segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

O País dos não-factos

AntenasHabituados aos não-factos políticos, os comentadores de serviço foram capazes de manter, nos canais informativos das televisões, horas de comentários sobre o não-facto que foi o não-jogo Benfica-Sporting e sobre as não-consequências que lhe sucederam.

Pareciam os outros que costumam comentar as não-reformas em curso e os efeitos não-consequentes dessas não-concretizações.

Depois vieram os não-jornalistas fazer não-reportagens sobre as não-marés-gigantes e sobre os não-efeitos-catastróficos que insistiam em anunciar.

Parece que no meio de tudo isto houve não-mortos e não-feridos o que faz prever que deveremos ter ainda muito que ouvir sobre os não-acontecimentos, embora dos acontecimentos pouco se fale .

Penso ser isto que a segunda figura do estado português chama de inconseguimentos.
LNT
[0.050/2014]

domingo, 9 de fevereiro de 2014

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Conselho de Ministros

Dizia sonsamente o Coelho para o Portas:

Estes tipos das esquerdas (e meia dúzia de idiotas úteis da direita) são uns garganeiros.

Agora até querem sacar os miúdos dos orfanatos das Misericórdias para os entregar a casais do mesmo género. Não conseguem perceber que assim podem acabar com os orfanatos? Não conseguem entender que as Misericórdias também são filhas de Deus?
LNT
[0.048/2014]

Já fui feliz aqui [ MCCCLXI ]

Pôr do Sol Alentejano
Pôr do Sol - Alentejo - Portugal
LNT
[0.047/2014]

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Quotidiano [ II ]

Quotidiano - Afia navalha

Todos os utilizadores têm uma alma de político


Há uma questão a que um informático (que se relacione com os seus utilizadores) sabe obter invariavelmente a mesma resposta. Essa questão relaciona-se com equipamentos ou aplicacionais que funcionavam e que subitamente deixaram de responder.

A resposta correcta evitaria uma enorme perda de tempo e mesmo quando é possível demonstrar, depois de apurada a causa, que foi uma acção humana que produziu o constrangimento, a resposta mantém-se.

A questão simples é: O que é que fez antes de isto deixar de funcionar?
A resposta esperada é: Nada, não fiz nada! (a dupla negativa diz tudo)
LNT
[0.046/2014]

Quem não tem dinheiro não tem vícios

MiróComo se pode esperar que um poder assente numa folha de cálculo (ainda por cima mal concebida e com erros graves nas fórmulas) entenda que o património cultural é um bem sucessório?

Como se pode esperar que um poder que tem por conceito que só os canudos são curriculum (ainda que sejam obtidos por equivalência), que o desemprego é efeito colateral do bom desempenho da governação, que as pessoas são valor estatístico isento de alma e sofrer, que a exportação de cérebros jovens é uma variante à zona de conforto, que todos os fins justificam os meios, mesmo os não referendáveis, que as promessas eleitorais só se destinam a obter legitimidade para mandar e que o património nacionalizado na sequência de desmandos quadrilheiros, corruptos e mafiosos é espólio que minimiza os prejuízos causados aos contribuintes?

Como se pode esperar de alguém que tem por cultura a arte de manipular resultados, um entendimento sobre a perenidade dos bens culturais?

O que se pode esperar de gente que considera a arte como um vício e justifica a delapidação do património cultural com a expressão: "Quem não tem dinheiro, não tem vícios"?
LNT
[0.045/2014]

Quotidiano [ I ]

Quotidiano - Afia navalha

Prelúdio


Abre-se a rubrica "Quotidiano" onde se registarão estórias de uma vida de trabalho (e não só), agora que os vínculos laborais estão a caminho de se quebrarem.

Coisa despretensiosa, como todas as outras relacionadas com a arte do escanhoar, coisa de poucas palavras para se poder ler sem perder muito tempo.

Um entretém, mais um desta casa, destinado a garantir a satisfação da ilustre clientela.
LNT
[0.044/2014]

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Já fui feliz aqui [ MCCCLX ]

Miró
Miró - Lisboa/Barcelona - Portugal/Espanha e leiloeiros de Londres
LNT
[0.043/2014]

Rompem-nos os bolsos

Bolsos VaziosAnda a ser difícil manter a escrita em dia neste Blog. Não por falta de letras no teclado nem por dificuldade de matraquear as teclas, mas por abstenção aos noticiários e aos comentadores oficiais e oficiosos e por quase cegueira aos jornais.

