segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A escorrar do lobo

Jiminy CricketSobre o último "Já fui feliz aqui" a Maria deixou um comentário em que dizia que Diogo Alves também lá o teria sido. Lá, no Aqueduto das Águas Livres, tenho ideia que o tipo não terá sido muito feliz, embora a loucura também possa ser felicidade. O "custe o que custar" é bom exemplo disso.

Andei a dar uma volta por aí para poder explicar melhor as coisas de Diogo Alves, uma vez que a sua cabeça pouco explica.

Como os Blogs também têm de servir para nos melhorar, até com o mal dos outros, então aqui fica uma mostra de como Leite Bastos falou do galego.

Fica com o aviso para que, tanto o texto como a imagem referida, podem ferir almas sensíveis.
Estão por vossa conta e risco.
LNT
[0.139/2012]

Já fui feliz aqui [ MLXXIX ]

Aqueduto

Aqueduto das Águas Livres - Lisboa - Portugal
LNT
[0.138/2012]

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A orfandade é lixada

Magritte GozoBastou que a actual direcção do PS desse eco a uma coisa nova que apareceu na Europa, e que queriam fazer despercebida no rectângulo, para se regressar ao tempo do malhar.

No entanto essa coisa nova, que não é grande coisa porque vem de onde vem e não traz consigo a ideia social, tem alguns aspectos menos maus e, principalmente, comporta a ideia de que mais vale algo menos mau, desde que venha de gente que não se deixa submeter, a uma outra já experimentada e tida por péssima e que ainda se apresenta com laivos invasivos e dominadores.

Sabemos que de Inglaterra não sopram bons ventos europeus e que os súbditos de sua majestade estão muito mais interessados nos negócios além atlântico do que nos do continente a que estão adjacentes, mas também sabemos que dificilmente se deixarão vergar à bota já vezeira em calcorrear o leito do Danúbio.

O que o documento dos 12 PM europeus não-submissos tem de importante, para além de apontar caminhos diversos (relativamente diversos), é demonstrar à imperatriz do contado e ao seu míope aliado, que os povos europeus podem ser rebeldes e que continuam a ter braços para abrir trincheiras que inviabilizem a invasão.

Seguro fez bem em lembrar isso a quem anda de monco caído e aos órfãos que se arrastam na dor.

É que há valores para além troika e, se há países que são pouco mais do que protectorados, continuam a existir nações na Europa que são mais do que simples países. Esses não se rendem, nem se deixam amesquinhar de braços caídos.
LNT
[0.137/2012]

Já fui feliz aqui [ MLXXVIII ]

Jack Vettriano

Jack Vettriano - Escócia
LNT
[0.136/2012]

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Quinta de cinzas

VacaTenho pena que não exista a quinta-feira de cinzas. Nada teria melhor sentido até para contrabalançar o que acontece com a terça gorda que se faz suceder pelo cinzento da quarta-feira.

Em anos como este que corre, em que a terça-feira gorda (e temos a promessa de que todas as seguintes) foi objecto de intolerância porque o objectivo de empobrecimento não se compadece com farras obesas, há que punir com a carne aquilo que o peixe nunca punirá.

Custe o que custar, havemos de obrigar o Entrudo a falecer de tísica, tal como já fazemos com outros ruminantes enquanto as vacas andam de cornos no ar à espera de que as macumbas feitas com animais de crista resultem em precipitação.
LNT
[0.135/2012]

Já fui feliz aqui [ MLXXVII ]

Bateaux Mouche

Bateaux Mouche - Paris - França
LNT
[0.134/2012]

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Um “imaginemos”

Barros de feiraUma cidadã europeia, simpática e charmosa, com uma conta bancária tão simpática como ela própria, propôs-se comprar ao Zorba uma pilha de pratos.

O Zorba acedeu com a condição de lhe vender os pratos em lote, ficando por conta da cidadã o risco de nesse lote haverem pratos lascados (o que pouco importava porque os pratos destinavam-se a ser partidos).

A cidadã, na posse do lote, retirou os pratos bons e com os lascados fez nova pilha que vendeu por atacado. Com o lucro propôs ao Zorba novo negócio igual informando-o estar disponível para o financiar.

Com esse financiamento o Zorba comprou nova pilha de pratos lascados e meia dúzia de pratos bons, misturou-os e vendeu o lote à cidadã.

O ciclo repetiu-se.

A cidadã tinha cada vez mais dinheiro e o Zorba ia dançando, embora cada vez tivesse mais dívidas, até que um dia a cidadã o informou de que já não queria mais pilhas de pratos e que pretendia que ele pagasse aquilo que lhe devia.

Como o Zorba não tinha esse dinheiro pediu à cidadã que lho emprestasse. A cidadã assim fez, o Zorba pagou-lhe e, de seguida, pediu perdão da nova dívida e suicidou-se.

A cidadã ofereceu-se para pagar o enterro do Zorba com o dinheiro de uma cooperativa que entretanto tinha feito com outros cidadãos e perguntou ao Manuel se ele tinha uma pilha de pratos para negociar com ela...
LNT
[0.133/2012]

Já fui feliz aqui [ MLXXVI ]

Lago da Consolação

Lago da Consolação - Arraiolos - Portugal
LNT
[0.132/2012]

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Surdinas [ XXXIX ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

O resgate da Grécia serve para que os bancos alemães e franceses recuperem aquilo que investiram em dívida grega. Nada tem a ver com o povo grego.

Mais valia que tivessem entregue o dinheiro directamente aos bancos, seria mais honesto.
LNT
[0.131/2012]

Banks, not taxpayers, should be responsible...

