terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Já fui feliz aqui [ MCCCLX ]

Miró
Miró - Lisboa/Barcelona - Portugal/Espanha e leiloeiros de Londres
LNT
[0.043/2014]

Rompem-nos os bolsos

Bolsos VaziosAnda a ser difícil manter a escrita em dia neste Blog. Não por falta de letras no teclado nem por dificuldade de matraquear as teclas, mas por abstenção aos noticiários e aos comentadores oficiais e oficiosos e por quase cegueira aos jornais.

Isto passa, sei, porque há vícios que se conseguem travar durante algum tempo mas que, mesmo latentes, exercem as suas influências. Ainda há pouco, para fugir ao vento, deixei os olhos espreitarem as primeiras páginas enquanto me abastecia de um outro vício que não quero deixar e logo me deu vontade de vir aqui largar mais um punhado de letras contra a gentalha que se gaba, nos ventos de Espanha, de estar a fazer um grande serviço à Nação e aos nacionais.

Mas a escrita em dia fica sem pressa para, talvez, amanhã.

Fica à espera que passe esta maldita sensação de que se a pena é uma arma, é pouco para o combate desigual contra quem combate com as mãos enfiadas nos nossos bolsos.
LNT
[0.042/2014]

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Abaixo das possibilidades

PerigoParafraseando um take publicitário, diria que ainda sou do tempo em que pagar impostos significava águas com custos limitados, electricidade com custos limitados, transportes com custos limitados, acesso à saúde, educação e a outras ninharias que agora, em plena época “liberal”, não têm qualquer significado.

Uma das razões dos impostos era exactamente essa: – Custos limitados nos artigos de primeira necessidade e acessos generalizados aos cuidados e educação, vulgo: “viver acima das possibilidades”.

Estranhamente, à medida que vamos vivendo abaixo das nossas possibilidades, isto é, à medida que tudo o que era de acesso liberal passou a ser de acesso privado, os impostos não baixam, antes pelo contrário.
LNT
[0.040/2014]

Já fui feliz aqui [ MCCCLVIII ]

São Filipe
Pousada de São Filipe - Setúbal - Portugal
LNT
[0.039/2014]

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Outras praxes

Guilhermo M VeraAs académicas não debato, já o disse anteriormente. Penso que, tal como se não podem referendar todos os direitos das pessoas, também não se pode admitir que os jovens, só porque iniciam uma vida académica, tenham de ser humilhados e seviciados. Não é para isso que se inscrevem no ensino superior e, mesmo que andem em busca de uma qualquer adrenalina, bebedeira, pedrada, ou sejam adeptos masoquistas de sadismo, deverão procurar a satisfação das suas taras fora do espírito académico.

Sofri praxe violenta na Força Aérea, no curso de piloto aviador. Depois fiz praxe, julgo que menos violenta. Na altura também as praxes militares eram proibidas embora muitas vezes fossem praticadas por oficiais contra soldados e cadetes alunos. Justificavam-se pelo “enrijamento” de quem tinha uma guerra pela frente, pela necessidade do hábito à submissão hierárquica e pela obediência cega à voz de comando.

Coisas de vida e de morte que, por nunca ser, não eram rituais de iniciação à demência imposta a quem só se quer qualificar para a vida.

A demência conseguida é a que os faz partir, depois da academia, sem um ai, submissos e obedientes, e sem perceberem que têm uma guerra pela frente, uma coisa de vida ou de morte.
LNT
[0.038/2014]

Já fui feliz aqui [ MCCCLVII ]

Amoreiras
Amoreiras - Lisboa - Portugal
LNT
[0.037/2014]

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O vómito

LínguasDesculpar-me-ão pela expressão de golfo mas é mesmo de nojo que se anda a tratar.

Tudo isto, a troika, a pós-troika, o relógio do Portas, a desambição do pequenininho Coelho, os swaps da Ministra, a justiça da outra senhora (na justiça), o vendedor de cervejas e refrigerantes, os seguros privados de reforma e de saúde, a perseguição que os chuis fazem aos polícias, o alto reformado da nação, a segunda mais alta reformada da nação, a agricultura feita lavoura do amanho, o estado a que chegou o Estado, e por aí fora, são de vómito, de jorro, de repulsa.

