terça-feira, 30 de abril de 2013

1º de Maio

Maios

Como se sabe, convém que no dia de amanhã os homens se levantem cedo (não se lhes vá o Maio entrar), todas e todos traguem, em jejum, um copo de três de aguardente e saiam para os campos para apanhar papoilas saltitantes.

Deixem lá isso da crise, que não interessa nada, e festejem com cantares os idos de Abril e o facto de ainda ser feriado. Com a aprovação do DEO pode ser a última vez que comemorem o 1º de Maio na qualidade de trabalhadores.

Tenham um bom Primeiro de Maio e fiquem com os votos habituais desta festa para que sejam os ricos a pagar a crise.
LNT
[0.088/2013]

… e mal pagos

KatrepillerAgora que transformaram as reuniões do Conselho de Ministros em RGA’s fala-se que Gaspar está de malas aviadas para abandonar lentamente o barco em que nos fez naufragar. Diz-se que hoje de manhã andou a minar o que resta do casco já com o salva-vidas vestido.

Enquanto isso, a RGA de Ministros ultima em segredo o novo PEC, digo, o DEO que entregará em simultâneo na AR e em Bruxelas.

Depois de o fazer vai voltar a falar em consensos (consentimentos) como lhe ordenará o padrinho de Belém.
LNT
[0.087/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLIX ]

Alentejo
Alentejo - Portugal
LNT
[0.086/2013]

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Concertação e consenso

Alfredo CoelhoConsenso e concertação são coisas diferentes.

Consenso é consentimento. Concertação é entendimento decorrente de negociação.

Quando o Presidente apela a consenso, e todos nos recordamos do que foi o seu consenso quando foi Primeiro-Ministro (ruptura de coligações e buzinões) fala de consentimento.

Quando Seguro fala em entendimentos mesmo caso venha a conseguir uma maioria absoluta (quando se contarem votos) fala de concertação, negociação e diálogo, para que a política seja a arte da inclusão e a inclusão seja a solução.

Parecem conceitos claros mas têm determinados pressupostos sendo que o primeiro assenta no valor percentual que cada uma das partes representa. Em política democrática isso fica claro através dos votos, razão que me leva sempre a preferir a composição de listas por métodos proporcionais a listas de consenso e a governos concertados em vez de governos consensualizados.
LNT
[0.085/2013]

Arbustos, mãos e ventríloquos

MãosNisto dos arbustos e das mãos há os que se fazem de arbustos para esconderam as mãos, os que mechem as mãos por detrás dos arbustos e as mãos que traspassam os arbustos.

Além destes considerandos há também outros que consideram que as vozes usadas na necromancia são práticas políticas aceites para o exercício da cidadania e do confronto democrático. Normalmente quem pratica o método desconhece que a ética reprovou esses truques, há muito, o que fez com que essas práticas se transformassem em arte circense, a ventriloquia, onde não se pretende enganar os públicos mas sim entretê-los fingindo que os bonecos têm voz própria.

Adelante que se faz tarde e mais logo vou escrever sobre aquilo que retirei de conclusões do XIX Congresso Nacional do PS e que foi um pouco diferente daquilo outro que a comunicação social e os comentadores oficiosos dos arbustos, das mãos e da arte de "ventriloquar" me quiseram convencer.
LNT
[0.084/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLVIII ]

Azedas
Arbusto de azedas - Costa Vicentina - Portugal
LNT
[0.083/2013]

sábado, 27 de abril de 2013

Teorias da conspiração

MaduroEstranham que a carta escrita a António José Seguro seja assinada por Poiares Maduro.

Cada vez se estranha menos porque Maduro foi colocado no Governo por Cavaco para se começar a preparar o novo Governo de iniciativa presidencial.

Quando Passos Coelho e Gaspar foram a Belém, vieram de lá abençoados e com o recado no bolso. A substituição de Relvas seria feita pelo upgrade de Marques Guedes e os dinheiros do QREN seriam sacados ao Ministério da Economia de Álvaro e ficariam na mão de Poiares Maduro, um dos fiéis na reeleição de Cavaco.

O currículo de Miguel pôs o País de olhos em alvo, fórmula conseguida para desfocar o que esses olhos viam. Maduro surge rapidamente à frente do briefing do Conselho de Ministros o que provoca ainda mais a ira de Paulo Portas que ambiciona, há muito, tomar conta da distribuição do que resta dos dinheiros que chegam pelo QREN. O Governo está destabilizado, o que convém para que Cavaco acerte contas pela derrota de Manuela Ferreira Leite e exerça o que mais gozo lhe dá, isto é, o instinto vingativo a que Coelho não será poupado mais tarde ou mais cedo. Portas estará, como sempre, disponível desde que lhe dêem aquilo que ele nunca conseguirá sozinho com o PP.

Maduro reafirma-se agora ao assinar a carta a Seguro. Cavaco foi claro no 25 de Abril. Não haverá eleições, mas pretende consensos para levar a legislatura até ao fim.

Uma carta assinada por um futuro Primeiro-Ministro a outro. O protocolo foi cumprido.
LNT
[0.082/2013]

Jornalistas assessores

Helena MatosJá o disse anteriormente. Não me causa qualquer confusão que existam jornalistas recrutados para o poder e para os gabinetes desse poder. Qualquer profissão tem o dever de serviço público e os jornalistas não são excepção.

