domingo, 30 de setembro de 2012

O arruaceiro

TransformerExiste sempre um arruaceiro em todos os poderes e, nos poderes que se pretendem de caminho único, há sempre o arruaceiro que, pela arrogância e deslumbramento, é o ponta de lança da provocação.

António Borges é o actual arruaceiro de serviço, é o provocador destacado para criar o pretexto que fará os mastins saírem à rua para submeter a liberdade à restrição do pensamento único.

Ele é o mentor das imbecilidades que fizeram quebrar a paz social e levaram os portugueses à rua. Provavelmente, se tivesse mais poder do que o de influenciar as medidas de experimentação, teria também colocado na rua a bota da repressão. Não é homem para eleições, nunca foi homem que se deixasse votar. Está convencido ser um tutor iluminado.

Não o julgo estúpido e ainda menos ignorante. Julgo-o um dos mais perigosos fanáticos dos radicais que tomaram o poder e julgo que está apostado em provocar o conflito para justificar todos os falhanços, comprovados pelos resultados conhecidos, das suas teorias levianamente postas em prática pelo actual Governo.

O arruaceiro António Borges pode meter a sua prosápia onde os portugueses já lhe mandaram meter a TSU. Não nos vale para nada, nem sequer merece mais do que estas linhas. (Embora se continue por saber quanto nos custam os conselhos que este senhor dá ao Primeiro Ministro)
LNT
[0.458/2012]

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Ceci nést pas une pipe

Cachimbo de Magritte

O surrealismo teve mais uma baixa, o que se lamenta.
O inconsciente na actividade criativa vai fazer-nos falta.
LNT
[0.456/2012]

Chegou a hora

Partido SocialistaDepois de ter ouvido parte do discurso de Pedro Passos Coelho onde alija as suas responsabilidades e a incompetência do Governo que lidera, remetendo a responsabilidade do insucesso das políticas que estão a ser desenvolvidas para os governados que têm sacrificado tudo em nome do nada que o poder político lhes tem devolvido;

Depois de ter entendido que Pedro Passos Coelho e o seu escondido parceiro, Paulo Portas, pretendem continuar a confrontar o povo que lhes entregou o poder, com decisões absurdas que conduzirão, pelos resultados já conhecidos, esse povo à indigência apesar de todos os avisos e do clamor geral que os dois fingem não ouvir;

Penso ter chegado o momento do Partido Socialista sair da sua área de conforto, abandonar os gabinetes onde se vai isolando, vir à rua ouvir o povo, assumir o bem e o mal do passado e explicar o que houver para explicar, perder os complexos de culpa, mobilizar os seus militantes e liderar a oposição apresentando soluções viáveis na praça pública, abrir perspectivas de esperança e de futuro e demonstrar que é confiável e que está na disposição de travar o caminho do desalento, da desistência e do determinismo que esta gente está a impingir a Portugal.

Já chega de punhos de renda e de jogos florais. As pessoas reais estão na rua e não nos gabinetes, nem nos salões de São Bento. Chegou a altura de demonstrar que há alternativa e que há outros caminhos para melhorar.

Chegou a altura de dizer que para mal já basta assim e que acabou a paciência para a chantagem irresponsável.
LNT
[0.455/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXXXVII ]

Gil Teixeira Lopes
Gil Teixeira Lopes - Portugal
LNT
[0.454/2012]

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Deus é poder

Coroa de EspinhosVamos olhar para isto tentando não fazer demagogia, embora se pasme com o facto de que este conselho tenha sido solicitado por quem puxa da moral para se opor ferozmente ao direito ao aborto (IVG) e ao direito à morte assistida (eutanásia).
O Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV) emitiu um parecer em que defende que o Ministério da Saúde “pode e deve racionar” o acesso a tratamentos mais caros para pessoas com cancro, sida e doenças reumáticas.
Vivemos tempos em que, por ser impossível controlar as receitas dos que escapam (a economia paralela já está avaliada em 25% da economia contributiva) (o BPN é um produto místico) (as despesas das empresas municipais são tabu) (as PPP são casos do foro sobrenatural) (as pensões e outras regalias dos intocáveis – por exemplo as dos gestores e ex-gestores de inúmeras empresas públicas, do Banco de Portugal e de uma mão cheia de políticos que estão ao encargo do Estado por terem andado pelos Passos Perdidos), temos de esmiuçar os que estão controlados e neles extinguir as manias piego-humanistas e o direito à assistência, à dignidade e à vida.

