terça-feira, 1 de outubro de 2013

De regresso à Terra

Planeta TerraVoltando à vaca fria, isto é, à terra que um dia nos há-de comer, voltamos às espantosas contradições da propaganda Lombo-Madura.

Em semana de eleições estávamos à beira da catástrofe com segundo resgate à vista, os troikos enlouquecidos ordenavam o passo em frente para o precipício, o Mais Alto Reformado da Nação encharcado em bolo-rei soltava perdigotos sobre aquilo de que se pode ou não falar e o Paulo (o nosso querido, sorridente e irrevogável Paulinho) dormia a sesta nos seus aposentos palacianos com a cabeça almofadada pela papelada da Reforma do Estado que está a ser parida na paisagem protegida do Zoológico de Lisboa.

Agora, passados 4.995.174 votos e uma semana, tudo é diferente. Da tempestade passámos à bonança, da beira do precipício passámos à beira do pote e da recessão passámos a uma recuperação nunca vista na Europa. O OE que está a fermentar para nos embebedar de alegrias e a avaliação troika das oitava e nona etapas vai mitigar os riscos. Passaremos a ser, para além dos melhores e mais bem comportados alunos da escola primária europeia, os mais esmifrados infantes do Mundo.

Neste regresso ao planeta Terra, com a máquina da propaganda oleada a vaselina e a funcionar a mata-cavalos para nos distrair do essencial, vamos ficar ainda mais atolados no saque que parece não ter fim.
LNT
[0.341/2013]

O Puarto é uma Naçon

"O nosso Partido é o Porto"

Diz a Lei Fundamental no nº 4 do artigo 51:
"Não podem constituir-se partidos que, pela sua designação ou pelos seus objectivos programáticos, tenham índole ou âmbito regional".
Sim, sabe-se que era só um cartaz e não a constituição de um Partido Político embora se adivinhe ali uma proveta para fertilização Presidencial in vitro.
LNT
[0.340/2013]

Das vitórias (reais e morais)

Foice e marteloPor aqui basta de análises dos resultados eleitorais. Já se sabe, basta ler por aí e ouvir os comentadores do costume, que o grande vencedor destas eleições foi o PCP, logo seguido do CDS. O grande derrotado foi o PSD, logo seguido do PS. O BE não interessa para nada e os Independentes passaram a liderar o País.

Mesmo o facto do Partido Socialista ter tido sozinho 36,25% - 1.810.744 votos, o PSD ter tido sozinho 16,69% - 833.772 votos e mais uns pós coligado com o CDS e outros, o PCP ter tido (sempre com a muleta do PEV para esconder a foice e o martelo) 11,06% - 552.506 votos, o CDS ter tido sozinho 3,04% - 151.828 votos (mais 30.000 votos do que o BE) e mais uns pós coligado com o PSD e outros e os Grupos de Cidadãos terem conseguido 6,90% - 344.566 votos (o que é mais do dobro dos votos do CDS) não muda as intenções nem as vontades que atribuem vitórias morais a quem superou os maus resultados obtidos anteriormente.

Até há quem faça as contas comparando o número de votos obtidos em 2009 e em 2013 sem ter o cuidado de mencionar que nestas eleições votaram menos 538.000 eleitores.

Assim sendo, nesta barbearia tudo se fará para não continuar esta discussão onde, inclusive, há quem queira fazer crer que os eleitores foram às urnas numas eleições primárias para decidir o candidato a Secretário-Geral do Partido Socialista.

Dito isto, para terminar a coisa, resta parabenizar o PCP e a sua muleta verde pelo fantástico resultado, O CDS pelo “penta” (não esquecer de o incluir também na vitória portuense) e os fantásticos independentes que quase tiveram 7% da votação e que representaram desde cidadãos independentes que não se revêem nos Partidos até militantes descontentes com os seus próprios Partidos passando ainda por alguns que se substituem a outros cidadãos que têm de comemorar as suas vitórias dentro de um estabelecimento prisional.
LNT
[0.339/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXXXVII ]

Padaria Ribeiro
Padaria Ribeiro - Porto - Portugal
LNT
[0.338/2013]

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Porque é que António Costa ganhou

CostaNo trilho de desvalorizar a vitória do Partido Socialista faltava-me ler ou ouvir a famosa máxima de que “não foi X que ganhou mas Y que perdeu”. Agora que já tive a oportunidade de a ler, o panorama está completo.

Certo é essa máxima ter o mesmo valor que a expressão “vale o que vale” ou o outro que os enchedores de chouriços dão às tripas sintéticas.

Adelante!
Interessa saber porque é que António Costa ganhou Lisboa.

As razões são claras: Ganhou porque Costa fez um excelente trabalho nos mandatos anteriores. Ganhou porque teve uma equipa de grande qualidade a trabalhar com ele. Ganhou porque os eleitores alfacinhas reconheceram nele e na sua equipa, gente capaz de gerir a Capital de Portugal.

Reforçou a sua votação porque os lisboetas entenderam que só com maioria absoluta, também na Assembleia Municipal agora presidida por Helena Roseta, se acabariam os entraves anteriormente levantados para impedirem o trabalho profícuo que no município se tem desenvolvido.

Nem os cidadãos de Lisboa estavam interessados em dar-lhe o seu voto, nem teriam elegido tantos presidentes de Junta de Freguesia se tivessem em agenda catapultar António Costa para fora da CML.

O que vier daqui a três anos, quando a Presidência da República ficar ainda mais vazia do que já está hoje e tiver de se abrir concurso para a vacatura, será bem-vindo porque estaremos no limite deste mandato e haverá um substituto natural preparado para substituir António Costa.

