terça-feira, 25 de setembro de 2012

Fingidores

MagritteA estoria da TSU vai servir de bode expiatório para o assalto radical aos bolsos dos contribuintes. Esta gente sempre foi expedita em golpadas de engano para levar avante os seus intentos. Apresenta primeiro o pior para depois impor o muito mau.

A cobardia com que normalmente esconde a ideologia caracteriza a acção:

Foi assim quando, alinhados com o Presidente da República, fizeram acreditar que era necessário recorrer à Troika depois de terem chumbado as alternativas já negociadas com os nossos parceiros europeus. A culpa ficou para o Governo anterior;

Foi assim quando avançaram com o assalto inconstitucional e iníquo para convencerem que tinham de assaltar todos. A culpa ficou com o Tribunal Constitucional;

É agora assim para a estucada final. A culpa fica com o povo português que se pronunciou na rua e com o Conselho de Estado que os fizeram recuar no cavalgar do empobrecimento fanático que pôs Portugal a trote.

Cada um destes subterfúgios produziu mais saque para disfarçar de incompetência os intuitos ideológicos duma extrema-direita camuflada de laranja que ambiciona destruir a veleidade de querermos ser europeus.

Pedro Passos Coelho é o testa-de-ferro que lança esta porcaria na ventoinha. Quanto mais ela se espalha mais a nossa pele parece não conseguir viver sem o seu perfume.

Paulo Portas continua a fazer o que sempre fez. Joga ao toca-e-foge, faz de caixeiro-viajante para fingir que não vê, trai e mente de igual forma como o faz Coelho, mas bate-o em dissimulação e em fingimento.

As televisões blindadas com vendedores de banha-da-cobra distraem remetendo para trás aquilo que é da exclusiva responsabilidade deste governo (que é resolver a questão) e desfraldam o trapo da oposição incutindo a ideia que é a ela que compete fazer aquilo que é obrigação do poder.

E todos os dias encolhemos, ficamos mais pobres, menos europeus e mais desiguais.
LNT
[0.447/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXXXIV ]

Formiga
Formiga - Portugal
LNT
[0.446/2012]

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Substituir a TSU, para quê?

LenhaEnquanto não reúne o Grupo de Trabalho para os Estudos sobre as Matérias do Pote e para a Arbitragem da Traulitada Acéfala (GT EMPATA) para medular (percorrer a medula) esta espécie de coisa nenhuma em que se transformaram o governo e a coligação que o suporta, um bando de melcatrefes suportado num comité de técnicos de contas medíocres cuja única missão é substituir direitos por caridade em nome de uma ideologia radical, guincha aos quatro ventos que é tempo da oposição apresentar medidas alternativas à javardice da TSU.

Sabendo-se que a prioridade é combater o défice e que a chamada TSU não produzia qualquer efeito nesse combate, a alternativa é, pura e simplesmente, abandonar aquela ideia peregrina.

Sei que dirão que, no Estado, ao passarem encargos da entidade patronal para os trabalhadores, a despesa do OE diminui, mas isso é só uma máscara para transferir milhões dos bolsos dos trabalhadores para o bolso dos patrões (no privado) uma vez que o anúncio dos cortes dos subsídios no público estava feito e que a única forma de paridade reside no saque aos privados, ao património e ao capital, da parte equivalente ao confisco decretado para o público.

O GT EMPATA deveria saber isso, deixar-se de faits-divers e burilar as arestas do liberal-fundamentalismo. Aguarda-se que o conselho geriátrico de estado venha a ser eleito como bode expiatório, tal como anteriormente já outros foram, incluindo o Tribunal Constitucional.
LNT
[0.445/2012]

No tempo em que Macedo falava

FormigaNo tempo em que os animais falavam, Esopo (diz-se) escreveu a fábula da Cigarra e da Formiga para demonstrar que quem canta, em vez de trabalhar, acaba por ter problemas graves.

Sabemos hoje que a coisa não é bem assim. Há quem nunca tenha trabalhado e por isso nunca tenha problemas quando o trabalho falta e há quem sempre tenha trabalhado e tenha visto o resultado do seu trabalho desaparecer pela voracidade dos inúteis.

Devido a esta constatação atrevo-me a pegar na fábula do grego e a dar-lhe a volta para a fazer mais consentânea com a realidade:
Tendo as cigarras cantado durante o verão sem nunca terem feito algo de útil, resolveram aninhar-se num Partido que as guinasse ao poder através de cantatas enganosas.

Chegada a altura do aperto, as cigarras espertalhonas tomaram as rédeas do reino animal e distribuíram, entre si, os resultados do esforço das formigas. Uma cigarra foi para Primeiro-Ministro, outra para a gestão de uma empresa pública, outra para directora de uma empresa das formigas que foi privatizada e outra ainda (abreviando para que esta fábula tenha fim), de seu nome Miguel Macedo, tomou posse da chibata que comanda as formigas-guerreiras para que elas defendam as outras cigarras enquanto chafurdam no pote construído com suor e lágrimas pelas formigas.
Como em todas as outras fábulas também nesta se retira uma conclusão moralista:
Quem se deixa governar por inúteis e aldrabões
ficará sem os seus tostões.
LNT
[0.444/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXXXIII ]

Ilha do Pessegueiro
Ilha do Pessegueiro - Alentejo - Portugal
LNT
[0.443/2012]

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Crie-se um GT

Here and thereSó uma questão porque hoje estou muito ocupado e com o neurónio despenteado.

