taxistas pela expressão).

Os populistas começam sempre por apontar tudo o que está mal deixando a quem os ouve o exercício de imaginar soluções para os problemas apontados.

Mesmo as contradições como, por exemplo, declarar que as verbas devem ser aplicadas no investimento e não no consumo do Estado ao mesmo tempo que diz ter de se aumentar o número e remunerações dos profissionais de saúde, ensino e por aí fora, demonstra bem o grau da demagogia usada.

Aproveitando a quadra natalícia diria que Rio me fez lembrar aqueles Pais Natal mal enjorcados que, na minha infância, via no Rossio com um saco gigante às costas cheio de papel de jornal amachucado para parecer estar cheio de presentes.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.009/2021]

sábado, 29 de novembro de 2014

Todos preocupados [ II ]

MagritteAli, pelo FaceBook, levantam-se dúvidas sobre o que eu queria dizer no Post abaixo.

Fazem-me lembrar o pessoal da comunicação social que temos e dos comentadores que essa CS contrata para constatar que os delegados ao XX Congresso Nacional estão “frios como nunca se viu” e atribuem isso à “mágoa” e à pungência do que se passa com Sócrates, mágoa e pungência que eles gostariam de testemunhar na máxima reunião política socialista.

Nunca colocam a questão em termos políticos, isto é, se os delegados ao XX Congresso estão magoados e pungentes com aquilo que se passou no PS após a última vitória do PS num acto eleitoral nacional.

Gosta a CS, os seus comentadores convidados e alguns iluminados falantes de fazer crer que o que se está a passar com o anterior PM é questão de mágoa quando ela mais não é de que uma questão de justiça que só compete ao poder judicial e ao acusado.

Não quer a CS, nem os seus comentadores convidados, fazer entender que se há mal-estar entre os militantes do PS as causas são políticas, pois é de políticas que se fazem os Congressos.
LNT
[0.326/2014]

Todos preocupados [ I ]

MagritteNão foi o grande discurso de Costa que fez esquecer os últimos meses no Partido Socialista. Que Costa sabe fazer e dizer discursos já eu sabia. Há décadas que o sei.

Só que há actos, para além das palavras, da simpatia e da amizade, que deixam marcas indeléveis.

Sente-se que a lebre Guterres já cumpriu a sua função. Sente-se que a corrida para a Presidência da República está já em curso com outras presidências hoje empossadas. Sente-se que muitos lugares que corriam risco há seis meses, se sentem hoje descansados. Sentem-se sentimentos mistos e alguns sentem-se mais. Nem todos, ao contrário do discurso oficial, estamos particularmente tristes, ou alegres.

Todos estamos preocupados, nada mais.
LNT
[0.325/2014]

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Bómm, o entertainer

Marcelo Rebelo de SousaTudo se resume na frase de vaipe:
Durante o avião pus-me a pensar e todos me disseram – não vás, porque...”

Marcelo pensa e todos lhe adivinham o pensamento, todos lhe respondem ao pensamento-pensado (mais do que pensado, mais do que armadilhado)

Bómm, o entretainer, ensaiou na catedral alfacinha do circo e do espectáculo o derradeiro entretém que fez de um congresso um mega-comício de campanha eleitoral e atirou para a rua os candidatos laranja à Europa, ao Parlamento Português e à Presidência da República.

Bómm, o entretainer, abafou todos os seus parceiros e amigos que pretendiam brilho, incluindo os infelizes Coelho e Menezes. Calou a gritaria e a prosápia de Rangel. Deixou a ideia de vazio que Santana nunca perdeu.

Só não conseguiu abafar a inconseguida Relvasrisação da coisa. Disso trataram os congressistas-eleitores que o reduziram ao que vale.

The show must go on!


LNT
[0.068/2014]

sábado, 11 de janeiro de 2014

A demagogia e a mentira também têm muita força

Portas RumsfeldPaulo Portas informou o Congresso e todos os portugueses que ainda têm um mínimo de pachorra para assistir pela televisão ao Congresso de um Partido diminuto, que o PP foi sempre chamado ao Governo em alturas de “enormes” dificuldades.

