[0.275/2009]Evocar Fernando José Salgueiro Maia
Faz amanhã 17 anos que
Salgueiro Maia morreu com honra e sem honrarias.
Num tempo em que se
invocam os bafientos em disfarçadas e romanciadas estorietas que lhes pretendem dar vida humana para além das galinhas criadas nos jardins de São Bento e em que todos os dias dá à estampa mais um livro, um folheto ou um panfleto a tentar convencer ter sido normal uma ditadura que nos atrasou irremediavelmente no tempo e no pensamento, tem de se evocar quem, sem nada pedir para si, ajudou a banir com determinação e coragem essa gente do mal, da guerra, da ignorância e da intolerância.
Evocar
Salgueiro Maia ajuda a combater quem se julga em plano superior e entende ser impossível e intolerável a convivência entre diferentes de pensamento, entre diversos, mesmo que opostos, e que possivelmente teriam sido capazes de ter fuzilado o poder cessante em vez de o exilar se tivessem tido a coragem de o (ao poder demitido) enfrentar.
Evocar
Salgueiro Maia é apelar à participação nos actos eleitorais que aí vêm, é justificar a sua realização, é apelar à resistência e à valentia, ao combate ao pensamento único e é fundamentar a ideia de que a democracia se constrói com todos por igual – um ser humano, um voto -, independentemente d
o estado a que as coisas chegaram.
LNT