Parece-me correcto que o beato ministro Macedo ambicione um upgrade e, em vez de procurar a santificação, se bata pela deificação. Este parecer abre-lhe a perspectiva de poder decidir a vida e a morte dos outros e, aplicando-se a mesma lógica de custo/benefício, deveria também dar-lhe poderes para decidir sobre amputação em caso de mau funcionamento dos órgãos. São casos a considerar as unhas encravadas que implicarão o corte dos dedos, as hemorróidas que implicarão o fecho dos cus, e os testículos a serem capados a todos que sofram das doenças do poder.

Isso tudo e mais, desde que as palavras “voluntário” e “direito” desapareçam porque remetem para o pecado. Aborta-se por vontade de Deus (a tal questão da deificação do ministro referida anteriormente), morre-se por vontade divina, procria-se por tesão celeste e terá de se sofrer à mão destes animais por ser esse o destino traçado superiormente.
LNT
[0.453/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXXXVI ]

Águas privadas - proibido pescar
Águas privadas - Terras Quentes - Portugal
LNT
[0.452/2012]

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Zarolho

Passos Camões
Fica-te então com Camões, Passos,
porque já não nos enganas,
nem aquém da Lusitânia, nem além da Taprobana
Vê que aqueles que devem à pobreza
Amor divino, e ao povo caridade,
Amam somente mandos e riqueza,
Simulando justiça e integridade;
Da feia tirania e de aspereza
Fazem direito e vã severidade;
Leis em favor do Rei se estabelecem,
As em favor do povo só perecem.


Os Lusíadas
Canto IX - 28
LNT
[0.451/2012]

O tempo dos risos

Gaspar, Coelho, Relvas
Acabou.

Passos Coelho, Paulo Portas e a equipa por si sustentada, e que os sustenta, fartaram-se de rir, a bom rir, e, enquanto riam, não perceberam que os portugueses olhavam para eles cada vez mais sérios e desconfiados.

Tiveram o que a maior parte dos governos não teve: Um País consciente das dificuldades e disposto a colaborar. Tiveram de todos, à excepção dos que nunca se dispõem a ajudar e a construir, compreensão e disponibilidade para o sacrifício.

Contaram com a tolerância do Partido Socialista, contaram com o apoio dos empresários, contaram com a cedência dos trabalhadores e com a esperança do povo que não conhecem e com quem não se misturam.

A todas as exigências, mesmo às mais radicais, a população respondeu com civismo e com um “vamos lá por esta coisa em ordem”.

No entanto, preferiram ancorar-se numa máquina de propaganda e numa estratégia comunicacional de imposição e arrogância sem nunca entenderam que a forma só releva o conteúdo se os resultados tiveram sucesso. Atrevidos, como o são todos os prepotentes, ignoraram a Lei Fundamental conseguida a ferro e fogo, ignoraram a cultura milenar dos portugueses, ignoraram as características humanistas dos seus governados e ignoraram os seus próprios eleitores.

Não perceberam a Nação. Julgaram-se acima dela, insultaram e amesquinharam todos, riram-se, riram-se muito, enquanto, alucinados, se alheavam da realidade e começavam a ter o retorno das imbecilidades que nunca corrigiram por serem obtusos no fundamentalismo e radicalismo.

Perderam tudo: A confiança, a esperança, o crédito, a tolerância e a razão.

Ainda se riem, cinicamente, mas riem. Mas já só se riem uns dos outros. Riem-se no gozo das suas sacanices e traições.

O País deixou de lhes achar graça e, em breve, o resto do Mundo também.
LNT
[0.450/2012]