Preocupa-me muito mais ver jornalistas que, sem deixarem de ter esse estatuto e sem serem oficialmente recrutados para o poder, exerçam esse papel.

Se têm dúvidas percam 10 minutos a ouvir as peças que Helena Matos está a desenvolver em permanência a partir do XIX Congresso do Partido Socialista à frente das câmaras da TVI24.

Não merece mais que os tais 10 minutos de atenção mas vale a pena ouvi-la na intriga e politiquice permanente para perceberem a estratégia.
LNT
[0.081/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLVII ]

Congresso PS
XIX Congresso Nacional - PS - Portugal
LNT
[0.080/2013]

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Impossível deixá-lo acabar o mandato com dignidade *

Bolo-ReiDeveríamos tudo fazer para deixar que o presidente da República terminasse o seu mandato com dignidade.

No entanto esse dever é-nos impossível porque, para tal, teríamos de ter um Presidente da República (Artigo 120.º da CRP – Definição - O Presidente da República representa a República Portuguesa, garante a independência nacional, a unidade do Estado e...) e não um presidente da República que representa uma facção da República Portuguesa e não reconhece que a soberania, una e indivisível, reside no povo. (Artigo 3.º da CRP - Soberania e legalidade - 1. A soberania, una e indivisível, reside no povo, que a exerce segundo as formas previstas na Constituição. 2. O Estado subordina-se à Constituição e funda-se na legalidade democrática...)

Quando o primeiro-Ministro foi a Belém de calças na mão e com ele levou o seu tutor fazendo lembrar Egas Moniz, veio de lá com os calções apertados pela confiança do padrinho que, em troca da bênção, exigiu as cabeças que o atormentavam e o encaixe e promoção dos seus homens, na lógica de que uma mão lava a outra.

O presidente da República foi agora à AR, dois anos depois de ter contribuído para que Portugal fosse tutelado pelos mercados que na altura fez questão de defender acerrimamente, escudar-se na teoria do terror para justificar o caminho que impôs ao País e que tem dado os resultados que todos conhecemos. Fez mais, apontou esse caminho como a única solução possível e decretou que ele terá de ser seguido por quem quer que seja para poder justificar a sua obstinação no "normal funcionamento" com a qual fundamenta a desnecessidade de devolver a soberania ao povo.

Cavaco conseguiu com o seu ruído anular os consensos bem como todos os discursos proferidos na 39ª comemoração da restauração da democracia portuguesa. Nem o excelente discurso de Alberto Costa, nem os razoáveis discursos do CDS e do BE, nem o da Presidente da Assembleia da República que, entre outras passagens de grande significado político, não perdeu a oportunidade de lembrar ao seu principal convidado quem foi e o que escreveu Saramago, tiveram eco nos media.

Aguarda-se que este fim-de-semana o Plenário dos Socialistas volte a trazer à ribalta os conceitos que Cavaco abafou e faça esquecer os do presidente da República pois só assim será ainda possível deixá-lo terminar o mandato sem indignidade.

*conceito datado de 1995 a partir de reflexões conseguidas entre os calhaus de Pulo do Lobo
LNT
[0.079/2013]

Tudo é e não é

Tudo é e não éConvida-me o Manuel Alegre para a apresentação do seu novo romance "Tudo é e não é" que se realizará na próxima segunda-feira, dia 29 de Abril, às 19:15, no Palácio Galveias, em Lisboa.

Deverei ir. Normalmente tenho ido onde Manuel Alegre me convida. Coisa antiga de camaradagem. Coisa de quem se habituou a ler Alegre e, por o conhecer, ter a certeza de que com ele se está bem acompanhado.
"O que ele não prevê é que o seu empenho em narrar o inenarrável o aprisionará num caleidoscópio de sonhos e obsessões onde realidade e sonho, sonho e ficção já não se distinguem e o próprio espaço e tempo são subvertidos, desde a discussão com Lenine e Trotsky em plena revolução russa até às manifestações em Lisboa e à Mão Invisível que invade a vida e o sonho."
Que diferente tudo seria se os portugueses tivessem preferido a literatura à economia e à abstenção.
LNT
[0.078/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLVI ]

Endeavour
NASA - Florida - EU
LNT
[0.077/2013]

quinta-feira, 25 de abril de 2013

sözlü SLB

Águia
LNT
[0.076/2013]

O Abril a que chegámos [ II ]

Cravo BrancoA SICn faz-se agora pagar para que os seus conteúdos estejam acessíveis na Internet.

A entrevista que Gomes Ferreira fez a Henrique Gomes é de antologia para que se entenda o (des)Abril em que vivemos.

Sempre me pareceu que Álvaro tinha de ter algo de especial para ser transformado no bombo deste Governo. A sua manutenção em funções, depois de ser pública esta entrevista, diz-nos que essa especialidade é o ballet e o pas de deux.

Se puderem e estiverem dispostos a ler nas entrelinhas dos sorrisos e silêncios, não deixem de ver esta entrevista esclarecedora do estado a que chegou Abril.
Há sectores protegidos em Portugal onde a crise parece não ter chegado.
Algumas empresas beneficiam de leis especiais que as protegem e lhes garantem lucros.
Um dos sectores que vive com rendas garantidas é o da energia. O diagnóstico foi feito pela Troika na análise à economia portuguesa há quase dois anos.
Mas a revisão de alguns contractos e anunciada liberalização não levou a uma descida dos preços, bem pelo contrário
.
LNT
[0.075/2013]