Compete-nos, a nós que acreditamos que é viável conseguir o impossível, levarmos a missão avante.
A democracia, mesmo a nossa que pouco mais é do que permitir a cada um dizer o que pensa e poder decidir pelo voto quem quer que conduza os nossos destinos, continua a ser um bem inestimável por nos proporcionar a imposição da vontade e nos permitir penalizar quem, em abuso do poder que lhe demos para gerir a nossa vida, se julga iluminado por uma luzinha que o guia e lhe aponta caminhos contrários àqueles que nos levou a conceder-lhe procuração.
Dizem os tais iluminados, os da luzinha que os guia, que nós não sabemos o que queremos e que só nos capam para sermos felizes. Tiques adquiridos no tempo de Eça onde se trocava a felicidade dos gatos selvagens que se perdiam em serenatas ao frio no período de cio, pelo recato dos lares pimpões entre almofadas farfalhudas e rações de lata, mais recentemente feitas gourmet.
E como não queremos que, mesmo depois de capados e com as promessas dos enlatados encharcadas de essências para nos fazerem pensar que estamos a comer o que não estamos, nos abandonem ao primeiro aceno de vida boa para quem nos mandou capar, é melhor que se zele pela insubmissão, não vá o diabo tecê-las e as serenatas terminem por falta de voz grossa para as fazer.
LNT
[0.183/2010]
A democracia, mesmo a nossa que pouco mais é do que permitir a cada um dizer o que pensa e poder decidir pelo voto quem quer que conduza os nossos destinos, continua a ser um bem inestimável por nos proporcionar a imposição da vontade e nos permitir penalizar quem, em abuso do poder que lhe demos para gerir a nossa vida, se julga iluminado por uma luzinha que o guia e lhe aponta caminhos contrários àqueles que nos levou a conceder-lhe procuração.
Dizem os tais iluminados, os da luzinha que os guia, que nós não sabemos o que queremos e que só nos capam para sermos felizes. Tiques adquiridos no tempo de Eça onde se trocava a felicidade dos gatos selvagens que se perdiam em serenatas ao frio no período de cio, pelo recato dos lares pimpões entre almofadas farfalhudas e rações de lata, mais recentemente feitas gourmet.
E como não queremos que, mesmo depois de capados e com as promessas dos enlatados encharcadas de essências para nos fazerem pensar que estamos a comer o que não estamos, nos abandonem ao primeiro aceno de vida boa para quem nos mandou capar, é melhor que se zele pela insubmissão, não vá o diabo tecê-las e as serenatas terminem por falta de voz grossa para as fazer.
LNT
[0.183/2010]