O sindroma obsessivo José Sócrates Pinto de Sousa (JSPS) é o complexo português mais relevante deste início de século.
Os jornais (incluindo os televisivos), os comentadores (da comunicação social, da política, dos Blogs e outros) sempre que não têm argumentos para defender as ideias vigentes, retornam ao sindroma JSPS para desviar as atenções das políticas miseráveis que este Governo vem a aplicar desde que, pela mão do Presidente da República, assumiu o poder.
Os resultados, que começam a ter leitura clara, apontam para o desastre consequente das políticas que sucederam a Sócrates. (desemprego, falência, empobrecimento, liquidação da classe média, diminuição do tempo médio de vida, fim da igualdade de oportunidades e baixa das receitas - que garantiam a protecção social - na razão directa do aumento da carga fiscal). Querem fazer crer que se trata de uma mera consequência das políticas anteriores e escondem que são os propósitos das políticas actuais.
Insistem que o acordo do resgate é da responsabilidade de Sócrates (como se o resgate não se devesse a uma “santa aliança” do PSD/PCP/CDS/BE, que o obrigou, por ter sido chumbada a solução negociada por Sócrates com os nossos parceiros europeus e que não obrigava às medidas de destruição económico-social que vieram a ser impostas pela Troika) ou como se as medidas “para além da Troika” não fossem o “custe-o-que-custar” que orienta o pensamento revanchista, desigual e prepotente com que a dupla Coelho/Portas está a destruir o que resta, no nosso País, do conceito social-democrata de cidadão europeu.
O sindroma obsessivo JSPS revela-se uma doença desviante produzida por quem não tem coragem de assumir que as actuais políticas de sofrimento impostas ao povo português são propositadas e deliberadas. Alimenta-se com a prescrição de empobrecimento que a “santa aliança” defende, embora por razões diferentes:
- O bloco de direita por saber que é o caminho que pretende;
- O segmento de esquerda porque sempre apostou na política do “quanto pior, melhor” para poder continuar a exercer a demagogia sem nunca assumir a responsabilidade do poder.
Escrevo isto com o à-vontade de quem nunca aplaudiu muitas das políticas seguidas pela liderança anterior do Partido Socialista e com o desprendimento de quem sempre se bateu para que houvesse melhor senso na aplicação dos recursos postos à disposição.
Escrevo-o porque sei distinguir o impacto e a responsabilidade de algumas políticas mal orientadas anteriormente daqueles que, com que o descalabro desta gestão propositadamente destrutiva, aniquilam todos os avanços sociais que se produziram em Portugal desde que deixámos de “estar orgulhosamente sós” e nos inserimos na Europa.
LNT
[0.310/2012]