quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Apresentação

Alegre - Rui PerdigãoCantar não é talvez suficiente.
Não porque não acendam de repente as noites
tuas palavras irmãs do fogo
mas só porque palavras são
apenas chama e vento

Eu venho incomodar.
Trago palavras como bofetadas
e é inútil mandarem-me calar
porque a minha canção não fica no papel.
Eu venho tocar os sinos.
Planto espadas
e transformo destinos.
Os homens ouvem-me cantar
e a pele
dos homens fica arrepiada.
E depois é madrugada
dentro dos homens onde ponho uma espingarda e um sonho.

E é inútil mandarem-me calar.
De certo modo sou um guerrilheiro
que traz a tiracolo
uma espingarda carregada de poemas
ou se preferem sou um marinheiro
que traz o mar ao colo
e meteu um navio pela terra dentro
e pendurou depois no vento
uma canção.

Já disse: planto espadas
e transformo destinos.
E para isso basta-me tocar os sinos
que cada homem tem no coração

Praça da Canção
Manuel Alegre

1965

(imagem: Rui Perdigão)

Faz cinquenta anos.

Nunca entendi (ou talvez tenha percebido) porque não deixaram que este homem tivesse ocupado o lugar que Cavaco ocupou nos últimos dez anos.
Erro imperdoável.
LNT
[0.068/2015]

TAP gay

Pastéis de BelémPires de Lima, Ministro que ainda não compreendeu que o Governo não é eleito, que não é Ministro por direito próprio e que compete ao Governo responder perante o Parlamento e não o contrário, continua convencido que tem aquela graça que Deus lhe deu e que pode dizer as barbaridades que lhe passam pela cabeça como se andasse ainda pelos silos de cevada a tramar se a cerveja deve ser altbier ou pilsner.

À falta de mais fábricas de refrigerantes para visitar em Angola ou em Moçambique dedica-se agora a comparar, na Assembleia da República, a privatização da TAP com o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a questionar os deputados sobre o entendimento que estes assuntos (para ele) semelhantes devem merecer em relação a eventuais referendos.

O homem que em tempos já tinha dado ar da sua comicidade quando resolveu falar das taxas do Costa para Lisboa insiste na faceta de comediante, cheio de si e vazio de sentido de Estado, neste estado a que chegámos.

Faz-nos sentir saudades do tempo em que os ministros da economia se dedicavam aos pasteis de nata.

Porca miséria!
LNT
[0.067/2015]

Já fui feliz aqui [ MCDLXXXVIII ]

SLB
SLB - Lisboa - Portugal
LNT
[0.066/2015]

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Je suis

Moaz al-Kasasbeh

Aqui fica uma homenagem a Moaz al-Kasasbeh que os “somos todos qualquer coisa” se esqueceram de fazer.

Tal como os católicos (e outros) fizeram na Idade Média, os selvagens do costume queimaram vivo o piloto da Royal Jordanian Air Force. Desta vez para realizarem um vídeo e divulgarem a pior face do mal como se se tratasse de um videogame dos muitos que por aí andam nas mãos de jovens e menos jovens.

Curiosamente no mesmo dia em que, dizem-nos as notícias, em Portugal civilizado, manso e de brandos costumes, uma mulher foi queimada viva pela sua nora.

O mal – o mal absoluto - anda por aí e tem de ser combatido sem tréguas, de forma eficaz, e o combate dispensa caricaturas que ofendam quem o não pratica.
LNT
[0.065/2015]

Já fui feliz aqui [ MCDLXXXVII ]

Praça Comércio

Praça do Comércio - Lisboa - Portugal
LNT
[0.064/2015]

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

das Mortes

Claro que os Partidos também morrem.

Normalmente acontece-lhes isso quando se transformam em clubes de sueca e, principalmente, se os croupiers forem sempre os mesmos.
LNT
[0.063/2015]

Já fui feliz aqui [ MCDLXXXVI ]

Gin Cabanas

Tempo de Gins - Algarve - Portugal
LNT
[0.062/2015]

Tiro e queda

Há assuntos na blogos(das feras) que são tiro e queda. Às vezes apetece tocar nos intocáveis só para ver se o tiro continua a fazer cair ou, pelo menos, a fazer saltar os guardiões do templo.

