segunda-feira, 22 de março de 2010

sexta-feira, 19 de março de 2010

Coelho ao Sol

Facas laranjaO Sol dá hoje como certa a vitória de Passos Coelho, por maioria absoluta, na disputa pela liderança do PSD.

Diz o on-line que "esta é a conclusão da sondagem realizada pela Pitagórica para o SOL junto de militantes sociais-democratas".

As minhas questões sobre este lixo que vai enchendo as primeiras páginas de alguns jornais acrescentam mais e mais dúvidas sobre o que nos andam a vender como notícias. Nesta a que me refiro as dúvidas incidem na falta da ficha técnica da "sondagem/amostragem" no on-line, para podermos ter uma ideia do tamanho da palhaçada ensaiada e da credibilidade do universo consultado que o jornal apela como: "junto de militantes sociais-democratas".

Das duas três. Ou o Sol teve acesso à base de dados dos militantes do PSD e fica por saber quem lha deu (e já agora com que purga), ou o Sol julga que sondou militantes do PSD e dá como certo o incerto, ou o SOL recebeu a encomenda da capa de hoje.

Esta "comunicação social" (assim mesmo, entre aspas) já mete nojo.
LNT
[0.111/2010]

Já fui feliz aqui [ DCCXIV ]

Refogado de cebola
Refogado de cebola em azeite - à espera do resto - Portugal
LNT
[0.110/2010]

quinta-feira, 18 de março de 2010

Flor sem tempo

FlorJovens em matilha entre a Praça de Londres e o Júlio de Matos, desenfiados das aulas. Bicas na Mexicana, Vává, Londres, Roma, Suprema, Luanda, ou noutros pontos de café e bilhar que faziam gala de ter avisos a proibir o estudar.

O mais parecido com a zorra do imperialismo, Schweppes Canada Dry SpurCola com limão e gelo, refrescava impulsos. Os tanques de Praga não deixaram grandes amores pela vodka ou pelos puros, falava-se de outras coisas, mais Levi's e Wrangler, as quecas loucas e mágicas à beira do Tamisa, da maconha que o Cabeça de Vaca dera a provar no regresso dos turras e da capa do 33 r.p. chegada do longo curso que o pai do Carlos fazia.

No pensamento, outras gangas e camuflados.

Os tipos de gravata preta, nó de sebosa finura na mesa do lado, faziam que as conversas mais fortes fossem codificadas e em surdina, enquanto ela de minisaia, na mesma rua, na mesma cor, passava alegre e sorria amor. Amor nos olhos, cabelo ao vento, gestos de prata, de flor sem tempo. Era dela o mundo e a certeza de viver.

Jovens em 71, primavera política (dizia-se), o Botas morto e enterrado, as negras deixadas pelas bastonadas do dia anterior conseguidas no aperto à porta do D. Pedro V depois de fazer circular o A4 borrado na associação de farmácia e o Paulo ao barulho, a deixar-nos no ouvido:

Canta o sol que tens na alma, és a flor de ser feliz.
Olha o mar da tarde calma, ouve o que ele diz.

LNT
[0.109/2010]

quarta-feira, 17 de março de 2010

terça-feira, 16 de março de 2010

Ó Rita Maria

Cartaz silêncioO que é que o esclarecimento (como a Rita Maria lhe chama) do Vítor Dias tem a ver com a realidade do que se passou no Congresso do PSD?

Os deveres de lealdade que existem nos diversos partidos democráticos e que estão consignados nos seus estatutos são um acto comum (e legal).

Agora, em nenhum Partido Político (e penso que isto inclui o PCP embora não possa garantir, por os desconhecer) haverá uma norma que proíba os seus militantes de falarem e de darem pontapés nos berços dos seus lideres, como foi o caso da cláusula aprovada no último Congresso Nacional do PSD.

