sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Batatas e bacalhau

Batatas recheadasA caixa de comentários da geração "já não posso mais" está a ferver. Mesmo em condensado é possível haver troca de ideias que lancem o debate.

No entanto nota-se que quem fala não é a geração em causa mas aquela que os fez assim.

Continuo a ter esperança de que esta se torne rapidamente na geração "vamos fazer mais, vamos dar a volta a esta merda"
LNT
[0.027/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLVI ]

Logo Portugal 2000
Presidência UE (2000) - Portugal
LNT
[0.026/2011]

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Off course.. sure... shore

Pastel de BelémBelém tem destas coisas. Serve o divino. Evoca a fé. Remite as culpas e concebe sem pecado.

Belém tem pastéis. Afonso de Albuquerque, com as barbas de molho, atesta-o do alto do pedestal, virado de costas para a fábrica dos ditos e de frente para a Trafaria como que à procura do cacilheiro onde Sebastião há-de regressar com a sua multidão de fantasmas do norte de África e de terras de Santa Comba.

Belém é milagreiro. Faz da manjedoura local de culto. Ressuscita dos mortos. Faz nascer duas vezes, uma pelo anúncio de Gabriel a outra pela proclamação de Ratton e pelas línguas de fogo de Ricardo, de Escribá, do BPN, ou lá do que é.

Ninguém há-de calar a voz do povo, o ano chinês de 2011 já chegou e é do coelho, da coelha e de outros láparos.
LNT
[0.025/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLV ]

Meia Praia
Meia Praia (índios) - Algarve - Portugal
LNT
[0.024/2011]

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A geração dos já não posso mais

iPhoneAna Bacalhau deixou-se de fadistices e atirou-lhes nas ventas, em fim de concerto, com a parvoice do mundo de hoje. Foi quanto bastou para que a intelectualidade visse ali um hino à revolta, jovens a tomar a rua, certamente para cantarem "que já não podem mais", que têm o carro por pagar e o marido por arranjar.

A letra já não tem muito mais espaço para crescer, senão incluiria também a prestação do telemóvel topo de gama, do último grito da consola de jogos, do software mais in e dos bilhetes dos espectáculos onde se canta que "para ser escravo é preciso estudar".

E se a gente é tão preparada, porque se alheia, porque espera que sejam aqueles que lhes proporcionaram a preparação que tenham também, depois de tudo isso, de continuar a lutar por eles?
LNT
[0.023/2011]

Fatias paridas [ I ]

Doces algarviostudo começou com a coelha prenha no navio de Bartolomeu Perestrelo.

Depois foi o que se viu.

Apanharam-se à solta e foi um ver se te avias. Hoje há mais coelhos que marés e quem lhes tente escancarar portas para que o mar (expressão de espanto, pois então!) continue a ser a incubadora que os embala.

Mudando de assunto.

Sabem se hoje há alguma manifestação para apoiar a libertação popular de um tirano qualquer?
Sei lá, o de Cuba, por exemplo. É que me apetecia ir ao Camões e não consigo encontrar motivo para isso.
LNT
[0.022/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLIV ]

Albufeira
Albufeira - Algarve - Portugal
LNT
[0.021/2011]

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Sempre a aculturar

Burka - olhosFalamos sobre os outros como se falássemos sobre nós e com o atrevimento ignorante de quem se permite julgar.

Falamos sem sequer perceber do que falamos, sem entender a cultura de quem falamos, convencidos de que isso é cultura.

Falamos do Egipto à nossa luz, e ainda assim só com a luz que temos da cultura com que dormimos, porque pouco sabemos das culturas, até daquelas com quem dividimos o nosso País.

É por isso mesmo que ao olharmos para as ruas do Cairo achamos que aquilo é um vinte e cinco de Abril perfumado com jasmim.

Não conseguimos entender para onde eles irão (nem eles o saberão). Não alcançamos a cultura para além do museu destruído num museu feito nação, numa nação de escravos que constroem há milénios as peças desse museu. Estranhamos a mulher de burka cerrada que ontem apareceu em grande plano a gritar liberdade e democracia. E julgamos sempre as sombras moldadas na cruz como se houvesse uma cultura universal, uma só liberdade e uma só democracia.
LNT
[0.020/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCLIII ]

Gabriela Canavilhas
Gabriela Canavilhas - Portugal
LNT
[0.019/2011]

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Força José

Escher MobiusTudo leva a crer que se vai realizar mais um Congresso Nacional do Partido Socialista onde José Sócrates não terá oposição.