Quem diz na blogos(das feras) diz também na virtualidade do passarinho(a) ou na outra do livro das caras. Se a chave do euromilhões fosse tão fácil já estaria podre de rico há muito.

Adelante! Para bingo.
LNT
[0.061/2015]

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Encher chouriços

Encher chouriçosEla (sentada no estúdio da CM tv e com um rodapé que diz – José Sócrates detido -) : Agora, em directo de Évora o nosso repórter.

O ecrã divide-se em dois. Ela no estúdio e ele à porta da prisão e, em rodapé, lê-se – Sócrates preso.

Ela: Sabes se hoje, 2ª Feira, dia em que os presos não podem ter visitas, o detido 44 recebeu alguém?

Ele: Que tenha dado por isso, não.

E a coisa (esta espécie de notícia relevante) desenrola-se por quatro minutos.

Os chouriços enchem-se, enchendo chouriços.
LNT
[0.060/2015]

Não somos ΠΑΣΟΚ

Beiças com piercingDepois do “nós não somos a Grécia” chegou a vez do “nós não somos o ΠΑΣΟΚ”, que é como quem diz, se para o Coelho a solidariedade europeia é um conto infantil, para o Costa a solidariedade da Internacional Socialista é uma batata.

Não somos o PASOK quer dizer que se o fôssemos, eramos helénicos assim se querendo dar a entender que podemos ver-nos, mas nunca seremos gregos.

Uma chatice esta coisa da solidariedade e da lealdade interna e externa. Uma chatice do pior.

Já não nos chegava não sermos sócrates, nem seguros, só faltava que agora nos confundissem com papandreous.
LNT
[0.059/2015]

sábado, 31 de janeiro de 2015

Outro dia estive com o Costa

a SecçãoFoi no jantar anual da minha estrutura de base do PS que em tempos também coordenei. Um órgão onde havia o hábito de fazer jantares anuais todos os anos. Com a crise, os jantares anuais passaram a ser nos anos em que calha, mas isso não interessa para o caso.

Quando fui coordenador da minha Secção, dessa mesma onde estive outro dia com o Costa, tivemos também a participação (dessa vez pela primeira vez) de um Secretário-geral. Ferro Rodrigues foi o primeiro que jantou connosco no jantar anual, embora muitos outros já tivessem jantado connosco noutros jantares. Assim, de rompante, lembro-me de Mário Soares, Victor Constâncio, Jorge Sampaio (que até era militante da Secção), António Guterres. Tenho ideia que nem Sócrates, nem Seguro, tenham ido a essas nossas festas. Um porque devia achar que era uma chatice e o outro porque já apanhou a fase em que os jantares anuais não se realizavam todos os anos, mas isso também não interessa para o caso.

O que interessa é que estive no outro dia com o Costa num jantar da minha Secção. E gostei, como já gostava quando ele aparecia ainda de calções, vai para aí uma catrefada de anos, e depois também quando ele já usava calças compridas e andava pela Jota ou a fazer pela vida nas FAUL e companhia.

O que interessa é que, apesar das muitas divergências (algumas insanáveis), o bacalhau do final da festa teve a firmeza de sempre e o tratamento de amizade de uma vida manteve-se inalterável. Estava muita gente, e isso também importa. Mais militantes do que simpatizantes, mas isso é da vida. Oxalá chegue.
LNT
[0.057/2015]

Já fui feliz aqui [ MCDLXXXIV ]

Estrela do mar

Estrela do Mar - Algarve - Portugal
LNT
[0.056/2015]

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Impossível ajudá-lo a acabar com dignidade

bolo-reiAldrabão não é só o que mente mas também o que usa subterfúgios para poder mentir atribuindo a mentira a outros.

Mesmo que depois de desmascarado continue a dizer que a mentira com que mentiu foi "mentira, mentira!"

É desta massa que se faz o outro bolo-rei “não vou retirar o 13º mês” substituindo a prenda pela fava imediatamente após ter embolsado os votos e que hoje, olhando para um espelho e medindo a sua prática, diz que as promessas em política são contos para crianças.

Esta gente não se enxerga, como diria um outro aldrabão que em tempos conheci.
LNT
[0.055/2015]