Terá sido assim com Durão Barroso quando Portas foi ministro de Estado e da Defesa Nacional e depois, quando admiravelmente foi nomeado ministro de Estado, da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar, com Santana Lopes?

É que me lembro de o ter já ouvido justificar a compra dos submarinos porque os tempos eram outros e as vacas-gordas ainda pastavam com um sorriso nas beiças.
LNT
[0.022/2014]

O que teve de ser teve muita força

Paulo Portas

Foi assim, e só assim, que o irrevogável ego-político português justificou a sua irrevogabilidade revogável.
Parece ter sido simples, e foi.

O que o tinha colocado na situação de irrevogável foi a substituição de Gaspar por Maria Luís e a sua grande vontade de ser mais do que aquilo que ele era.

Quanto à primeira condição, nada.
Quanto à segunda, o aumento do poleiro e a ego-vaidade do palacete, teve toda a força do Mundo.

E o PP que resta do CDS, o que adora o líder e entende que continua a ser útil para Portugal o francesismo "o Estado sou eu" (daí o interesse nacional), aplaudiu.

Confirma-se que todas as missas continuam a terminar com ámen.
LNT
[0.021/2014]

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Somewhere over the rainbow

LeitãoAlgures, entre Sangalhos e Fermentelos, Paulo Portas vai reunir o seu Partido este fim de semana.

Terras famosas pelo leitão e pelo espumante são propícias ao encontro borbulhante onde não faltará o malhar no Constitucional para justificar os fins atingidos por todos os meios, incluindo os que espezinharam as linhas amarelas e rubras da pouca-vergonha trocadas por um punhado de honrarias e um palacete no Jardim Zoológico.

O irrevogável pantomineiro-mor vai ter tribuna para azucrinar a oposição com as habituais tretas do arco da governabilidade e das responsabilidades que cabem a cada um dos raios desse arco. Também em arco há-de colocar as sobrancelhas quando epistolar sobre as "questões estruturais" fazendo crer que foram alguma vez por si definidas.

Portas, em sede de fornos e assados, vai fazer o sarrabulho do costume com o que resta do sangue do ex-CDS, fingindo que apresentou um modelo de reforma e que a gordura que tem no prato vem da pele dos javardos infantis estorricados na zona e não do pote recheado com o confisco que tem feito aos contribuintes a que antes garantia defesa.

Resta saber se culminará mais este ritual com a visita a um lar de idosos ou, à míngua, se os irá contactar nas ruas, nas camas de cartão para onde os empurra desde que lhes surripiou os votos.
LNT
[0.012/2014]

sábado, 27 de abril de 2013

Jornalistas assessores

Helena MatosJá o disse anteriormente. Não me causa qualquer confusão que existam jornalistas recrutados para o poder e para os gabinetes desse poder. Qualquer profissão tem o dever de serviço público e os jornalistas não são excepção.

Preocupa-me muito mais ver jornalistas que, sem deixarem de ter esse estatuto e sem serem oficialmente recrutados para o poder, exerçam esse papel.

Se têm dúvidas percam 10 minutos a ouvir as peças que Helena Matos está a desenvolver em permanência a partir do XIX Congresso do Partido Socialista à frente das câmaras da TVI24.

Não merece mais que os tais 10 minutos de atenção mas vale a pena ouvi-la na intriga e politiquice permanente para perceberem a estratégia.
LNT
[0.081/2013]

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Impossível deixá-lo acabar o mandato com dignidade *

Bolo-ReiDeveríamos tudo fazer para deixar que o presidente da República terminasse o seu mandato com dignidade.

No entanto esse dever é-nos impossível porque, para tal, teríamos de ter um Presidente da República (Artigo 120.º da CRP – Definição - O Presidente da República representa a República Portuguesa, garante a independência nacional, a unidade do Estado e...) e não um presidente da República que representa uma facção da República Portuguesa e não reconhece que a soberania, una e indivisível, reside no povo. (Artigo 3.º da CRP - Soberania e legalidade - 1. A soberania, una e indivisível, reside no povo, que a exerce segundo as formas previstas na Constituição. 2. O Estado subordina-se à Constituição e funda-se na legalidade democrática...)

