terça-feira, 26 de novembro de 2013

Os homens também choram

Gostei de ver a humanização nos olhos de um castrense.

Embora dispensasse a evocação da intervenção divina, até por ela ser omnipresente por definição, fez sentido ouvir o comando de ordem unida proferido em tempo de voz embargada:

"A sociedade não deve ser terreno de exclusão"
LNT
[0.462/2013]

Fulminantes

Candeeiro petróleoNão sendo daqueles que acham que a tropa é a grande escola da vida, reconheço que ela ajudava muito na criação de lastro para a vida.

Saber manejar uma arma é muito mais útil para quem é atacado do que para quem ataca e dessa sabedoria faz parte o ensinamento de que só se empunha uma arma se se estiver disposto a usá-la.

É por isso que, ao ver cada vez mais gente com armas de alarme na mão, cresce a preocupação com uma resposta de fogo real dado que as imitações de armas são hoje tão fidedignas que, a quem se defende, só é possível entender se são de pólvora seca depois de eliminar quem as mostra.

Nada temam, isto é só um exercício de escrita de quem aprendeu estas coisas básicas fora da escola e sabe que a escola, sendo uma coisa boa para ensinar teorias, falinhas-mansas e boas-maneiras, ensina pouco sobre a crueza da vida.
LNT
[0.461/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCCXXVII ]

Hermitage
Hermitage - Palácio da Ajuda - Lisboa - Portugal
LNT
[0.460/2013]

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

4 abordagens presidenciais

Escadas rolantesPosta a questão sobre as causas que levaram ao sobressalto da Aula Magna:

António Costa: "em condições normais, Mário Soares não teria de se tirar dos seus cuidados para estar na liderança e na mobilização de uma iniciativa deste tipo. O facto de ter de fazer também representa um grande vazio de iniciativa política, onde porventura devia existir, designadamente por parte do PS"

Marcelo Rebelo de Sousa: "este tipo de iniciativas, como a que aconteceu na Aula Magna promovida por Soares ou a homenagem de amanhã a Ramalho Eanes só acontecem porque em Portugal, atualmente, não há referenciais de estabilidade.
O Governo é uma nulidade política e o Presidente da República faz o que pode".

José Sócrates – Devido ao cargo de direcção que ocupou no Partido Socialista abstém-se, por sistema, de comentar a vida interna do PS (mesmo sendo um comentador residente no canal do Estado).

António Guterres – Devido às funções que desempenha não comenta a vida política portuguesa.

Sobre a terceira e a quarta opinião ficamos conversados:
Guterres não está na peleja, como já afirmou repetidas vezes sempre que o quiseram usar para jogadas políticas (como por exemplo dizendo que há três nomes para dois cargos – leia-se: a intrigalhada palaciana de fazer crer que Seguro não está seguro porque Costa não concorrerá a Presidente da República caso Guterres avance, ou como, p.e., quando o anunciaram como candidato presidencial para subirem as escadas do Rato, mesmo sabendo que ele não seria concorrente a Belém).
Sócrates não está, pelo menos para já, na senda do Largo do Rato. O caminho faz-se caminhando e ainda é tempo de caminhar.

Sobre a segunda opinião já estamos conversados há muito tempo.
Marcelo não reconhece referências de estabilidade nos poderes instituídos. Nem no Governo, porque este é uma nulidade política, nem no Presidente da República porque não a consegue atingir. Só ele, Marcelo, é o desejado. Não regressará de al-qasr al-kebir porque para lá nunca partiu, mas ambiciona a escadaria do Cais das Colunas nadando contra a corrente do Tejo.

Sobre a primeira opinião nunca consigo acertar a conversa.
A eleição de Costa como Presidente da República será o regresso de um Presidente à magistratura da Nação. É importante que assim seja para que o Tribunal Constitucional volte a ser um órgão de desempate e deixe de exercer a função de mais alto magistrado da Nação.
Mas é igualmente importante que António Costa não se deixe cair na tentação de continuar com um pé dentro e outro fora da sala de música do Palácio da Praia.

Costa vale por si, não precisa de fazer demagogia para se manter na crista da onda. Ele sabe muito bem que uma iniciativa como a do sobressalto da Aula Magna nunca poderia ter o PS como promotor porque “as esquerdas” (e “outra(o)s”) nunca se reuniriam na mesma sala sob a batuta de uma delas.

Adelante!
LNT
[0.459/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCCXXVI ]

Barcelos
Casa Nuno Álvares Pereira - Barcelos - Minho - Portugal
LNT
[0.458/2013]

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

À margem do Estado de direito

ParemA nossa troika (Coelho/Portas/Silva) ainda não entendeu que o que a distingue da outra é o facto de ter sido eleita. Ao contrário da troika internacional que "está lá" por direito divino, esta "está cá" por direito eleitoral e tem de responder perante os cidadãos e perante a Constituição que lhes permitiu cá estar.

Se não gostam da Constituição, alterem-na. Se não têm legitimidade suficiente para a alterar vão busca-lo às urnas. Se não conseguem convencer os eleitores a mudar de opinião quanto à validade da Constituição e aos seus preceitos, demitam-se.

Cumpram com as Leis deste País porque se o não fizerem não têm o direito de exigir que os cidadãos que vos elegeram cumpram as Leis a que estão obrigados e, principalmente, anotem que esses vossos malditos comportamentos ilegais estão a forçar o aparecimento de ilegalidades de contraposição.

