[0.696/2008]Rosa Rodrigues cor de chumboA educação evoluiu de forma significativa em Portugal. É um facto inegável que hoje há muito mais licenciados que anteriormente, que para exercer o cargo de recepcionista de hotel é necessário ter um curso superior de hotelaria ou similar, que para se ser empregado de balcão num banco é necessário ser-se economista ou gestor, ou que para se ser Deputado é obrigatório ser Dr. ou Eng. e frequentar uma universidade política de verão.
O novo-riquismo insano instalado decreta todos os dias, por intermédio de uma máquina ciente de que o emprego é escasso, que para se ser alguém pouco importa a habilitação profissional e o currículo do saber-fazer, uma vez que se elegeu a habilitação escolar como pedra diferenciadora.
Trata-se de centrar a questão numa escala de comparação com os nossos vizinhos e é incompreensível que um País decente não possa contar nas estatísticas de desemprego com, pelo menos, digamos, uma percentagem de 60% de licenciados. É imprescindível valorizar o nosso universo de mão-de-obra disponível e aumentar o índice de qualificação dos nossos desempregados.
Quem não estiver de acordo com estas metas é retrógrado, está parado no tempo, não apresenta perspectivas de futuro.
Quem não vir uma evolução positiva e significativa na nossa malha educacional e nos métodos de ensino é incapaz de perceber porque é que, sendo hoje a taxa de retenção escolar a mais baixa desde sempre, a de chumbos-de-vida aumenta em sentido inverso.
LNT