Sem se aperceberem, ou percebendo e não se contentando em desvalorizar a vitória nacional do PS, pretendem também desvalorizar o reconhecimento pelo meritório desempenho desta equipa que os cidadãos de Lisboa consagraram no sufrágio. Como se os boletins de voto autárquicos se destinassem a outro fim que não o de eleger os candidatos do poder local e a penalizar quem tão mal tem exercido o poder.

Costa ganhou Lisboa pelo seu mérito e pelo mérito reconhecido a toda a equipa que o acompanhou. Ficam os eleitos de parabéns pelos bons resultados conseguidos e os cidadãos de Lisboa por terem acertado em tão feliz escolha.
LNT
[0.337/2013]

Rescaldos [ VII ] – O BE

Apontamentos

Pum!

LNT
[0.336/2013]

Rescaldos [ VI ] – O Alberto João

Apontamentos
As notícias de que o homem morreu são manifestamente exageradas. Em política só se morre quando se deixa de estar vivo e esse estado nota-se quando os olhos ficam fixos num ponto do horizonte.

Pelo que se viu nas imagens, Alberto João ainda consegue mover os olhos e carregar as sobrancelhas enquanto expele veneno.
LNT
[0.335/2013]

Rescaldos [ V ] – O PCP

Apontamentos
O outro vitorioso destas eleições. O PCP é tradicionalmente vitorioso mas desta vez até conseguiu canalizar muitos dos votos de protesto (ainda bem) e com isso recuperou alguns dos seus tradicionais redutos.

De resto, mesmo quando não venceu, ou mesmo quando andou muito longe disso (como foi no caso de Lisboa), conseguiu transmitir que tinha reforçado o seu lugar de oposição.
LNT
[0.333/2013]

Rescaldos [ IV ] – O PS

Apontamentos
O grande vitorioso da noite eleitoral continua a ouvir os comentadores dizerem que foi derrotado ou, pelo menos, que a sua vitória foi coisa sem significado. Seguro perdeu em todas as Câmaras onde o PS perdeu e perdeu em todas (a maioria) as Câmaras onde o PS venceu porque aí quem ganhou foram os candidatos do PS.
Confusos? Nem por isso, já sabemos a música de cor.

Teremos de aguardar pelas legislativas que nos darão um Governo do PS com Seguro à frente (será um dos melhores Governos de sempre) e um Presidente da República decente onde António Costa provará que, se o cargo for bem desempenhado, o Tribunal Constitucional deixará de ter de substituir o Presidente da República nos seus silêncios.
LNT
[0.331/2013]

Rescaldos [ III ] – O CDS

Apontamentos
De uma só cajadada matou dois coelhos. Colocou-se em bicos de pés para reclamar uma vitória contra o seu Primeiro-ministro no Porto. Encostou-se à penta vitória solitária para desvalorizar o total desaire que obteve onde concorreu coligado fazendo entender que os seus eleitores não gostam de ver o CDS ao colo do PSD.

Até poderá continuar a servir de muleta a Passos Coelho, contrariando a vontade dos seus correligionários, mas o PSD vai ter de lhe dar muito mais. A partir de agora a Dr.ª Luiz e o QREN vão ter de entrar na linha do Caldas. As graçolas de Coelho sobre a responsabilidade do desaire anunciado vão ter de acabar, senão ...
LNT
[0.329/2013]

Rescaldos [ II ] – O PSD

Apontamentos
Levou uma valente paulada (Carlos Abreu Amorim vai entrar em dieta, o que a ele só fará bem e para nós é uma óptima notícia).

Passos Coelho, tutelado por Cavaco Silva, fez saber que o rumo é para seguir. Sempre em frente, até ao esborrachamento na parede que tanto o atrai.

Paulo Portas puxou pelos galões e deixou cascas de banana irrevogável e criteriosamente dispostas por todos os becos desse rumo.
LNT
[0.328/2013]

Rescaldos [ I ] – a Coligação do poder

Apontamentos
A coisa abanou e ainda vai abanar mais.
A coligação perdeu em todo o terreno e isso vai fazer mossa ao acordo do poder.

Portas não perdeu tempo para informar o seu parceiro de que sai desta contenda com valor reforçado. Isso é só o que lhe interessa, é a sua missão patriótica e o brilhozinho nos olhos que ontem o fez gargalhar na comunicação ao País é a marca indelével de que continua a ser um adepto da vichyssoise.
LNT
[0.326/2013]

Autárquicas 2003 [ IV ]

Autárquicas 2003Nas Freguesias de Lisboa foi assim:

PS - Ajuda, Alcântara, Alvalade, Arroios, Beato, Benfica, Campo de Ourique, Campolide, Lumiar, Marvila, Misericórdia, Olivais, Penha de França, Santa Clara, Santa Maria Maior, São Domingos de Benfica, São Vicente.

PSD/CDS/MPT - Areeiro, Avenidas Novas, Belém, Estrela, Santo António.

PCP/PEV - Carnide.

Independentes - Parque das Nações.
Fonte: Autárquicas 2013
LNT
[0.325/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCLXXXVI ]

Golfinho
Jardim Zoológico - Lisboa - Portugal
LNT
[0.324/2013]

domingo, 29 de setembro de 2013

Forrobodó

Palácio das Laranjeiras

Talvez ainda seja cedo para tirar conclusões, mas parece-me que esta foto tirada hoje no Jardim Zoológico de Lisboa não poderia ser mais premonitória.

A indicação de saída do Palácio de Farrobo (onde Portas se alojou para o exercício da magnífica mordomia de Vice-primeiro-ministro e de onde iria coordenar Portugal com a Troika e reformar o Estado português) faz adivinhar alguma coisa se lhe somarmos o desaire eleitoral que se anuncia para um dos Partidos da coligação do poder.

A ver vamos.
LNT
[0.323/2013]