Cara Angela Doroteia,
Gosto de te saber no cantão da Lusitânia. É sempre com agrado que aqui recebemos os que nos são queridos e até os que não o são. Estando tu, minha querida líder, na primeira hipótese (dos que nos são queridos porque vão largando umas lecas para que aqui se viva maravilhosamente como poderás verificar nas instalações do Páteo dos Bichos, na almoçarada com vista para o mar que te será servida na fortaleza onde Kadhafi acantonou e, finalmente, entre os teus e aqueles com quem eles negoceiam nas fantásticas instalações do Centro Cultural que Cavaco mandou fazer para perpetuar o seu mandato de Primeiro-ministro) estranho que não pretendas dar uma volta pela Baixa para conheceres melhor o Palácio da Independência ou o dos Restauradores.
Estranho por duas razões essenciais:
1ª porque sei que te agradaria saber que afinal em Lisboa há gente que se não veste tão bem como aqueles que vais encontrar nos sítios onde serás recebida e que te agradaria também constatar que há uma data de gente que não tem motorista e que anda de Metro e de autocarro;
2ª porque penso que te deslumbraria o calor que nós e o nosso Sol gostamos de fazer sentir aqueles que nos visitam. Entre outras coisas, descobririas que há outros alemães a passear e a desfrutar de Portugal e que o consideram um País simpático e agradável onde os cidadãos estrangeiros não precisam de caças, lanchas ou de bloqueios de estradas para se sentirem seguros.
Espero que em breve voltes cá, minha querida Reichskanzler, e que tragas contigo Her Joachim e os enteados para um banho nas praias ou para uma cura de SPA numa das nossas muitas estâncias termais.
Deixo-te com a vénia geneflexiva devida
LNT
[0.566/2012]
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