Não terminou especialmente bem o megacomício que o PSD promoveu este fim-de-semana em Mafra.
Ou por outra, o megacomício correu bem porque conseguiu sacar o tempo de antena e de propaganda que Manuela Ferreira Leite nunca obteve no decurso da sua triste passagem pela liderança do Partido Social Democrata, mas o Congresso correu mal porque mostrou, uma vez mais, um PSD incapaz de fazer os trabalhos de casa e a irresponsabilidade dos candidatos à liderança que revelaram impreparação para liderarem os seus processos.
Alberto João já tinha dado o sinal quando se vingou de Passos Coelho indo-se sentar ao lado de Paulo Rangel. Mostrou bem a prepotência que todos lhe conhecemos e a intolerância à crítica. Não sei se votou positivamente a norma da asfixia estatutária que há muito aplica na Madeira, mas deve ter ficado a rir-se por ter visto aprovado, em Congresso Nacional e em conluio com todos os candidatos à liderança, uma regra que nem o PCP se atreveria a incluir nos seus estatutos.
Faz o que eu digo, não faças o que eu faço, lema velho de Ferreira Leite que parece ter seguimento no senhor que se segue. Ninguém ouviu, anteriormente à aprovação da proposta de Santana Lopes, qualquer reparo ou demarcação pública que alertasse para a cláusula da vergonha.
A impreparação foi evidente e a politiquice mais uma vez se impôs quando tiveram de reagir perante um País indignado que os fez declarar a intenção de revogar o que o Partido tinha acabado de aprovar sem que qualquer um deles se tivesse manifestado.
Isto passou-se num Congresso que tinha sido convocado para analisar e votar meia dúzia de pontos dos seus Estatutos. A matéria não lhes mereceu estudo nem sequer leitura.
Fica a chamada de atenção para o que esta gente será capaz de fazer quando e se tomar o poder. Para quem tanto tem apregoado a asfixia/claustrofobia, com base em rumores e boatos, ficamos conversados.
A direcção cessante, o seu mentor JPP e o futuro líder do PSD bem podem continuar a propagandear a condição de paladinos da liberdade de expressão. Todos eles são coniventes com este atentado à democracia e todos eles deixaram bem patente aquilo de que serão capazes no País.
Impreparados, prepotentes, censores, politiqueiros e irresponsáveis.
Contra factos não há argumentos.
(Também publicado no Cão como Tu)LNT[0.103/2010]