Claro que o Vitor Dias tentou logo o aproveitamento da coisa para atacar o PS, como nunca deixa de fazer (esquecendo-se sempre de olhar para o que tem na sua casa de "paredes de vidro" - onde só por imposição deixaram de votar de mão no ar para escolherem pessoas), se necessário comparando aquilo que não é comparável e estranho que a Rita Maria tenha caído na patranha estalinista do costume. Sabe-se que para o PCP o grande adversário é o PS, coisa que lhe ficou de tempos em que foi preciso defender as liberdades na Fonte Luminosa.
LNT
[0.107/2010]

E no entanto eles existem

Rebanho - TunickJá adivinho o barbudo a contorcer-se na cadeira escondendo os tiques que lhe ficaram do tempo em que adorava o-Sol-que-nunca-se-deita e dormia com o livrinho vermelho debaixo do travesseiro, explicando uma vez mais ao Costa que não se pode confundir claustrofobia de expressão com o dever de estar caladinho e sossegado durante sessenta dias, tentando esquecer que o menor sujeita-se ao maior e que uma lei privada não pode contrariar a lei fundamental.

Ou pôr aquele seu ar de mestre-escola quando, e se, Costa lhe perguntar se boa moeda é aquela que se multiplica sem que o economista dos economistas esteja interessado em saber por que raio as catacumbas do BPN produziam o milagre da multiplicação dos cobres.

Já adivinho o barbudo a dissertar de novo sobre o anonimato na blogos(fera), sentado na última fila da arena de São Bento, rejubilando da garotice de ter um líder que não tem assento na sua bancada porque ele assim o quis.

Já o adivinho no Ponto.Contra, de olhos em alvo, a dizer que só sabe que não falará do que não conhece, como se daquilo que conhece, cogita e congemina, falasse.
LNT
[0.106/2010]

Au temps des cerises

Cerejas

Quand nous en serons au temps des cerises,
Et gai rossignol et merle moqueur
Seront tous en fête.
Les belles auront la folie en tête
Et les amoureux du soleil au coeur.
Quand nous en serons au temps des cerises,
Sifflera bien mieux le merle moqueur.
Jean Baptist Clément
Diz-se que o ano vai bom para as cerejas.


O frio, a neve e o gelo do Inverno, que finalmente se extinguirá com o equinócio de Março, terão morto a bicharada que costuma atacar as flores e se instala no mesocarpo mamando-lhes o tanino.

Sim, sabe-se que cereja bichada tem mais proteínas, menos tanino e as mesmas vitaminas. Mas não é a mesma coisa, e ninguém gosta de sentir uma larva pequenina, mesmo que estaladiça, a passear-lhe pela boca.

Deixemos isso.

O tempo das cerejas, lá para meados de Maio, promete.
LNT
[0.105/2010]

Já fui feliz aqui [ DCCXII ]

Cogumelo
Cogumelo - no tempo deles - Portugal raiano-sul
LNT
[0.104/2010]

segunda-feira, 15 de março de 2010

Já chegámos à Madeira

MagritteNão terminou especialmente bem o megacomício que o PSD promoveu este fim-de-semana em Mafra.

Ou por outra, o megacomício correu bem porque conseguiu sacar o tempo de antena e de propaganda que Manuela Ferreira Leite nunca obteve no decurso da sua triste passagem pela liderança do Partido Social Democrata, mas o Congresso correu mal porque mostrou, uma vez mais, um PSD incapaz de fazer os trabalhos de casa e a irresponsabilidade dos candidatos à liderança que revelaram impreparação para liderarem os seus processos.

Alberto João já tinha dado o sinal quando se vingou de Passos Coelho indo-se sentar ao lado de Paulo Rangel. Mostrou bem a prepotência que todos lhe conhecemos e a intolerância à crítica. Não sei se votou positivamente a norma da asfixia estatutária que há muito aplica na Madeira, mas deve ter ficado a rir-se por ter visto aprovado, em Congresso Nacional e em conluio com todos os candidatos à liderança, uma regra que nem o PCP se atreveria a incluir nos seus estatutos.

