sexta-feira, 11 de maio de 2012

Bilhete-postal

à derivaÀ medida que Passos Coelho vai ficando com um ar menos juvenil, Relvas com um ar mais siciliano, Moedas com um ar mais ou menos igual ao que sempre teve e Macedo com um ar mais neo-beato, Gaspar acentua as olheiras ao informar, na casa da democracia, que não é mentiroso nem trapaceiro, revelando a estoicidade necessária para conduzir o navio até aos braços do Adamastor mantendo a pose de quem sabe ler um astrolábio.
De Portas, de Álvaro e das ministras desaparecidas em combate sabe-se estarem de boa saúde porque ainda não foi emitido qualquer boletim médico a informar terem-se finado.

Nós por cá, vamos andando, graças a Deus com saudinha da boa, agora que o frio deixou de nos vestir e o reduzido dos panos se fez moda. Vem aí o Rock in Rio Tejo, coisa anunciada em grande para manter calmos os jovens em trânsito das festanças das fitas para as do êxodo prometido. Estamos felizes, embora o Sol só se veja pelas abertas e o azul seja às riscas.

De resto, nada de novo. Lá vamos empobrecendo conforme decretado, com os fundilhos cada vez mais rotos pela acção do fisco, embora informem que os impostos não aumentam, ociosos como nunca por acção da contradição que exige mais produtividade enquanto extingue a máquina produtiva e mantendo-nos um povo ingrato e ignaro que não reconhece o bem que lhes faz esta dieta de recessão a caminho de uma nova ordem.
LNT
[0.258/2012]

Já fui feliz aqui [ MCXVII ]

Tavira
Tavira - Algarve - Portugal
LNT
[0.257/2012]

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Sobre a velha estorieta da produtividade e flexibilização

Via VerdeSempre que se trata de deitar as culpas para o estado em que estamos, avança, à cabeça, a estorieta da produtividade, do custo dos trabalhadores e da flexibilização.

Nunca esta gente se refere à gestão imbecil que continua a fazer, principalmente quando se trata de grandes empresas e, principalmente, quando falamos de organizações monopolistas.

Vejamos um caso Via Verde:

Todos os que fazemos uso da Via Verde temos esse serviço associado a uma conta bancária. Todos somos clientes fidelizados (que remédio) que pagam, por débito directo e em conta corrente, os serviços que nos são prestados.

Os aparelhos instalados nos nossos automóveis funcionam com uma bateria sem qualquer indicador do seu estado. O alerta para que essa bateria pode estar esgotada é uma luz amarela que se acende ao passar por uma portagem. No entanto, o registo da passagem é efectuado pela Via Verde e o cliente é identificado.

O caso:
Fui notificado para fazer o levantamento de uma carta registada com aviso de recepção na estação de correio da minha zona. Esta notificação decorreu do facto de, no dia X e às tantas horas, não estar alguém em casa para receber o correio, situação normal numa casa onde as pessoas saem para trabalhar. No dia seguinte dirigi-me à estação dos CTT para fazer o seu levantamento. Aberta a carta constatei que continha três páginas (carregadas de ameaças) para me informar que tinha o montante de 2.64 euros para pagar, referente a uma portagem de 0.55 euros e a taxas administrativas no valor de 2.09 euros.

As razões da “infracção” já foram explicadas antes: Um dispositivo da Via Verde (que não tenho forma de monitorizar) montado no meu carro não emitiu um sinal que a Via Verde necessitava para executar um seu procedimento.

A má gestão:
A Via Verde sabe quem eu sou (notificou-me correctamente).
A Via Verde tem uma conta corrente comigo (tenho recebido os extractos mensais dos saques que faz na minha conta).
A Via Verde sabe que fui a uma sua loja fazer a mudança da bateria (já me mandou a factura e o recibo e já sacou o dinheiro respectivo da minha conta bancária).
A Via Verde é incompetente, gere mal os seus interesses.
A Via Verde não respeita os seus clientes.

