segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Força José

Escher MobiusTudo leva a crer que se vai realizar mais um Congresso Nacional do Partido Socialista onde José Sócrates não terá oposição.

É da vida! Como pode um Partido fazer oposição ao seu lider se ele é o Primeiro-Ministro? Porque deveria um militante socialista fazer o trabalho que a oposição não quer fazer?

Desta vez serei, pela primeira vez desde que Sócrates se candidata e já lá vai uma década, seu apoiante e eleitor.

Um País que reelege Cavaco Silva na Presidência da República só pode ter José Sócrates como Secretário-Geral do seu maior Partido e, de preferência, coadjuvado por José Lello.
LNT
[0.018/2011]

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

da unidade do Estado

TÍTULO II
PRESIDENTE DA REPÚBLICA

CAPÍTULO I
Estatuto e eleição
Artigo 120.

Definição
O Presidente da República representa a República Portuguesa, garante a independência nacional, a unidade do Estado e o regular funcionamento das instituições democráticas e é, por inerência, Comandante Supremo das Forças Armadas.

Constituição da República Portuguesa
VII Revisão Constitucional (2005)

Pela primeira vez, desde que a República Portuguesa se fez democracia, existe um Presidente que não me representa porque, como votei noutro que não nele, me sinto, tal como os dois outros milhões e tal de portugueses que o fizeram, atingidos pelo ataque que a todos nós dirigiu no seu discurso de vitória.

É o mesmo Presidente que agora anuncia que uma das suas prioridades é a contenção do endividamento externo e que foge ao corte dos vencimentos decretado para todos os “servidores do Estado”, como ele chama aos trabalhadores da administração pública, abdicando do vencimento do cargo para que foi eleito por ter optado por receber mensalmente as pensões acumuladas legais, mas imorais, que detém.


É o mesmo Presidente reincarnado e seríssimo que declarou que, a haver uma segunda volta nas eleições, os juros iriam continuar a subir, e se esqueceu de avisar os "mercados" de que os portugueses prescindiram da segunda volta.


Só para dar por finda a razão das minhas razões quando, durante a campanha eleitoral, defendi que se deveria evitar a reeleição do actual Presidente da República, aqui fica para memória uma rara unanimidade portuguesa.

LNT
[0.016/2011]

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Do medo e outras contas

Já antes não teve medo, quando combateu outros para que o Sr. candidato pudesse agora ter sido eleito Presidente da República. "
LNT
[0.015/2011]

sábado, 22 de janeiro de 2011

Alegremente reflectindo

ChimpazéEstou como a Joana Lopes. Reflectir o quê e para quê? Não tivemos, nestes últimos tempos, mais que tempo para reflectir? Ou reflectimos só em silêncio?

Tratam-nos como se fôssemos miúdos, ou bons alunos, é o que é.

Hoje desci do Porto para Lisboa (descer é uma maneira de dizer, claro, porque a altitude é a mesma) e fiquei impressionado com a portugalidade reflectiva. Nunca se ouviu um País tão silencioso, nem tantos condutores da faixa da direita viciados na da esquerda, como que a tentar impedir que se ande. Deviam estar em reflexão reflectiva.

Que nervos!
LNT
[0.014/2011]

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Juros ao custo de um cavaco

Homem atadoNós percebemos.

Ele convenceu-se que a frase: "do que Portugal precisa é de um novo Salazar" é para levar a sério.

Convenceu-se que se lhe vestisse a pele, mandando as mulheres para o recato do lar dar função ao seu estatuto de dependentes do "chefe de família" e reaprenderem os lavores femininos, dizendo-nos que temos de estar caladinhos, fazendo-se providencial e sábio sem mácula e sem pecado, informando que sem ele será o dilúvio, montando-se na sobranceria ridícula e balofa do dia da raça, injectando o medo, ameaçando com dificuldades e aliciando aqueles a que chama "servidores do Estado", que os portugueses o levariam a sério e projectavam nele aquilo que Portugal precisa. Ele convenceu-se de que é possível andar para trás e que os portugueses estão dispostos a calçar as botas cardadas, para que ele e os seus amigos fiquem com as auto-estradas livres para poderem passear.

