[0.260/2008]A irascível amada
A fazer fé nas crónicas, a revolta da plebe ensaia novo domínio Filipino.
Na corte, a nobreza preguiçosa e presunçosa teme que o mestre de Platão emborque mais uns golos da infusão de cicuta
(*) que produziu e deixe aberto o caminho para novos e desvairados tempos em que mancebos-escudeiros, vindos de nenhures, darão voz de prisão e condenarão às galés e ao degredo barões e baronetes.
Pressente-se conspiração e levantam-se cadafalsos enquanto a arraia-miúda se alinda e empoa para saudar o amofinado ex-duque de Monsanto e Serafina, agora pajem real.
Nas estrebarias mais recônditas areiam-se arreios e esticam-se fitas laranja e cerúleo para decorar as crinas e caudas das bestas com que cavalgarão o poder
(pensam).Alinham-se comendas e mercês na Corte para gáudio da Nação e de el-Rei D. Filipe.
LNT(*) Que se cuide a grei, não vá o senhor do pátio dos bichos, apesar de devolver os forais ribeirinhos, julgar de pior feição a moeda e decretar que a infusão seja de
ginseng.