terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Cara-de-pau

Passos Coelho já não surpreende pela “inverdade”. O que surpreende é que cada vez mais se leia e oiça na comunicação social e nas redes sociais (dos seus poucos restantes seguidores) que ele é profundamente “verdadeiro”.

Quando a política de destruição de todos os avanços civilizacionais dos últimos 40 anos estiver concluída em Portugal haveremos de ouvir Passos Coelho afirmar, com a sua habitual cara-de-pau, que passámos a ser muito mais civilizados.
LNT
[0.486/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCCXXXVI ]

Azulejos
Viúva Lamego - Lisboa - Portugal
LNT
[0.485/2013]

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Extra extra

Adega GarrafõesSegundo as últimas notícias:
A RECESSÃO TERMINOU.

Conclusão: Nada que nunca comece poderá alguma vez acabar.

Agora só falta acabar também com o emprego que resta, as pensões dos velhos, a inércia dos jovens que continuam no conforto, a persistência com a educação, a baixa taxa de mortalidade infantil e com a garantia de cuidados de saúde (e já agora com esta gente que nos levou a este maldito estado, a tal situação de recessão que oficialmente terminou).

Ainda deveríamos ter ido mais longe, mandando abater todos os que chegassem à idade da reforma e com o abandono dos esbanjadores portadores de doenças crónicas.

Ainda há muita lama para cavar neste poço de onde renasceremos para a ordem natural das coisas e para as leis que regem a sobrevivência.

Estamos quase bem, tirando que o crescimento positivo continua a ser negativo em relação a igual período do ano anterior que, por sua vez, já tinha sido inferior ao do outro ano antes, mas lá chegaremos.

Da terra queimada há-de brotar erva fresca e, como os animais mais fracos que a comiam sucumbiram também no fogo que a queimou, não faltará verde no pasto dos garanhões que foram preservados.
LNT
[0.484/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCCXXXV ]

Rui Perdigão
Rui Perdigão - Lisboa - Portugal
LNT
[0.483/2013]

domingo, 8 de dezembro de 2013

Renascer para assim ser

BoliqueimeAlguém dos vencedores do Presidente poderia explicar-lhe que, se Mandela perdoou aos que o mantiveram no cativeiro, só o pôde fazer porque o encarceraram por ele defender, com os meios de que dispunha, a humanização do que de mais humilhante se fazia contra a humanidade na África do Sul.

Nós sabemos que quem nunca tem dúvidas e raramente se engana e que quem julga que todos os outros terão de nascer pelo menos duas vezes para serem como ele, também se acha no direito de afirmar que (subentenda-se: ao contrário dele) “Alguns nunca mexeram uma palha para ajudar Mandela

Nós sabemos que devemos ser bons alunos, cordatos e nunca dizer mal dos mercados.

Nós sabemos e lamentamos que, pelo menos nos próximos anos, ainda teremos muito mais disto que é como quem diz, que ninguém nascerá duas vezes nem ninguém quererá fazê-lo para assim ser.

Três leituras aconselhadas:
- Constituição da República Portuguesa;
- Francisco Seixas da Costa;
- Isabel Moreira.
LNT
[0.482/2013]

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

5 - Blogoditos - 5 [ IX ]

Blogs
(...) hoje é dia para recordar que, tal como enviou condolências ontem «em nosso nome», foi também «em nosso nome» que, em 1987, enquanto primeiro-ministro, mandou que Portugal votasse CONTRA esta Resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, que exigia a libertação de Mandela, então condenado a prisão perpétua. Não foram 50, nem 20, nem 10 os países que o fizeram, mas apenas três (como pode ser verificado neste quadro com o resultado da votação): Estados Unidos, Reino Unido... e Portugal. Cavaco, como sempre bem acompanhado, desta vez por Reagan e Thatcher. Já vieram alguns insinuar que o objectivo foi «proteger» a colónia portuguesa da África do Sul – atitude timorata e mesquinha, típica de um governante servil e também mesquinho, ontem como hoje e como será até morrer. E sobretudo, repito, sem vergonha na cara.
Joana Lopes

É também essa a razão pela qual a história será certamente pouco generosa com Cavaco. Porque ao contrário de tantas figuras históricas, algumas das quais portuguesas, Cavaco nunca arriscou a vida, a liberdade ou sequer o seu conforto, fosse ele material ou político, por algo em que profundamente acreditasse. E já será porventura generosidade excessiva presumir que acredita em algo, politicamente falando.
Não sei que epíteto a história lhe reservará. Mas o grande hipócrita é uma forte hipótese.
Nuno Oliveira

Creio que na tua religião não há santos, Madiba.
Julgo que na tua ciência, Madiba, os heróis são feitos das mesmas partículas e forças que estão na matéria de qualquer outra pessoa.
Hoje, no dia depois do teu passamento, Madiba, tens razão nessas tuas crenças: não há santos nem heróis disponíveis, porque todos os santos e todos os heróis estão hoje ocupados a admirar-te e a tentar ainda compreender quem és. Com saudades de seres único.
Quando eu crescer, Madiba, quando eu crescer o suficiente para saber quem és, quero compreender o segredo íntimo da humanidade: como é ser como tu, Mandela. Como um dia vai ser possível sermos como tu. Mandela, não te rias: deixa-nos sonhar. Tu, aquele que sonhou melhor e mais forte do que todos nós.
Obrigado.
Porfírio Silva

