sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Botão Barbearia[0.642/2008]
Intel® insideClassmatePC

Ali, pelo Blasfémias, parece que se descobriu a pólvora. Não é segredo para ninguém que o Classmate PC não é uma invenção portuguesa, o que aliás nunca poderia ser, porque aquilo que se vai fabricar em Portugal é a segunda geração do Classmate.

O Magalhães português será um portátil ClassmatePC (2 geração) e pretende integrar software e alguns componentes portugueses. Vai dar emprego a muita gente, vai criar pólos de desenvolvimento tecnológico, vai massificar de forma barata o uso dos computadores, vai auxiliar em Portugal e possivelmente nos países africanos de língua portuguesa a aprendizagem, vai divulgar produtos Open Source e, entre muitas outras coisas, vai ajudar a modificar mentalidades.

Concordo com o Gabriel Silva quando ele refere que o espectáculo montado à volta do anúncio de lançamento foi, uma vez mais, um disparate mediático e que as notícias lançadas podem parecer aquilo que o Magalhães não é. No resto, naquilo que é importante e excluindo a parte circense em que a política mergulhou, estamos perante um projecto muito interessante.
LNT
Rastos:
USB Link
-> Classmate PC ®
-> Blasfémias - Gabriel Silva - Acéfalos
-> Plano Tecnológico - Portugal a inovar
-> Portal do Governo

5 comentários:

MFerrer disse...

Peço desculpa, e com a devida vénia, não concordo que o circo tenha sido excessivo.
Lamento mas nunca é demais puxar pelo orgulho de ser português.
Venho de uma volta ao mundo e a par de um grande desconhecimento de Portugal também ouvi muitas queixas de total abandono do nosso orgulho e da nossa gesta( sem falso nacionalismo bacoco ou neo-colonialista)que nunca sabemos valorizar suficientemente. Estou hoje convencido que Portugal devia ter um papel muito diferente no mundo global. Com mais afirmação. Com orgulho no que de positivo fez durante séculos e com desprezo por todos os que destruiram tanto património cultural e o abandonaram à sua má sorte.
Venho de um País onde o nome de Portugal está associado a grandes feitos político-comerciais e religiosos cujas marcas perduram por séculos, e apesar de tudo. Nesse país, a Índia, quando se abre um jornal tropeça-se em dezenas de nomes portugueses a todos os níveis, de ministros a artistas e a cientistas. Ali estuda-se a nossa história e a nossa língua sem qq apoio de Portugal...Ali formam-se mais pessoas por ano - em todos os ramos e níveis do saber - do que em toda a UE + os EEUU...Ali o PIB cresce há 12 anos a mais de 10%...
Em Goa os cartazes da Samsung têm apenas a foto do Cristiano Ronaldo...
Aqui em portugal o PR suspende o País para se queixar de um problema triste-sempre triste e cinzento-literato-curioso-legislativo-embirrante.
Valha-nos alguém que puxe pelo nosso orgulho e valorize o que é nosso.
Estou farto de derrotistas e de quem nada faz para alterar as coisas, que estando mal, podiam ser remediadas!
MFerrer

Anónimo disse...

Um pequeno "pormenor" que ainda não vi, até hoje, referido em parte alguma. Com tantos "choques tecnológicos", dos quais este brinquedo virtual é a mais recente descarga, parece-me que estamos a criar deliberadamente uma Geração Pitosga (e Chocante); em vários aspectos, mas no caso refiro-me concretamente aos problemas de saúde que o uso de computadores certamente irá provocar a médio prazo nestes jovens. Por exemplo a nível de visão.
«25 percent to 30 percent of computer-using children need corrective eyewear to work comfortably and safely at the computer at home or in school, says a study at the University of California at Berkeley School of Optometry.
The percentage of first-graders with myopia has increased from 12.1 percent to 20.4 percent since 1995, according to a study by the Department of Health in Taiwan.
A similar study in Singapore found that in three years the percentage of seven- to nine-year-olds with myopia had doubled, to 34 percent.»
Children and Computer Vision Syndrome

Luís Novaes Tito disse...

Caro Mferrer
Circo e pão, já dizia a canção. O circo montado nada tem a ver com o orgulho de ser o que quer que se seja. Trata-se de um investimento privado para o qual o Estado assegura o escoamento de uns milhares de produtos e oferece uns benifícios fiscais. Por tal razão já se justificaria a presença do governo, uma vez que a parceria é indispensável para que se faça o negócio, mas nada justifica a baba e o show off. Comparar este Magalhães com o outro é comparar um feito único com um feito por muitos.
Importava salientar o que era importante e tinham-se evitado as tontarias que se fizeram e disseram.

Luís Novaes Tito disse...

Caro JPG
Possivelmente o problema dos miúdos ceguetas dar-se-á com este instrumento de trabalho e lazer (acredite que aquilo é um computador a sério, não é um brinquedo) como se dá com os milhares de brinquedos inúteis (esses sim, brinquedos) do género consola de jogos, videogames, maquinetas electrónicas e telemóveis.

Claro que podemos tentar acabar com tudo isso e voltar a ensinar-lhes a jogar ao pião e ao berlinde, mas não me parece que o caminho seja por aí.

MFerrer disse...

Mas o Luis acredita que algum governo eleito, e que arrisca todos os dias a sua reeleição, não trata de se proteger e de fazer propaganda?
Isso é uma surpresa? Onde?
Vc queria um governo de máquinas? sem esperança de poder continuar a governar e aploicar um programa?
Um governo sem governantes?
Mas a diferença é que, agora, à propaganda corresponde de facto alguma coisa de concreto.
Os miúdos , os professores e as escolas vão estar equipadas com o mais moderno material.
Prefiro assim.
MFerrer