Quando o primeiro-Ministro foi a Belém de calças na mão e com ele levou o seu tutor fazendo lembrar Egas Moniz, veio de lá com os calções apertados pela confiança do padrinho que, em troca da bênção, exigiu as cabeças que o atormentavam e o encaixe e promoção dos seus homens, na lógica de que uma mão lava a outra.

O presidente da República foi agora à AR, dois anos depois de ter contribuído para que Portugal fosse tutelado pelos mercados que na altura fez questão de defender acerrimamente, escudar-se na teoria do terror para justificar o caminho que impôs ao País e que tem dado os resultados que todos conhecemos. Fez mais, apontou esse caminho como a única solução possível e decretou que ele terá de ser seguido por quem quer que seja para poder justificar a sua obstinação no "normal funcionamento" com a qual fundamenta a desnecessidade de devolver a soberania ao povo.

Cavaco conseguiu com o seu ruído anular os consensos bem como todos os discursos proferidos na 39ª comemoração da restauração da democracia portuguesa. Nem o excelente discurso de Alberto Costa, nem os razoáveis discursos do CDS e do BE, nem o da Presidente da Assembleia da República que, entre outras passagens de grande significado político, não perdeu a oportunidade de lembrar ao seu principal convidado quem foi e o que escreveu Saramago, tiveram eco nos media.

Aguarda-se que este fim-de-semana o Plenário dos Socialistas volte a trazer à ribalta os conceitos que Cavaco abafou e faça esquecer os do presidente da República pois só assim será ainda possível deixá-lo terminar o mandato sem indignidade.

*conceito datado de 1995 a partir de reflexões conseguidas entre os calhaus de Pulo do Lobo
LNT
[0.079/2013]

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Divórcios pelo Seguro

NavalhaPelo que leio no SOL, um grupo de "45 jovens turcos" (a expressão é lá usada) decidiu avançar com uma carta aberta a Seguro para o convencer da bondade de medidas que o próprio Partido Socialista recusou no último Congresso Nacional.

Nada contra "cartas abertas" nem contra os 45 jovens (isto de se ser jovem é cada vez mais a aplicação das teorias da esperança de vida aos conceitos de juventude – um destes dias os nossos netos já andam na faculdade e os seus pais ainda são jovens) até porque nutro por muitos deles amizade e simpatia. Tudo contra a tentativa de conseguir pela pressão mediática aquilo que se não consegue pela expressão eleitoral.

O Partido Socialista elegeu há meia-dúzia de dias os delegados ao Congresso Nacional para defesa das Moções Políticas que serão discutidas nesse Congresso. O teor desta "carta aberta" não foi apresentado a sufrágio dos militantes porque os seus subscritores não o quiseram fazer o que me parece que teria sido muito mais coerente com a ideia de “mostrarem preocupação crescente com o «acentuar do divórcio» entre os partidos e a sociedade” (como se os Partidos democráticos não fossem parte da própria sociedade e esse divórcio não se devesse começar a combater dentro dos Partidos para evitar o divórcio entre as suas elites e os seus militantes)
LNT
[0.067/2013]

segunda-feira, 15 de abril de 2013

O lago dos cisnes

TrockaderoMais voto, menos voto, Seguro conseguiu quase 97 % de apoio dos militantes do PS e a sua Moção política 99%.

Parece que, aqueles que se esconderam debaixo da mesa depois de ter andado a ocupar tempo de antena exigindo atenção valem, mais voto, menos voto, uns 3%, isto é, não votaram em Seguro porque fazem saber não gostar dele, mas votaram nos delegados para defesa da moção política, porque lhe acrescentaram uns parágrafos e porque querem estar no Congresso Nacional para negociarem, em conjunto com os inerentes do costume, uns lugares de proa nos Órgãos Nacionais de forma a garantir que os holofotes se não apaguem e que as cadeiras do Parlamento continuem a proporcionar-lhes visibilidade.

