terça-feira, 14 de agosto de 2012

Podiam fazer a festa do Pontal no Alfeite

CapSeria uma questão de coerência. Seria uma precaução de segurança. Seria uma extensão do bunker onde andam refugiados vai para ano e picos. Seria a utilização de uma terra de ninguém onde poderiam acolher os seus parceiros de coligação. Finalmente, seria a forma de darem alguma utilidade aos meios submarinos perdidos no meio dos papéis que fizeram perder.

Não só Portas poderia usar o “cap” da Navy e as condecorações de Rumsfeld, como os seus anfitriões poderiam apresentar-se de galochas para evitarem molhar os pés no lastro que não pára de jorrar sempre que o INE faz mais uma divulgação dos números resultantes da política de empobrecimento que insistem em levar a cabo.

Poderiam igualmente fazer discursar o soba madeirense já que ele prescindiu da sua festarola de Chão de Lagoa na sequência da queimada que afligiu a nossa Pérola do Atlântico.

Se fizessem a festa do Pontal no Alfeite podiam aproveitar a capela da Escola Naval para que Cristas rezasse por chuva, para que a outra senhora loira da justiça (de quem não se pode dizer o nome), vestisse o camuflado dos fusos para ficar invisível, para que Crato se voltasse a fazer Prior e para que Macedo levantasse as mãos ao céu e orasse uma prece em memória dos defuntos que vai enterrando.

Seria também o local próprio para que Álvaro reencarnasse o Adamastor e para que Pedro se penitenciasse das coberturas que Marcelo sentencia que Coelho faz a Relvas ao invés das que Relvas, sem equivalências, lhe deveria fazer a ele.
LNT
[0.371/2012]

sábado, 11 de agosto de 2012

We all live in a yellow submarine

Submarino Portas

Afinal, segundo parece, os submarinos eram mesmo amarelos.

Há arquivos emergidos e há outros submersos.

Prevê-se que, mais tarde ou mais cedo, apareça alguém a dizer que foi o Sócrates que escondeu os papeis.

Full speed ahead, mister Paulo, full speed ahead!
Full speed over here, sir!
Action station! Action station!
Aye, aye, sir, fire!
Heaven! Heaven!

LNT
[0.368/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLVI ]

Conceição Tavira
Conceição de Tavira - Algarve - Portugal
LNT
[0.367/2012]

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

IN

FotosO dez de Agosto é para mim, todos os anos, um dia especial. Relaciona-se com a imortalidade e faz parte do processo de aprendizagem que me trouxe até aqui.

Muitas vezes me questiono, e hoje é 10 de Agosto – dia de me questionar, sobre o que ando a fazer com uma escrita pública quando tantos o fazem bem melhor do que eu e com a propriedade que não quero (ou não consigo) ter. No fundo cinjo-me a partilhar com os meus voluntários leitores experiências, conhecimentos e opiniões sobre aquilo que mais me toca ou, pelo menos, sobre o que entendo ser partilhável, mesmo que, tal como neste texto, não ultrapasse a necessidade de me questionar.

Não sou, nem pretendo ser, uma pessoa pública e como tal não tenho obrigatoriedade de expor o meu pensamento. Não me julgo narcisista e não sinto qualquer necessidade de me dar a conhecer. Não pretendo notoriedade para além daquela que me é absolutamente necessária para o desenvolvimento da minha actividade e essa não é aqui que a consigo. Detenho canais capazes de desenvolver a influência de que não abdico nas organizações a que pertenço. Nunca senti necessidade de me colocar em bicos de pés para parecer mais alto.

No entanto esta actividade (já com uma década de exercício, mesmo sem contar outra opinião publicada que tenho praticado) dá-me algum gozo e espanta-me verificar o número de audiências que provoca.

Claro que não sou ingénuo nem considero ingénuos aqueles que vêem aqui ler-me e sei que tudo isto faz parte de um jogo que também envolve militância informal desenvolvida fora dos circuitos tradicionais, assim como também sei que a irreverência, sempre necessária à criatividade, é um meio de transmitir a mensagem de combate à indiferença.

Este Post, em que assinalo mais um dez de Agosto, é uma química na evocação dos meus fantasmas. Não creio que tenham capacidade de o ler mas sei que questionando-me com eles no pensamento eles não me esquecerão.

Materializo-o para a partilha com os (ainda) físicos.
LNT
[0.366/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLV ]

Fotos
Memórias - Portugal
LNT
[0.365/2012]

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Referendos na RATA

Dor de cabeça de cãoDiz-nos o Carlos Barbosa de Oliveira que o Tribunal Constitucional admite a possibilidade de se fazerem referendos locais na RATA e que, nessa hipótese, irão aumentar as dores na cabeça do Governo em férias e em especial na cabeça de Relvas.

Imagino que sim, imagino que a haver referendos locais na RATA (Reorganização Administrativa Territorial Autárquica) Relvas e outros venham a ter dores até porque a RATA é mais uma daquelas circunstâncias virgens que este poder tem ganas de explorar mas que exige assentimento para não ser criminosa.