O conselho coordenador da coligação é um órgão, uma task force, uma associação recreativa, um grupo folclórico, um serviço de catering, um bar de alterne, um ringue de boxe, ou uma escola de samba?
LNT
[0.445/2012]

Epístolas ao acaso [ I ]

Isósceles(registado isoscelestemente - congruente)

Quando postulámos que as meninas seriam felizes se se casassem com quem quisessem e se pudessem dar bom uso ao botãozinho, estávamos certos. Esquecemo-nos, no entanto, que tal arranjo implicaria um outro rearranjo essencial: a solidão teria de ser a alavanca. Se queremos sossego para nos masturbarmos não podemos esperar aplausos.

Filipe Nunes Vicente
Amor e Ódio

LNT
[0.444/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXXXII ]

Talvez - Abrunhosa - Portugal
LNT
[0.443/2012]

Surdinas [ LVIII ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

O que poderão os Conselheiros de Estado, no estado em está o Estado, devido a quem lhes pede conselhos?
LNT
[0.442/2012]

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Da masturbação

Mão estacaAinda não consegui entender muito bem o que saiu destas duas semanas de marmelada entre o Psd e o Cds.

Sempre me quis parecer que se tratava de uma questão relacionada entre a teoria de andar à chuva sem se molhar, por um lado, e a de despencar a mioleira de quem engendra modelos teóricos contra uma ventoinha, por outro.

Um pouco radical, pensará quem desse lado está a apanhar com o que sobra da merda das teorias desta gente, mas que a coisa fede, fede e mais que feder, ...-nos.

Eles aí estão, aos beijos e carinhos, dizendo que não, dizendo que coiso e tal e tal e coiso, que aquilo que disseram não foi bem interpretado, convencidos de que a masturbação é o acto supremo para atingir a satisfação.

E as eleições que se lixem! Os eleitores que sobram, também!

Cínicos, aldrabões e dissimulados.
LNT
[0.441/2012]

Não podemos ser cínicos

GilletteCom a cínica observação de que não podem ser cínicos, os cínicos que formam este Governo meteram os Partidos ao barulho para resolverem as questiúnculas que Pedro Passos Coelho e Paulo Portas não conseguem resolver como membros do Governo. Amaçando a farinha do mesmo saco com a dos aparelhos partidários, talvez a coisa se componha de maneira a renovar o acordo político da coligação.

Ficamos todos mais descansados por saber que vem aí uma mexida no executivo para fazer de conta que alguma coisa se alterou e ficaremos todos mais contentes quando pudermos ver Coelho e Portas a abraçarem-se de novo nas televisões. As câmaras farão esconder os coletes à prova de faca que eles levarão vestidos por baixo dos casacos.

Como palpite de barbeiro (aceitam-se apostas) o Álvaro Natas, a Cristas Santas e mais uma catrefada de Secretários de Estado, de assessores e adjuntos devem ser atirados para a ventoinha. Embora se fale que o beato da Saúde possa ir rezar para o Terreiro do Paço deixando que Gaspar regresse lentamente ao seu refúgio europeu, não parece que o Ministro Wolfgang esteja pelos ajustes e, como a ideia é continuar na senda dos meninos cábulas que conseguem, pela graxa, ganhar o estatuto de bons alunos, Vítor continuará a ver partir do Cais das Colunas navios movidos pela mão de obra barata agrilhoada aos remos.

Não podemos ser cínicos, he said!
LNT
[0.440/2012]

Já fui feliz aqui [ MCLXXXI ]

Estoril
Estoril - Portugal
LNT
[0.439/2012]

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Surdinas [ LVII ]

Mosca(baixinho para que ninguém nos ouça)

Portugal, em vez de exportar maçãs para obter receitas, passou a dar graciosamente as macieiras ao exterior depois de as ter semeado, estrumado, podado e regado até serem frondosas.

Onde é que isto se lê? Nas beiças de um governo que manda emigrar uma juventude formada à custa do esforço nacional.

No que é que isto resulta? Na perda imediata de receitas, na futura falta de maçãs e, o mais grave, na desertificação dos campos onde só há macieiras que já deixaram de ter possibilidade de gerar novas flores.
LNT
[0.438/2012]

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Adriana e Sérgio / Bobi e Rex

Não consigo verter uma lágrima comovida com a estória da Adriana e do Sérgio. Faz-me lembrar outros relatos mais terra-a-terra onde pais e filhos morrem em barricadas opostas numa das muitas guerras civis que por aí andam.

Os brandos costumes e o romantismo - a pieguice, em suma - podem ser empolgantes e enternecedores, ouviste Pedro?

Adriana e Sérgio

Imagens melhores que "natas" enchem as primeiras páginas embora o instante só tenha durado o tempo em que o diabo esfregou um olho, o guarda baixou a viseira e a miúda de artes apanhou o cabelo. O flash estava no ar.

Adriana e Sérgio

Já me comove mais a Bóbi manifestante a regatear ao Rex, rottweiler polícia, a árvore que lhe estava vedada.

Adriana e Sérgio

Explica melhor o que os fazia ali estar.

Fotos daqui e dali.
LNT
[0.437/2012]
Republicado depois de ter tido a ajuda para localizar a imagem da Bóbi/Rex. Agradecimentos aos pisteiros e aos autores

Casa dos Segredos

CanoagemDizia ontem António José Seguro que aquilo que se passa no Conselho de Estado, morre no Conselho de Estado.

Concordo frequentemente com Seguro e também é assim desta vez, embora tenha um mas…

Tudo o que lá se passa, lá morre. Sem dúvida.

Mas o que muitas vezes acontece é que, quem foi ao funeral, aproveita a Missa de Sétimo Dia para fazer o elogio fúnebre.
LNT
[0.436/2012]