É da vida! Como pode um Partido fazer oposição ao seu lider se ele é o Primeiro-Ministro? Porque deveria um militante socialista fazer o trabalho que a oposição não quer fazer?

Desta vez serei, pela primeira vez desde que Sócrates se candidata e já lá vai uma década, seu apoiante e eleitor.

Um País que reelege Cavaco Silva na Presidência da República só pode ter José Sócrates como Secretário-Geral do seu maior Partido e, de preferência, coadjuvado por José Lello.
LNT
[0.018/2011]

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

da unidade do Estado

TÍTULO II
PRESIDENTE DA REPÚBLICA

CAPÍTULO I
Estatuto e eleição
Artigo 120.

Definição
O Presidente da República representa a República Portuguesa, garante a independência nacional, a unidade do Estado e o regular funcionamento das instituições democráticas e é, por inerência, Comandante Supremo das Forças Armadas.

Constituição da República Portuguesa
VII Revisão Constitucional (2005)

Pela primeira vez, desde que a República Portuguesa se fez democracia, existe um Presidente que não me representa porque, como votei noutro que não nele, me sinto, tal como os dois outros milhões e tal de portugueses que o fizeram, atingidos pelo ataque que a todos nós dirigiu no seu discurso de vitória.

É o mesmo Presidente que agora anuncia que uma das suas prioridades é a contenção do endividamento externo e que foge ao corte dos vencimentos decretado para todos os “servidores do Estado”, como ele chama aos trabalhadores da administração pública, abdicando do vencimento do cargo para que foi eleito por ter optado por receber mensalmente as pensões acumuladas legais, mas imorais, que detém.


É o mesmo Presidente reincarnado e seríssimo que declarou que, a haver uma segunda volta nas eleições, os juros iriam continuar a subir, e se esqueceu de avisar os "mercados" de que os portugueses prescindiram da segunda volta.


Só para dar por finda a razão das minhas razões quando, durante a campanha eleitoral, defendi que se deveria evitar a reeleição do actual Presidente da República, aqui fica para memória uma rara unanimidade portuguesa.

LNT
[0.016/2011]

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Do medo e outras contas

Já antes não teve medo, quando combateu outros para que o Sr. candidato pudesse agora ter sido eleito Presidente da República. "
LNT
[0.015/2011]

sábado, 22 de janeiro de 2011

Alegremente reflectindo

ChimpazéEstou como a Joana Lopes. Reflectir o quê e para quê? Não tivemos, nestes últimos tempos, mais que tempo para reflectir? Ou reflectimos só em silêncio?

Tratam-nos como se fôssemos miúdos, ou bons alunos, é o que é.

Hoje desci do Porto para Lisboa (descer é uma maneira de dizer, claro, porque a altitude é a mesma) e fiquei impressionado com a portugalidade reflectiva. Nunca se ouviu um País tão silencioso, nem tantos condutores da faixa da direita viciados na da esquerda, como que a tentar impedir que se ande. Deviam estar em reflexão reflectiva.

Que nervos!
LNT
[0.014/2011]

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Juros ao custo de um cavaco

Homem atadoNós percebemos.

Ele convenceu-se que a frase: "do que Portugal precisa é de um novo Salazar" é para levar a sério.

Convenceu-se que se lhe vestisse a pele, mandando as mulheres para o recato do lar dar função ao seu estatuto de dependentes do "chefe de família" e reaprenderem os lavores femininos, dizendo-nos que temos de estar caladinhos, fazendo-se providencial e sábio sem mácula e sem pecado, informando que sem ele será o dilúvio, montando-se na sobranceria ridícula e balofa do dia da raça, injectando o medo, ameaçando com dificuldades e aliciando aqueles a que chama "servidores do Estado", que os portugueses o levariam a sério e projectavam nele aquilo que Portugal precisa. Ele convenceu-se de que é possível andar para trás e que os portugueses estão dispostos a calçar as botas cardadas, para que ele e os seus amigos fiquem com as auto-estradas livres para poderem passear.

Nós percebemos. Ele julga que encarnando a figura de um novo Salazar os portugueses, esquecidos do que eram ao tempo, vão agradecer e dizer-lhe que é disso que Portugal precisa. Ele nunca entendeu que o medo só funciona se meter medo, como o Botas metia com a repressão sobre os insubmissos e incutindo a ideia de que todos são medíocres.

Nós percebemos a ideia e até acreditamos que muitos gostariam de ter um novo Salazar, mas esses muitos nunca voltarão a ser tantos que permitam que a ideia passe.
LNT
[0.013/2011]