Por este andar, se os referendos foram avante, estaremos na eminência de uma RATA extremamente dispendiosa e na eventualidade de um falhanço precoce manifestamente insatisfatório.
LNT
[0.364/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLIV ]

Lisboa
Lisboa - Portugal
LNT
[0.363/2012]

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Até as sopeiras já se vestiam como as meninas da casa

SopeiraEntre uma direita que tomou conta da Europa e uma esquerda que a antecedeu convencida que as soluções de direita eram inevitáveis, o espaço da sociedade social-democrata foi-se encarquilhando até retornarmos a um ponto de desenvolvimento social impensável há meia dúzia de anos.

Não é verdade que a democracia e o estado social não fossem projectos sustentáveis só que, à sombra do estado social e da democracia, desenvolveram-se interesses baseados em cadeias de favor destinados a criar riqueza pessoal.

Os cidadãos adoptaram a mentalidade Oeirense em que a máxima mais propagada era a de que “este rouba mas, ao menos, nós também temos benefícios” sem que houvesse a consciencialização de que os benefícios decorriam da contribuição de todos e que o roubo que lhes estava associado retirava, para proveito exclusivo de quem roubava, a parcela destinada à sustentabilidade do estado social.

Esta mentalidade levada ao extremo conseguiu, inclusive, usar a democracia para perpetuar legitimamente o poder de reconhecidos corruptos.

A direita sabia que estado social e enriquecimento pessoal à sua custa eram incompatíveis. Só teve de esperar que a realidade se mostrasse no seu máximo esplendor e, aproveitando o abstencionismo que o descrédito provocou, levantou o machado de guerra contra o estado social porque, entre uma e outra coisa, o enriquecimento pessoal sempre foi a sua prioridade.

Foi esta ajuda que a esquerda deu ao ajuste de contas que a direita há muito pretendia executar contra os que tinham ousado comparar-se ao seu estatuto social. A lei da selva está de novo a voltar a uma Europa que foi pioneira dos conceitos de justiça social, de solidariedade e de igualdade de oportunidades.

Se não nos convencermos que a liberdade e os restantes conceitos sociais são conquistas que exigem luta permanente que inviabilize a sua extinção, irá restar-nos observar que as sopeiras voltarão a distinguir-se das meninas da casa pela roupa que vestem.
LNT
[0.362/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLIII ]

Camaleão
Camaleão - Ria Formosa - Algarve - Portugal
LNT
[0.361/2012]

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Na faixa da direita a subir para cima

Auto estradaNeste difícil retornar da crise algarvia para a de Lisboa fica a imagem de muitos carros de alta cilindrada a subir de baixo para cima e de muitos outros de cilindradas menores a descerem de cima para baixo fugindo ao empastelamento das nacionais de Canal Caveira ou de Mértola e a entregarem ao Ministro da Finanças mais uma mão cheia de dinheiro que ele tratará de fazer desaparecer.

Foi um impressionante desfile de bólides que no passado Sábado subiam para cima, a mais de 160 Km/hora, com pressa de chegarem ao ponto mais forte de uma crise que não parecia afectá-los, possivelmente por não serem trabalhadores do Estado, o que os torna incomparáveis como diria tão sabiamente Paulo Portas em mais uma discursata de ódio.

Vê-los passar, a subir para cima, e manter seguro o carro na faixa da direita evitando uma farolada potente como que a avisar:

- Chega para lá malandro que te atreves a obstruir o meu roncar.
LNT
[0.360/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLII ]

Praia Altura
Foi bom mas acabou-se - Algarve - Portugal
LNT
[0.359/2012]

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A crise vista daqui

A crise vista daqui

Já se lê que neste momento há demasiados portugueses a descansarem como se o lazer de quem trabalha não fosse um direito.

A coisa ameaça dominar o pensamento fazendo com que todos os que ainda têm trabalho em Portugal (e são cada vez menos por obra deste miserável Governo que tem por base de raciocínio o empobrecimento e a necessidade de nos transformar em seus lacaios sem remuneração nem tempo de descanso) mergulhem na neura de quem ainda não entregou o resto que tem para gáudio dos pançudos que odeiam o Sol e vivem refastelados o ano inteiro e à custa do nosso esforço, nos ares condicionados onde vegetam.

O pensamento é atroz, lê-se:
A esta hora, milhares de portugueses estão de pança ao sol, inermes como camaleões obtusos.”

É a miséria de espírito dos que odeiam todos em favor do espelho que os anima. Um espelho comprado com o nosso labor, sugado do nosso sacrifício para lhes sustentar a vaidade e o convencimento de que são mais, ou melhores, do que aqueles que os sustentam.

Em Julho e neste princípio de Agosto viu-se a crise a partir daqui. As praias ostentavam panças de alemães, franceses, ingleses, noruegueses, espanhóis e de outras gentes que se habituaram aos direitos de quem trabalha. Há quem chame a isto, civilização.

Os verdadeiros pançudos lusos jibóiam no conforto, mesmo aqueles que andam em dietas para parecerem que não são barrigudos.
LNT
[0.358/2012]