quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Mudar de livro


Nos debates a que temos assistido é recorrente o uso da expressão “mudar de página”.

Essa expressão, aliada à da “da geração mais qualificada”, como se não fosse normal que cada geração seguinte seja mais qualificada do que a anterior, e agora acrescentada pela do “mel e do fel”, que é reconhecida na maquilhagem aburguesada da abelha Maia para disfarçar o ferrão sempre pronto, diz bem aquilo que temos.

Falta ainda a expressão “Seis anos de Governo de Esquerda da Geringonça” quando todos sabemos que foram só quatro porque o mel e o fel há muito (e não só nos orçamentos dos dois últimos anos) anda de mão dada com a metade dextra do Parlamento onde sempre, exceptuando quatro anos para não ficar isolada da canhota que Jerónimo (boas melhoras, meu caro) proporcionou da última vez que o PSD ganhou as eleições, preferiu a radicalização do protesto por saber ser a única forma de ganhar palco.

Dito isto, preferia que em vez de “mudarmos de página”, mudássemos de livro para passarmos a ter uma prosa mais consistente e menos ficcionada.

Antes uma boa comédia de falas capaz de pedir um “encore”, do que este drama pífio de falsete que termina sempre em pateada.
LNT
#BarbeariaSrLuis
[0.006/2022]

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