Onda
(...) Finally, we must take steps to build a robust, dynamic and competitive financial services sector that creates jobs and provides vital support to citizens and businesses. Implicit guarantees to always rescue banks, which distort the single market, should be reduced.
Banks, not taxpayers, should be responsible for bearing the costs of the risks they take.
While pursuing a level playing field globally, we should commit irrevocably to international binding standards for capital, liquidity and leverage with no dilution, ensuring that EU legislation adheres to Basel 3 standards to ensure financial stability and meet the financing needs of our economies. Banks should be required to hold appropriate levels and forms of capital in line with international criteria, without discrimination between private and public equities. We also call for rigorous implementation of the G20 principles on banking sector remuneration in line with existing EU legislation
.(...)
Este trecho faz parte de uma carta assinada por 12 Primeiros-Ministros europeus dirigida a Durão Barroso e a Herman Von Rompuy.

Portugal ficou à margem. Parece que o assunto não lhe diz respeito, como aliás parece ser também opinião dos jornais portugueses que dela passaram ao largo fingindo não existir.

Nem por ser carnaval a coisa fica menos mal.

Pedro Passos Coelho (onde andará Portas que parece nada ter a ver com estes negócios estrangeiros) prefere manter-se curvado no beija-mão submisso à senhora Merkel e ao governador de Vichy, a alinhar ao lado de David Cameron, Mark Rutte, Mario Monti, Andrus Ansip, Valdis Dombrovskis, Jyrki Katainen, Enda Kenny, Petr Nečas, Iveta Radičová, Mariano Rajoy, Fredrik Reinfeldt e de Donald Tusk.

Como escrevias, Pessoa?
Tenho mais pena dos que sonham o provável, o legítimo e o próximo, do que dos que devaneiam sobre o longínquo e o estranho
Os que sonham grandemente, ou são doidos e acreditam no que sonham e são felizes, ou são devaneadores simples, para quem o devaneio é uma música da alma, que os embala sem lhes dizer nada. Mas o que sonha o possível tem a possibilidade real da verdadeira desilusão. Não me pode pesar muito o ter deixado de ser imperador romano, mas pode doer-me o nunca ter sequer falado à costureira que, cerca da nove horas, volta sempre a esquina da direita. O sonho que nos promete o impossível já nisso nos priva dele, mas o sonho que nos promete o possível intromete-se com a própria vida e delega nela a sua solução. Um vive exclusivo e independente; o outro submisso das contingências do que acontece

Fernando Pessoa, in O Livro do Desassossego
LNT
[0.130/2012]

Desobediência civil

Coelho Portas Carnaval Torres 2012Presumo que, o que resulta de um povo ser governado por gente que não o conhece, está hoje bem patente em Lisboa.

Presumo, porque a verdade é que a responsabilidade de termos essa gente a governar esse povo é do povo que a elegeu.

Presumo também que a comunicação social faça hoje o mesmo número que fez ontem e que passe nas televisões o deserto da capital, os horários de Domingo nos transportes públicos, o comércio encerrado, as empresas fechadas, a desobediência civil escarrapachada na cara desta gente que governa um povo que não conhece, um governo moralista, desligado da realidade, que insiste em querer aplicar os seus governados aquilo que nem aos seus próprios filhos consegue impor.

Os serviços públicos que hoje estão abertos para servirem o deserto que enche as ruas, estarão certamente a gastar muito mais do que gastariam caso estivessem fechados, porque teriam os ar condicionados desligados, as luzes apagadas e o papel higiénico poupado.

Como digo, é o que faz ter governantes que não conhecem o povo que governam.
Um governo desligado do seu povo.
LNT
[0.129/2012]

Já fui feliz aqui [ MLXXV ]

Coelho Portas Carnaval Torres 2012

Antes da política-moral - Carnaval - Portugal
LNT
[0.128/2012]

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Surdinas [ XXXVIII ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Parabéns, Córtex.
Continue frontal, pf!
LNT
[0.127/2012]

Canja

Canja de patas de galinhaVivemos tempos complicados. Marcelo já lança farpas ao seu rival directo à Presidência da Republica e a comunicação social faz de conta que a sua homilia dominical foi uma sessão iniciática de banalidade, por exemplo, sobre a precipitação nas albufeiras ou sobre a esperança contida no novo discurso do Primeiro-Ministro para esconder o "ir mais além, custe-o-que-custar".

Se, relativamente ao tempo de chuva, qualquer pessoa minimamente atenta verificou que Marcelo tinha a cábula escrita com uns apontamentos que lhe tinham passado para o "directo combinado", na treta da mensagem da esperança já quis esconder a estratégia pirómana do actual poder que consiste em deixar a ideia de que já tudo ardia antes e que ele (o actual poder) é o bombeiro nesta estepe de terra queimada, não vá qualquer grão de trigo persistir em rebentar e alguém diga que se tratou de semente antiga.

Marcelo é um homem inteligente e um mestre da manipulação. Sabe mais a dormir que a maior parte dos "espertos" que por aí andam convencidos que têm a mente desperta. Tem o instinto da serpente e, como se sabe, as serpentes não conseguem reter os seus instintos de morte por muito tempo. O recado para as fontes anónimas cavaquistas alojadas nas saias de presidência da comissão europeia parecia mais a celebração de um ritual de macumba do que de magia branca. O sacrifício das galinhas pretas não se fará esperar.

Qual vichyssoise, qual canja, qual o quê. Vai ser uma cabidela dos diabos.
LNT
[0.126/2012]

Já fui feliz aqui [ MLXXIV ]

Carnaval

Antes da política-moral - Carnaval - Portugal
LNT
[0.125/2012]