Aguardemos agora por Santa Maria da Feira para saber como vai ser a dança. Consta que as proteções de silicone para os sapatos de pontas já estão esgotadas no mercado nacional.
LNT
[0.054/2013]

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Festas

Bandeira do PSOs Congressos Nacionais do Partido Socialista costumavam ser uma festa. Partido enraizado nos conceitos democráticos da melhor tradição, defensor de teorias social-democratas e humanistas, nunca deixou que a liberdade fosse suspensa nem que os princípios de fraternidade e solidariedade fossem metidos na gaveta, mesmo em tempos de grandes dificuldades.

Por assim ser, a festa socialista que sempre foram os seus Congressos, levava a palco ideias diferentes de fazer, protagonistas diferentes e orientações políticas diversas que não temiam confrontar-se, algumas vezes para depois fazerem a síntese, outras para optar pelos caminhos vencedores.

Só um exemplo, o Congresso onde Manuel Alegre, João Soares e José Sócrates foram opositores, chegaria para realçar a festa socialista, a festa da democracia, da liberdade e da clarificação.

Neste Congresso que se aproxima parece que todos alinham pela mesma doutrina. Apoiantes e detratores dos órgãos directivos do PS propõem-se avançar sem constituir alternativa.

Fraca festa se espera. Tenho saudades do tempo em que o conceito da política continha frontalidade e lealdade.
LNT
[0.044/2013]

terça-feira, 9 de abril de 2013

Navegar é preciso

BarcosFiz um pequeno texto na Rede Social sobre a apresentação que AJ Seguro fará, amanhã, da sua moção ao Congresso Nacional e sobre as eleições do SG do PS e dos delegados ao Congresso que se realizarão no próximo sábado.

Confesso que o texto continha uma pequena provocação porque relembrava que os delegados ao Congresso são os representantes dos militantes para defesa das moções pelas quais se apresentam a sufrágio e têm o dever de, na qualidade de mandatários de quem os elege, eleger os órgãos nacionais para o próximo mandato.

De troco recebi meia dúzia de comentários, curiosamente todos oriundos de não eleitores do PS, onde se atacava Seguro com as habituais frases e expressões de desdém que seriam pronunciadas da mesma forma sobre qualquer outro candidato que se apresentasse a líder do PS.

Interessante verificar que o habitual "eles” e "nós" continua a ser a chave de tudo isto.
LNT
[0.042/2013]

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

à Pressa

AtentosEm primeiro lugar há que distinguir “à pressa” de "há pressa". Essa distinção é essencial para entender o que está em causa porque, não havendo pressa e fazendo à pressa, só se obtêm maus resultados.

Ouvem-se alguns apressadinhos cheios de pressa e com saudades de um tempo, quase recente, em que punham e dispunham a seu belo prazer, a apressarem-se para matar essas saudades agora que os seus magníficos narizes pressentem o retorno dos odores do poder.

Pode ser que tanta pressa os leve à ejaculação precoce, coisa vulgar em quem antecipa o prazer à mecânica para o obter e assim, sem praticar o acto, consegue chegar aos gemidos egoisticamente inconsequentes.

Há-de haver sempre gente desta, apressadinha e disposta a fazer tudo, mesmo à pressa e mesmo que isso só sirva a sua pressa.

O mais estranho de tudo é que essa gente nunca é capaz de entender que os outros olham para eles com a expressão de quem já os topou há muito e já sem disposição nem pachorra para aturar os seus ruídos umbiguistas.
LNT
[0.008/2013]

segunda-feira, 26 de março de 2012

Só Sócrates consegue superar Lady Di

Cartaz proibidoBem, a coisa não é tal e qual assim. Lady Di está morta e enterrada e Sócrates está bem vivo e recomenda-se. Mas, em termos de saída de cena, podemos fazer o paralelo e por muito estranho que seja, Sócrates, pelo menos na Lusitânia, consegue superar as caixas altas e baixas dos jornais e até consegue ter sido, um ano depois de já pouco ter a ver com a porcaria que os actuais senhores do Governo andam a fazer, o assunto mais discutido e debatido no Congresso absolutamente Coreano que o PPD/PSD convocou para impor a vontade de Passin Il I (aquela de subir à tribuna para mandar votar bem o que ele entendeu ter sido mal votado pelas bases do seu Partido nem lembrava ao próprio Kim da Coreia).