O problema das dicotomias em preto-e-branco, como a que é apresentada por Manuel Alegre sobre o "bom" e o "mau" socialista, reside em que muita gente (como o autor dests linhas) não se revê substantivamente em nenhuma das categorias, por concordar com alguns traços de uma e de outra e rejeitar outros tantos de ambas.
O maniqueísmo político raramente é bom conselheiro, muito menos dentro da mesma família política.
Vital Moreira

A banca dos anos noventa não queria que os poderes públicos regulassem a sua excelentíssima actividade, sempre na iminência de provocarem um «risco sistémico» que o terceiro-estado pagaria . Há leis anti-cartéis, mesmo na Comunidade Europeia, porque fora o Moedas e o Maçães os governantes de todo o mundo conhecem as tentações de manipulação dos mercados pelos liberais.Desta vez o foco da manipulação estava nos entendimentos sobre as taxas de juro da Libor e da Euribor. Dez enormes bancos foram investigados pela Comissão Europeia que multou 8, entre estes o Deutsche Bank, a Société General, o Crédit Agrícole, o britânico HBSC.
Esta foi a primeira decisão de sempre da Comissão Europeia contra infracções às leis da concorrência no âmbito da actividade financeira.É um sinal, ou um álibi? .
José Medeiros Ferreira
5 - Blogoditos - 5 é uma rubrica de 6ª Feira que transcreve citações interessantes de cinco autores de Blog em cada semana.
LNT
[0.480/2013]

Hats off, Madiba!

Nelson Mandela

Já quase tudo se disse e nada sou para mais acrescentar sobre Nelson Mandela.

Ficam dois ensinamentos:
- Contra o absurdo da desumanização, resistir! Resistir sempre, porque o impossível mais não é do que aquilo que ainda não foi possibilitado.

- Porque tudo é reversível pode-se perdoar, nunca se pode esquecer.
LNT
[0.479/2013]

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Quase

Manuel AlegreQuase sempre estou de acordo com alguns e quase sempre estou em desacordo com outros. A uns e outros agradeço, sempre, por me proporcionarem a escolha do semelhante ou do diverso.

A todos agradeço, sempre, os mais ou menos ensinamentos que me proporcionam o quase sempre que me faz distinto.

Um dos casos do quase sempre de acordo é Manuel Alegre. A este quase sempre associo o frequentemente, que não é mais frequente porque nem eu pretendo ser igual, nem ele ambiciona que alguém se lhe iguale.

Vem isto a propósito do socialista bom e do socialista mau, sendo que Alegre se considera socialista mau e eu, ao lê-lo, fico-me por ser umas vezes bom e outras mau, quase sempre mais para o mau mas nunca para o socialista mais-ou-menos.
LNT
[0.477/2013]

Das possibilidades

MagritteQuando a política é entregue a radicais da destruição porque os seus "eus" se sobrepõem ao interesse geral, é o que dá. Crato faz parte do pacote "além-troika", um bando de selvagens determinados em anular tudo o que de bom foi feito até agora e em transformar em cinzas os esforços das gerações anteriores para que as seguintes tivessem na mão as ferramentas que as fizessem competitivas.

Trata-se, segundo os ideólogos do “viveram acima das possibilidades”, de uma teoria de normalização por baixo que inviabilize a subida da fasquia das possibilidades, com isso garantindo uma multidão desqualificada destinada a suportar quem vive por cima.

Aproveitaram-se (e aproveitam-se) da parolice nacional que vê sempre a luz naquilo que vem de fora para assegurar um escudo de justificação ao uso dos lancha-chamas com que estão a reduzir eventuais pretensões de igualdade nas oportunidades. O ajuste de contas de uma segunda geração alçada ao poder pelo esforço colectivo que agora pretende assegurar para os seus, sem concorrência, o estatuto de elite.

Se não lhes pusermos travão acabarão por transformar o patamar cidadão em castas de cidadãos diferenciando-as pelo catálogo discriminatório dos “nossos” e dos “deles”.

Por isso nos estagnam e nos cegam do futuro.
LNT
[0.476/2013]

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Alarvidades

Assembleia da República - ObrasOutro dia ouvi um deputado do PSD (Montenegro) anunciar que, há largos anos, Portugal não registava um decréscimo de desemprego tão elevado como aquele que agora foi anunciado.

(sic) "o que significa um desempenho que só encontra paralelo em fevereiro de 1999"

Demorei dias para poder deixar o registo neste blog devido à dificuldade de o fazer sem que ao mesmo tempo não me abstivesse de proferir um forte insulto contra quem se atreve, a partir da Assembleia da República, a proferir tal alarvidade provocatória que revolta a inteligência de um povo subalternizado e ultrapassa em cinismo e em pouca vergonha qualquer outra das muitas provocações que têm sido feitas aos portugueses.

A desfaçatez desta gente já não tem qualquer catalogação.
LNT
[0.474/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCCXXXI ]

ACIME
ACIME - Campanhas Afectos/Encontros - Portugal
LNT
[0.473/2013]

domingo, 1 de dezembro de 2013

Restauração

Portugal

Faz umas centenas de anos que Portugal deixou de ser um protectorado, como lhe chamavam aqueles que entendiam que a bota ou o dinheiro determinavam a renúncia à nacionalidade.

Deixou de ser um dia de feriado nacional por submissão aceite por aqueles que hoje entendem não importar o combate contra a bota e o dinheiro e voltam a querer passar para o Mundo que somos um protectorado de alunos submetidos e agradecidos.
LNT
[0.472/2013]