Ana Bacalhau deixou-se de fadistices e atirou-lhes nas ventas, em fim de concerto, com a parvoice do mundo de hoje. Foi quanto bastou para que a intelectualidade visse ali um hino à revolta, jovens a tomar a rua, certamente para cantarem "que já não podem mais", que têm o carro por pagar e o marido por arranjar.
A letra já não tem muito mais espaço para crescer, senão incluiria também a prestação do telemóvel topo de gama, do último grito da consola de jogos, do
software mais
in e dos bilhetes dos espectáculos onde se canta que "para ser escravo é preciso estudar".
E se a gente é tão preparada, porque se alheia, porque espera que sejam aqueles que lhes proporcionaram a preparação que tenham também, depois de tudo isso, de continuar a lutar por eles?
LNT[0.023/2011]