Sócrates nunca foi o meu forte, confesso. Confesso também que, de todos os Secretários-Gerais do Partido Socialista, foi o que menos me agradou. Confesso também que nunca votei nele dentro do Partido Socialista. Nada disto é novidade. Quem me lê regularmente e/ou me conhece partidariamente, sabe-o bem. Mas uma coisa é ser discordante e outra é ser raivoso e foi esta última característica que mais se fez ver na laranjada norte-coreana do multiusos.

Até o busto de bronze montado no altar onde se fazem aquelas missas corou com tanta pouca vergonha e se é verdade que dali não arredou pé, nem quando se malhou no lombo da coisa (vá lá que ainda não foi desta que o homem citou aquela outra popularuchada do "a quem não sabe ***** até os ******* atrapalham"), deve ter-se enfurecido por nunca ter sido citado enquanto que Sócrates fazia parte de todas as frases.

Uma pepineira de Congresso só igualável à falta de sentido de Estado que fez as parangonas do Expresso desta semana. Decididamente estamos muito mal entregues.
LNT
[0.179/2012]

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Tricas da comunicação

MicrofonesComo dizia um estapafúrdio chefe de gabinete com quem lidei em tempos:
Esta gente não se enxerga!

Quem teve a oportunidade e o interesse de acompanhar pelas televisões noticieiras o desenrolar do Congresso Nacional do PS verificou que foram puxados, até à exaustão, três assuntos em que os jornaleiros de serviço se concentraram, a ver:
1 - Listas conjuntas/listas concorrentes;
2 - Caso da visita aos bastidores feita por António José Seguro; e
3 - Revisão Constitucional para entrada do tecto do défice.

Como Passos Coelho só teve oportunidade de acompanhar o Congresso pelas televisões e mandou uma figura menor representá-lo no encerramento dos trabalhos, não teve oportunidade de saber o que ficou dito e por isso declarou à comunicação social que nada de novo de lá tinha saído. Pouco importa, em breve terá oportunidade de ouvir na Assembleia da República o que agora não lhe interessou, nem sequer para poder fazer um balanço um pouco mais lúcido.

Voltando aos pontos que os nossos pivots de serviço e comentadores (in)dependentes e (im)parciais não pararam de referir:

Sobre o ponto um – Listas – o interesse para a opinião pública era tanto como o de saber porque razão não se fazem listas únicas quando os cidadãos elegem os seus deputados para a Assembleia da República. Um assunto que reside na democraticidade interna do Partido mais livre de Portugal, em vez de ser entendido como sinal de vigor e de verdade foi objecto de tricas jornaleiras para daí tentar engodar a opinião pública, na tentativa de passar a imagem de divisão que nunca conseguiram encontrar nos corredores e no plenário da reunião magna.

Sobre o ponto dois – Charme de António José Seguro e engulhos de António Costa – a vontade de criar um caso foi tal que, depois de Assis ter dito o que disse sobre a sua posição em relação à nova liderança do PS e com isso ter esvaziado a intriga dos pivots, se apontou a matraca para repetir sem cessar que António Costa era o verdadeiro opositor de Seguro, mesmo sabendo que ele não era concorrente.
A visita que Seguro fez aos bastidores, em vez de ser considerada aquilo mesmo que era – uma cortesia aos trabalhadores da comunicação social e uma demonstração de reconhecimento pela divulgação dos trabalhos – passou a ser comunicado como manobra comicieira de charme (de nada serviram as permanentes declarações de Seguro confirmando que este é um tipo de acção que lhe é comum e assim sabido por todos os que já tiveram oportunidade de lidar com Seguro ao longo dos anos).
O momento alto veio a conseguir-se quando Seguro visitou a TVI24 e, em vez de o barrarem por se estar a realizar um directo com António Costa (coisa que era evidente Seguro não poder saber porque estava em trânsito), deixaram-no entrar em cena criando uma situação inesperada. António Costa, que afinal parece saber quem é António José Seguro, reagiu e abandonou a entrevista dando margem para todas as especulações. Foi aquilo a que esta gente chama de "momento televisivo". Não interessa para nada, mas um gag é sempre um gag, e não se pode desperdiçar.