Nós percebemos. Ele julga que encarnando a figura de um novo Salazar os portugueses, esquecidos do que eram ao tempo, vão agradecer e dizer-lhe que é disso que Portugal precisa. Ele nunca entendeu que o medo só funciona se meter medo, como o Botas metia com a repressão sobre os insubmissos e incutindo a ideia de que todos são medíocres.

Nós percebemos a ideia e até acreditamos que muitos gostariam de ter um novo Salazar, mas esses muitos nunca voltarão a ser tantos que permitam que a ideia passe.
LNT
[0.013/2011]

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Nevoeiro

PeixesA crise que estamos a viver será sempre menor do que aquela que os nossos filhos viverão se não formos capazes de substituir a apatia e o conformismo pela vitalidade e a resistência ao silêncio, ao determinismo e ao conservadorismo.

É fácil perceber porquê.

A crise actual destina-se a conseguir empréstimos e a dos nossos filhos será para os pagar sem que entretanto se tenham criado condições capazes de gerar os recursos necessários aos pagamentos.
LNT
[0.011/2011]

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Da ganga

Quadro barbeiroNão está fácil a vida para um barbeiro que se mete em andamentos musicais.

Mesmo de ganga não abandono as colaboradoras à sua sorte.
Chegue o tempo de despir a ganga e voltarei à função.

Até já!
LNT
[0.008/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCL ]

Pôr do Sol
Porto Côvo - Alentejo - Portugal
LNT
[0.007/2011]

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O olho do furacão

CicloneSabemos, penso que toda a gente sabe, que Manuel Alegre é escritor.
Sabemos, penso que toda a gente sabe, que os escritores, escrevem.
Sabemos, penso que toda a gente sabe, que os escritos dos escritores podem render-lhes dinheiro, principalmente se forem escritores mundialmente conhecidos, como é o caso de Manuel Alegre.

As livrarias estão cheias de livros, também penso que todos saibam, e os livros são escritos por escritores (alguns não) e vendem-se.

Os escritores escrevem muitas coisas. Todos sabem.

Manuel Alegre foi contratado para, na sua qualidade de escritor, escrever. É normal.
Manuel Alegre foi pago pelo seu trabalho de escritor. É normal.
Manuel Alegre quando soube que o que tinha escrito era para ser usado em publicidade, coisa vedada aos deputados, mandou que essa publicidade fosse retirada. Fez bem, agiu na normalidade.
Manuel Alegre diz que estava convencido que, para além de ter mandado retirar o seu texto literário do circuito publicitário, tinha devolvido o dinheiro que lhe pagaram. Não tinha de o fazer. Ele foi pago para escrever e escreveu. O que tinha que fazer (mandar retirar um seu texto literário do circuito publicitário), fez. Se o dinheiro que devolveu foi levantado ou não, veremos, mas, seja como for, não tinha que o devolver porque foi pago por um serviço que prestou.

Comparar isto com outras coisas de que se tem falado nos últimos tempos, é tentar distrair as atenções de quem tem de nascer duas vezes.
E os desonestos são os outros...
(também publicado aqui)
LNT
[0.006/2011]

Já fui feliz aqui [ DCCCXLIX ]

Água no Alentejo
Água no Alentejo - Vila Nova de São Bento - Portugal
LNT
[0.005/2011]

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Reincarnações

Ana FragaSoa-me estranho quando alguém em política chama desonesto, desonesto consciente, a outro alguém político que mais não fez do que, perante determinados factos comprovadamente verdadeiros, pedir explicações mais concretas.

Soa-me estranho que alguém que já teve todos os cargos que a política pode proporcionar, menos o de autarca, possa falar da "classe política" tentando alijar-se da sua própria condição de político. Soa-me estranho e desonesto, porque é enganador.

Soa-me estranho que um político com responsabilidades de topo goste de considerar "bons alunos" aqueles que dirige. Estranho e paternalista porque os cidadãos não se querem alunos bem comportados, mas cidadãos de pleno direito.

E se é preciso nascer duas vezes para que este estranho deixe de soar estranho, prefiro não reincarnar.
LNT
[0.004/2011]