Quando o Estado de direito não é respeitado pelos detentores do poder os cidadãos passam a dispor do direito de demitir o poder por todos os meios, incluindo aqueles sobre os quais o direito não dispõe.
LNT
[0.457/2013]

5 - Blogoditos - 5 [ VII ]

Blogs
Um Regime Político está morto quando o Estado perde capacidade de encontrar salvação para o País que serve. Eis o que sucede à democracia partidária desta segunda República, dominada pelo rotativismo partidário de um bloco central de interesses, afinal o regime saído do 25 de Abril quando ele se estabilizou após o 25 de Novembro. Eis a repetição da história da primeira República que desembocou no 28 de Maio.
Ante isto, esta miséria e este vazio, só a Nação chamando a si, com a legitimidade de oitocentos anos de História, a condução dos seus destinos, em nome da Pátria dos portugueses, numa bela e que seja magnífica madrugada.
José António Barreiros

Considero excessiva a campanha anti-Pepsi que anda a correr por aí nos media e nas redes sociais. Até porque, é de prever, muitos desses activistas não hesitarão em beber umas Pepsis quando a empresa começar a distribuir a bebida gratuitamente, numa tentativa de evitar danos mais graves com o episódio CR7.
É que esta coisa do marketing não é para brincadeiras (e nunca se falou tanto da Pepsi, não é?)
João Espinho

vemos que, em 3 anos, as medidas de consolidação em Portugal – um país onde o peso da procura interna no PIB é superior, sendo por isso mais vulnerável aos efeitos recessivos da redução de despesa - atingiram quase €24 mil milhões, não muito longe do dobro do esforço irlandês. Se o ajustamento foi "violentíssimo", não sei bem como qualificar o português.
Hugo Mendes

Ontem «apanhei» a manifestação das polícias confederadas no Largo de Camões. Desde o início que foi uma grande manifestação. O trânsito foi oportunamente desviado com critério, o que não impediu a terceira-idade de subir a pé o espinhaço da colina que liga o Chiado ao Príncipe Real, dada a ausência de transportes públicos. Depois de ter ido ao lançamento do excelente livro com as reproduções dos «Quartos imaginários» de Nikias Skapinakis, ao qual cheguei atrasado pelos motivos conhecidos, regressei a casa numa Lisboa que ainda se amontoava de carros em fila. Vi pela televisão a cena da transposição, sem resistência e sem violência, das barreiras de segurança da AR. Houve a vontade dos manifestantes transgredirem durante uns minutos. Mas tudo se passou num clima de livre-trânsito corporativo.
José Medeiros Ferreira

Houve um "patetoide" que um dia tentou achincalhar-nos e dividir-nos. Teve ontem a resposta. A "geração grisalha" apesar dos anos passados ainda está presente para defender aquilo que conquistou para o seu país. Uma geração que apenas tem uma pátria que se chama Portugal, que não se chama nem Mercado nem Capital. Uma geração de valores intrínsecos gerados na luta contra um estado autoritário que, parece haver alguns, ainda por ele anseiam. Pobres tristes. Ainda não aprenderam que "Roma não paga a traidores".
Miguel Coelho
5 - Blogoditos - 5 é uma rubrica de 6ª Feira que transcreve citações interessantes de cinco autores de Blog em cada semana.
LNT
[0.456/2013]

Já fui feliz aqui [ MCCCXXV ]

Aqueduto das Águas Livres
Aqueduto das Águas Livres - Lisboa - Portugal
LNT
[0.455/2013]

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Gambiarra de estrelas led [ I ]

Greve de Natal

Diz a Helena Araújo que descobriu um nicho de mercado na exploração do ramo comercial de flores em segunda mão. Aqui para nós, quer-me parecer que desde que ela arranjou um consultor criativo ruivo de quatro patas, refinou substancialmente o seu bom humor já anteriormente reconhecido.

O empreendorismo dos nossos expatriados tem destas coisas. Vejo na capa da Visão desta semana (juro que a publicidade não foi paga) que os nossos jovens espalhados por esse Mundo de Deus brilham em inventiva e escancaram as portadas à criatividade.

O negócio de flores em segunda mão é claramente um destes casos até porque a garantia de sucesso se baseia no princípio do mínimo esforço para obtenção de máximo rendimento.

Tomemos atenção ao seguinte case study:
Uma dona de casa (adoro a expressão) dá um jantar. Os convivas apresentam-se à porta com aquele ar de quem está sempre pronto para dificultar as tarefas dos outros e trazem na mão lindos ramos de flores que, não só atrapalham quem os recebe, como criam um caldo imenso de perturbação logística uma vez que as jarras que se pretendiam ter na sala já estão compostas e os espaços onde se pretendia ter flores já estão ocupados. Resta a banheira da “suite” (por estar num espaço reservado).

No dia seguinte toda esta matéria-prima, já preparada e embalada, só precisa de um funcionário para ser despachado no mercado. Ao contrário dos vestidos das senhoras nada haverá a obstar a que seja usado pelos mesmos personagens do dia anterior.

Deseja-se à Helena as melhores venturas no negócio. Isso e, como já passa do dia 15 de Novembro, que tenha festas felizes e excelente 2014.
(Não me apetece fazer concurso de Natal em 2013. Este ano viro-me para o comentário a textos recentemente publicados por cada um dos meus mais fiéis concorrentes dos anos anteriores. É um risco imenso, sei, mas é igualmente a forma que tenho de agradecer os escritos que leio ao longo do ano e a oportunidade de me habilitar a receber as prendas que foram prometidas em anos transactos sem que nunca me tenham sido enviadas)
LNT
[0.454/2013]