As consequências:
Perdi uma hora de trabalho para levantar uma carta registada.
Paguei quase cinco vezes aquilo que tinha de pagar por um problema que me foi criado pela própria Via Verde.
Utilizei desnecessariamente os serviços dos CTT.
Utilizei um recurso multibanco absolutamente despropositado (um pagamento insignificante).
A Via Verde gastou mais a notificar-me (em portes e tempo de trabalho) do que aquilo que cobrou.
A Via Verde fez-me gastar todo este tempo em que estou a contar a estória da imbecilidade da sua má gestão e da má qualidade da sua prestação de serviços.
A Via Verde pôs-me de mau humor.
A Via Verde irritou-me e deixou-me com vontade de os mandar para a pata que os pôs.

A simplicidade da solução:
A Via Verde tinha feito este registo na minha conta corrente (tal como faz com todos os outros).
O cliente ficava satisfeito e sem prejuízos adicionais. A empresa ficava com o lucro.

Claro que perdiam a oportunidade de ameaçar, de castigar, de sancionar, de chatear e de amedrontar e sem isso poderiam perder a oportunidade de, um dia, serem Governo de Portugal.

Depois virão estes gestores da treta com as conversas da flexibilização e dos altos custos do trabalho?
LNT
[0.256/2012]

terça-feira, 8 de maio de 2012

Surdinas [ XLV ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Em política, como em quase tudo na vida, não se ganha nem se perde por uma unha negra.

Ganha-se ou perde-se.

As micoses não são para aqui chamadas.
LNT
[0.254/2012]

Hoje estou optimista

(escrito sem rir)

Este é um daqueles títulos que poderão fazer História:

Porque o facto deste PSD querer discutir crescimento com quem quer que seja é o reconhecimento de que se sente pequeno;

Porque, por ser pequenino, este PSD ainda está na fase de querer discutir sem querer negociar.

Há-de chegar o dia em que o título mudará?
Há-de!

Aguardemos que o conceito de bom aluno, passe a significar:
estudioso, sabedor, audaz, criativo e inovador e que o S e o D de PSD voltem a querer dizer social-democrata e não subdesenvolvimento.
LNT
[0.253/2012]

Eco no mia

OvelhaAssim como para se construir uma solução é imprescindível que primeiro se faça o desenho (a análise) da questão para determinar o caminho, a complexidade e a viabilidade da(s) solução(ões), apurando então os recursos necessários e procurando as ferramentas para a construção (se necessário criando-as), também para gerir um País é forçoso seguir estes passos.

Os economistas que têm estado ao serviço das soluções nacionais parecem desconhecer esta regra. Agarram-se à primeira ferramenta que lhes aparece, interessam-se pouco com os recursos, raramente fazem a análise de risco ou se a fazem não perdem tempo com os planos de mitigação e, ou quando já nada mais têm para fazer sem ser falar se transformam em tremendistas-catastrofiscas, ou aparecem como paladinos do bem-avisei.

A sua inconsequência resulta sempre em consequência maligna para todos nós que, apesar do tremendismo, ainda não morremos como nos decretam há anos nem padecemos com o mal das boas e más moedas.

Será sempre assim enquanto à política não competir a política e enquanto a política e o pensar não forem mais do que o "deve e haver" construído pelo irracional e pela margem de lucro.

Sempre se soube que o pior mal dos economistas é não serem gestores, gente de projecto ou gente com projecto (já nem falo de sensibilidade social senão ainda me acusam de desconhecer (o que é verdade) os gurus da coisa). Têm ideia de que, se se for por ali, vai-se a algum lado e quando deixam o rebanho despenhar-se no precipício culpam sempre as ovelhas.
LNT
[0.252/2012]

Já fui feliz aqui [ MCXV ]

Murtosa
Bico das Lulas - Murtosa - Portugal
LNT
[0.251/2012]