Segunda razão - RESPEITAR A DEMOCRACIA
A segunda razão da minha candidatura a candidato e possivelmente a mais importante é a vontade de querer manter a democracia. Já que parece não ser, para já, possível dar mais corpo a essa democracia, pelo menos vincando o valor do voto e obrigando a respeitá-lo.
É imprescindível que militantes socialistas que têm obrigações especiais por terem acesso privilegiado à comunicação não desvalorizem os votos propagando pérolas como as de chamar
"distraídos" ou "complacentes" a mais de 90% dos delegados eleitos para representar todos os militantes, ou propaguem chavões que apelidam de blindagem as alterações produzidas nos Estatutos do Partido Socialista pelos representantes de todos os seus inscritos.
É imprescindível que os eleitores sejam respeitados quando elegem os seus representantes por
um tempo determinado, principalmente quando os seus representantes cumprem aquilo a que se comprometerem quando se apresentaram a votos e quando conseguiram no País resultados eleitorais que os confirmam perante os cidadãos.
É imprescindível que os regulamentos, estatutos e a declaração de princípios do Partido Socialista sejam respeitados pelos seus militantes e que as minorias, mantendo o estatuto de minoria e todos os direitos de livre expressão, sejam respeitadoras dos órgãos eleitos. E isso é tão imprescindível como, como cidadãos, estarem obrigados ao respeito pela Constituição da República Portuguesa, ao cumprimento das Leis e ao acatamento das penalizações por transgressão.
É imprescindível que o Grupo Parlamentar seja a guarda avançada do Partido Socialista na Casa da Democracia e que os deputados, nossos eleitos, respeitem quem os elegeu.
É imprescindível que compreendam que não estão lá por direito próprio mas só porque nós os escolhemos e que não lhes perdoamos se usarem o poder emprestado para minarem a direcção do Partido que representam.
É imprescindível que se respeitem as nossas regras, os nossos votos, a nossa vontade, a nossa delegação de competências, a nossa procuração, porque só assim farão com que os cidadãos continuem a reconhecer no
voto uma arma útil a ser usada.
Esta é, como já disse, a segunda razão da minha disponibilização. Foi feita para que se entenda que todos nos podemos disponibilizar e que não aceitamos ser objectos nem propriedade de outros que julgam estar acima de nós. Mesmo que não venha a concretizar a minha candidatura por entender que
o nosso candidato a Primeiro-ministro já foi eleito há um ano e que respeito os meus camaradas que, tal como eu votaram nesse sentido, ela serve para, em pé de igualdade, que não se esqueçam.
LNT
[0.289/2014]