Sobre o ponto três
– Revisão da Constituição para que passe a conter um tecto – único ponto que poderia ter algum interesse político embora insignificante naquele momento dado ser matéria a tratar noutra sede. Bastou saber que Seguro não faria declarações sobre o assunto para que a questão fosse colocada centenas de vezes.

Dito isto confesso que, também eu que não pude ir ao Congresso, estou agradecido pelos muitos directos que foram feitos os quais me permitiram, nos raros momentos de silêncio opinante dos jornalistas e dos papagaios de serviço, acompanhar aquilo que os congressistas disseram.
Bem-hajam por isso.
LNT
[0.370/2011]

domingo, 11 de setembro de 2011

Notas do Congresso [ VI ] (e último)

Símbolo do PSTodas as matérias que tinham sido tratadas nos Grupos de Trabalho foram apresentadas no discurso final do Secretário-Geral.

O Partido Socialista volta a ser o conjunto dos seus militantes e simpatizantes e o Secretário-Geral volta a ser o porta-voz do Partido.

O PSD insiste no conceito maoísta da auto-crítica. Não entende que só interessa analisar o passado para corrigir o percurso futuro e, insistindo no que de bom se fez e evitando repetir erros, avançar para a melhoria da qualidade de vida dos portugueses. O PSD exige flagelação e não novas soluções e ideias e muito menos a obrigação de monitorização e alternativa que se impõe à oposição.
Idem para o CDS.

Infelizmente do BE e do PCP nada há que acrescente. Continuam no registo de sempre virados para o passado. (esta apreciação resulta dos comentários que foram feitos à saída pelas diversas forças políticas)
LNT
[0.366/2011]

Notas do Congresso [ V ]

Símbolo do PSO combate à corrupção.

O Partido Socialista vai ser exemplo do combate à corrupção.

Tanto internamente como com os diversos candidatos que se apresentem a votos, o combate à corrupção será medida prioritária. Vão ser apresentados na Assembleia da República novos projectos. Vão ser recuperados projectos já anteriormente discutidos para os melhorar e os fazer submeter à apreciação dos parlamentares.

Vai ser feita nova política. Há um novo ciclo no PS. Há um novo ciclo de esperança renovada. Há um novo ciclo para a esquerda portuguesa. Há um País que espera que este Novo Ciclo os represente.

Grande discurso de António José Seguro. Vamos dar-lhe forma.
LNT
[0.365/2011]

Notas do Congresso [ IV ]

Símbolo do PSOs valores do PS. A política nacional.

A racionalização das medidas de contenção exigem que não haja cegueira nos cortes. As pessoas estão primeiro, os cidadãos não podem ser amputados da esperança no futuro de Portugal e dos portugueses.

O actual Governo ainda não parou de agravar impostos e de reduzir o apoio que o Estado Social deve a quem contribui. Tem sido injusto, atingindo os que mais precisam e a Classe Média e deixa de fora os que sempre ficam de fora quando são exigidos sacrifícios.

Este Governo prefere cortar na vida a cortar nas despesas inúteis (as chamadas gorduras dos desperdícios). Este Governo só fala em finanças e esquece a economia. Cria recessão sobre a recessão, fomenta o ciclo do empobrecimento, do desemprego e da caridade.
LNT
[0.364/2011]

Notas do Congresso [ III ]

Símbolo do PS
A homenagem feita às vítimas de 11 de Setembro foi bem o sinal do cuidado que a nova direcção do PS dedica à comunidade internacional. Bom sinal, este de se entender que os problemas portugueses só poderão ter resolução com as soluções que forem encontradas para as questões internacionais e em especial para as da União Europeia.

Veremos no resto do discurso como será abordada esta questão.

O PS está e estará sempre ao serviço dos portugueses. Uma vez mais AJS reforça que, para que essa missão se concretize, é necessário reformar as políticas europeias.
LNT
[0.363/2011]