Faz o que eu digo, não faças o que eu faço, lema velho de Ferreira Leite que parece ter seguimento no senhor que se segue. Ninguém ouviu, anteriormente à aprovação da proposta de Santana Lopes, qualquer reparo ou demarcação pública que alertasse para a cláusula da vergonha.

A impreparação foi evidente e a politiquice mais uma vez se impôs quando tiveram de reagir perante um País indignado que os fez declarar a intenção de revogar o que o Partido tinha acabado de aprovar sem que qualquer um deles se tivesse manifestado.

Isto passou-se num Congresso que tinha sido convocado para analisar e votar meia dúzia de pontos dos seus Estatutos. A matéria não lhes mereceu estudo nem sequer leitura.

Fica a chamada de atenção para o que esta gente será capaz de fazer quando e se tomar o poder. Para quem tanto tem apregoado a asfixia/claustrofobia, com base em rumores e boatos, ficamos conversados.

A direcção cessante, o seu mentor JPP e o futuro líder do PSD bem podem continuar a propagandear a condição de paladinos da liberdade de expressão. Todos eles são coniventes com este atentado à democracia e todos eles deixaram bem patente aquilo de que serão capazes no País.

Impreparados, prepotentes, censores, politiqueiros e irresponsáveis.
Contra factos não há argumentos.

(Também publicado no Cão como Tu)

LNT
[0.103/2010]

Já fui feliz aqui [ DCCXI ]

Rousseau - Geneve
Rousseau - Genebra - Suissa
LNT
[0.102/2010]

sábado, 13 de março de 2010

Colaborador da Semana [ XCIII ]

Colaboradora LaranjaAdoro aquele ar de virgem que a nossa colaboradora reformada, ex-ministra da fazenda, põe quando diz dos outros aquilo que fez, quando o foi, porque se esquece que a memória é tramada.

Adoro, bem como toda a nossa clientela, e só não a coloco no quadro de honra desta semana porque resolvi pôr a Bunny di Paços que afrontou a colaboradora gorducha da pérola do atlântico, mesmo que com isso tivesse perdido os votos da clientela da ilha.

Bunny di Paços é uma matulona que não sabe aguentar a coisa até ao fim. Adora preliminares, rebola-se nos entretantos e esquece-se ao que a clientela vem, deixando passar-lhe pelos dedos o que deveria receber em cheio.

No entanto é uma fonte de receita, uma forte maré de onde poderá brotar muito do liberalismo que há-de ser o milagre económico deste estabelecimento.

Sem dúvida que o tempo perdido na coutada de Mafra pode ser um tempo de lucro e Bunny é a eleita para o galardão da semana.
LNT
[0.100/2010]

Já fui feliz aqui [ DCCX ]

Alentejo
Vento Sul - Alentejo - Portugal
LNT
[0.099/2010]

sexta-feira, 12 de março de 2010

(es)Tribos

Vaca TriboO que as sextas-feiras têm de fantástico é que anunciam o fim-de-semana e o que têm de assustador é que são a última oportunidade de estragar esse mesmo fim-de-semana.

Foi mais-ou-menos num destes raciocínios que um dos mais brilhantes ministros do actual Governo, o homem das finanças, resolveu ter graça à Guterres e pretendeu arranjar um caldo semelhante ao que levou Guterres a evocar a vida.

O nosso estimado António dos Refugiados ainda se safou no imediato porque provocou o estouro da boyada ao chamar os boys pelo nome. Teixeira dos Santos não teve esse cuidado e confundiu eleitos com boys, isto é, confundiu a posição de quem exerce um cargo para que foi eleito com a sua (dele) própria condição.

Sabemos que, desde o tempo em que os produtores de vinho e outros lavradores se dedicaram às telecomunicações, a linguagem e gesticulação agro-pecuária tomou conta da arena de São Bento mas é capaz de ser mais prudente que se amanse a faena antes que alguém acabe ensarilhado.
LNT
[0.098/2010]