Isto passa, sei, porque há vícios que se conseguem travar durante algum tempo mas que, mesmo latentes, exercem as suas influências. Ainda há pouco, para fugir ao vento, deixei os olhos espreitarem as primeiras páginas enquanto me abastecia de um outro vício que não quero deixar e logo me deu vontade de vir aqui largar mais um punhado de letras contra a gentalha que se gaba, nos ventos de Espanha, de estar a fazer um grande serviço à Nação e aos nacionais.

Mas a escrita em dia fica sem pressa para, talvez, amanhã.

Fica à espera que passe esta maldita sensação de que se a pena é uma arma, é pouco para o combate desigual contra quem combate com as mãos enfiadas nos nossos bolsos.
LNT
[0.042/2014]

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Abaixo das possibilidades

PerigoParafraseando um take publicitário, diria que ainda sou do tempo em que pagar impostos significava águas com custos limitados, electricidade com custos limitados, transportes com custos limitados, acesso à saúde, educação e a outras ninharias que agora, em plena época “liberal”, não têm qualquer significado.

Uma das razões dos impostos era exactamente essa: – Custos limitados nos artigos de primeira necessidade e acessos generalizados aos cuidados e educação, vulgo: “viver acima das possibilidades”.

Estranhamente, à medida que vamos vivendo abaixo das nossas possibilidades, isto é, à medida que tudo o que era de acesso liberal passou a ser de acesso privado, os impostos não baixam, antes pelo contrário.
LNT
[0.040/2014]

Já fui feliz aqui [ MCCCLVIII ]

São Filipe
Pousada de São Filipe - Setúbal - Portugal
LNT
[0.039/2014]

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Outras praxes

Guilhermo M VeraAs académicas não debato, já o disse anteriormente. Penso que, tal como se não podem referendar todos os direitos das pessoas, também não se pode admitir que os jovens, só porque iniciam uma vida académica, tenham de ser humilhados e seviciados. Não é para isso que se inscrevem no ensino superior e, mesmo que andem em busca de uma qualquer adrenalina, bebedeira, pedrada, ou sejam adeptos masoquistas de sadismo, deverão procurar a satisfação das suas taras fora do espírito académico.

Sofri praxe violenta na Força Aérea, no curso de piloto aviador. Depois fiz praxe, julgo que menos violenta. Na altura também as praxes militares eram proibidas embora muitas vezes fossem praticadas por oficiais contra soldados e cadetes alunos. Justificavam-se pelo “enrijamento” de quem tinha uma guerra pela frente, pela necessidade do hábito à submissão hierárquica e pela obediência cega à voz de comando.

Coisas de vida e de morte que, por nunca ser, não eram rituais de iniciação à demência imposta a quem só se quer qualificar para a vida.

A demência conseguida é a que os faz partir, depois da academia, sem um ai, submissos e obedientes, e sem perceberem que têm uma guerra pela frente, uma coisa de vida ou de morte.
LNT
[0.038/2014]

Já fui feliz aqui [ MCCCLVII ]

Amoreiras
Amoreiras - Lisboa - Portugal
LNT
[0.037/2014]

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O vómito

LínguasDesculpar-me-ão pela expressão de golfo mas é mesmo de nojo que se anda a tratar.

Tudo isto, a troika, a pós-troika, o relógio do Portas, a desambição do pequenininho Coelho, os swaps da Ministra, a justiça da outra senhora (na justiça), o vendedor de cervejas e refrigerantes, os seguros privados de reforma e de saúde, a perseguição que os chuis fazem aos polícias, o alto reformado da nação, a segunda mais alta reformada da nação, a agricultura feita lavoura do amanho, o estado a que chegou o Estado, e por aí fora, são de vómito, de jorro, de repulsa.

Fingimos que aguentamos, sussurrando aqui e ali sobre o sabor acre que este regurgito nos deixa na boca, mas quanto mais nos contemos mais nos apercebemos ser impossível reter a iminente golfada prestes a jorrar descontroladamente.

Uma javardice sem fim onde todos são esmifrados até ao tutano e os merceeiros com a contabilidade emigrada, para ficar a salvo do esbulho, não só apregoam moral e bons costumes como ainda usufruem das regalias beneficiárias que aos sujeitos a vómito são recusadas.
LNT
[0.036/2014]