Fingimos que aguentamos, sussurrando aqui e ali sobre o sabor acre que este regurgito nos deixa na boca, mas quanto mais nos contemos mais nos apercebemos ser impossível reter a iminente golfada prestes a jorrar descontroladamente.

Uma javardice sem fim onde todos são esmifrados até ao tutano e os merceeiros com a contabilidade emigrada, para ficar a salvo do esbulho, não só apregoam moral e bons costumes como ainda usufruem das regalias beneficiárias que aos sujeitos a vómito são recusadas.
LNT
[0.036/2014]

Já fui feliz aqui [ MCCCLVI ]

Cow Parade
CowParade® - Lisboa - Portugal
LNT
[0.035/2014]

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Admirações admiráveis

MordilloAdmira-me que alguns comentadores estejam admirados por Cavaco ter mandado para o Constitucional a proposta de referendo aprovada pela Assembleia da República (Co-adopção por casais do mesmo sexo).

Mas esta gente que se dedica aos comentários (públicos, comunicação social, redes sociais e blogs) não tem obrigação de saber que o Presidente da República só tinha por opções ou a recusa do referendo ou o seu envio para fiscalização preventiva da constitucionalidade?

Alguém duvidaria que Cavaco viesse a não vetar a coisa que o seu PSD, o seu Governo e o seu Grupo Parlamentar inventou para se esquivar vergonhosamente das suas responsabilidades numa matéria da Assembleia da República sabendo-se que qualquer referendo "só tem efeito vinculativo quando o número de votantes for superior a metade dos eleitores inscritos no recenseamento"?
LNT
[0.034/2014]

Where Have All the Flowers Gone?

Where have all the graveyards gone, long time passing?
Where have all the graveyards gone, long time ago?
Where have all the graveyards gone?
Gone to flowers, everyone.
Oh, when will they ever learn?
Oh, when will they ever learn?
(Pete Seeger)
LNT
[0.033/2014]

Já fui feliz aqui [ MCCCLV ]

Porto de Galinhas
Lisboa/Recife
LNT
[0.032/2014]

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Praxes

Guilhermo M VeraRecuso-me a entrar neste debate insano sobre as praxes académicas. Preferia que o debate se centrasse na ilegalidade, como penso ler no pensamento de Porfírio, apelando ao poder judicial e às forças policiais para que não permitam impunidade a quem comete crimes, muitos deles praticados na praça pública sob o olhar desleixado de quem tem o dever de proteger.

Se é verdade que é ilegal humilhar e seviciar (e é verdade), há que agir em conformidade.

Ponto final.
LNT
[0.031/2014]

Quem nasceu para coelho nunca chegará a lebre

His master voicePassos, reeleito com uma percentagem coreana entre os mínimos que ainda lhe fazem a corte, veio a público informar que o relógio de Portas só serve para medir o tempo que falta para um novo tempo sem eles.

Coelho nasceu politicamente para nos roer a corda e alapou-se em Portas para garantir a toca de onde, escondido, debita loas sobre as vantagens da não ambição.

Foram bem poucos os militantes que nele votaram. Muitos mais fizeram silêncio perante a propositura única e, dos que ainda se disponibilizaram para fazer das urnas um depósito de vontades, muitos lhe disseram que não.

Quando anunciou, na sua declaração de vitória, que o objectivo continua a ser o da mediocridade e da não ambição de transformar a anterior falsa abundância em abundância consistente, preferindo a pobreza, confirmou o poucochinho para que nasceu.
LNT
[0.030/2014]

Da vida

Pista de aterragemA vida tem coisas muito mais importantes do que as coisas da vidinha. Nela há abanões que nos despertam para pequenas notas tão vulgares que as fazem parecer de pouca relevância mas que, no entanto, são o âmago de tudo.

Reconhecê-lo a tempo serve para reposicionar a agulha e corrigir o rumo da navegação. Já o sabia do tempo em que voava por instrumentos e falhava a pista de aterragem por meio grau.

É isto, mesmo que mal explicado, mesmo que mal explícito.

Adelante!
LNT
[0.029/2014]