Posta a questão sobre as causas que levaram ao sobressalto da Aula Magna:
António Costa: "em condições normais, Mário Soares não teria de se tirar dos seus cuidados para estar na liderança e na mobilização de uma iniciativa deste tipo. O facto de ter de fazer também representa um grande vazio de iniciativa política, onde porventura devia existir, designadamente por parte do PS"
Marcelo Rebelo de Sousa: "este tipo de iniciativas, como a que aconteceu na Aula Magna promovida por Soares ou a homenagem de amanhã a Ramalho Eanes só acontecem porque em Portugal, atualmente, não há referenciais de estabilidade.
O Governo é uma nulidade política e o Presidente da República faz o que pode".
José Sócrates – Devido ao cargo de direcção que ocupou no Partido Socialista abstém-se, por sistema, de comentar a vida interna do PS (mesmo sendo um comentador residente no canal do Estado).
António Guterres – Devido às funções que desempenha não comenta a vida política portuguesa.
Sobre a terceira e a quarta opinião ficamos conversados:
Guterres não está na peleja, como já afirmou repetidas vezes sempre que o quiseram usar para jogadas políticas (como por exemplo dizendo que há três nomes para dois cargos – leia-se: a intrigalhada palaciana de fazer crer que Seguro não está seguro porque Costa não concorrerá a Presidente da República caso Guterres avance, ou como, p.e., quando o anunciaram como candidato presidencial para subirem as escadas do Rato, mesmo sabendo que ele não seria concorrente a Belém).
Sócrates não está, pelo menos para já, na senda do Largo do Rato. O caminho faz-se caminhando e ainda é tempo de caminhar.
Sobre a segunda opinião já estamos conversados há muito tempo.
Marcelo não reconhece referências de estabilidade nos poderes instituídos. Nem no Governo, porque este é uma nulidade política, nem no Presidente da República porque não a consegue atingir. Só ele, Marcelo, é o desejado. Não regressará de al-qasr al-kebir porque para lá nunca partiu, mas ambiciona a escadaria do Cais das Colunas nadando contra a corrente do Tejo.
Sobre a primeira opinião nunca consigo acertar a conversa.
A eleição de Costa como Presidente da República será o regresso de um Presidente à magistratura da Nação. É importante que assim seja para que o Tribunal Constitucional volte a ser um órgão de desempate e deixe de exercer a função de mais alto magistrado da Nação.
Mas é igualmente importante que António Costa não se deixe cair na tentação de continuar com um pé dentro e outro fora da sala de música do Palácio da Praia.
Costa vale por si, não precisa de fazer demagogia para se manter na crista da onda. Ele sabe muito bem que uma iniciativa como a do sobressalto da Aula Magna nunca poderia ter o PS como promotor porque “as esquerdas” (e “outra(o)s”) nunca se reuniriam na mesma sala sob a batuta de uma delas.
Adelante!
LNT
[0.459/2013]
António Costa: "em condições normais, Mário Soares não teria de se tirar dos seus cuidados para estar na liderança e na mobilização de uma iniciativa deste tipo. O facto de ter de fazer também representa um grande vazio de iniciativa política, onde porventura devia existir, designadamente por parte do PS"
Marcelo Rebelo de Sousa: "este tipo de iniciativas, como a que aconteceu na Aula Magna promovida por Soares ou a homenagem de amanhã a Ramalho Eanes só acontecem porque em Portugal, atualmente, não há referenciais de estabilidade.
O Governo é uma nulidade política e o Presidente da República faz o que pode".
José Sócrates – Devido ao cargo de direcção que ocupou no Partido Socialista abstém-se, por sistema, de comentar a vida interna do PS (mesmo sendo um comentador residente no canal do Estado).
António Guterres – Devido às funções que desempenha não comenta a vida política portuguesa.
Sobre a terceira e a quarta opinião ficamos conversados:
Guterres não está na peleja, como já afirmou repetidas vezes sempre que o quiseram usar para jogadas políticas (como por exemplo dizendo que há três nomes para dois cargos – leia-se: a intrigalhada palaciana de fazer crer que Seguro não está seguro porque Costa não concorrerá a Presidente da República caso Guterres avance, ou como, p.e., quando o anunciaram como candidato presidencial para subirem as escadas do Rato, mesmo sabendo que ele não seria concorrente a Belém).
Sócrates não está, pelo menos para já, na senda do Largo do Rato. O caminho faz-se caminhando e ainda é tempo de caminhar.
Sobre a segunda opinião já estamos conversados há muito tempo.
Marcelo não reconhece referências de estabilidade nos poderes instituídos. Nem no Governo, porque este é uma nulidade política, nem no Presidente da República porque não a consegue atingir. Só ele, Marcelo, é o desejado. Não regressará de al-qasr al-kebir porque para lá nunca partiu, mas ambiciona a escadaria do Cais das Colunas nadando contra a corrente do Tejo.
Sobre a primeira opinião nunca consigo acertar a conversa.
A eleição de Costa como Presidente da República será o regresso de um Presidente à magistratura da Nação. É importante que assim seja para que o Tribunal Constitucional volte a ser um órgão de desempate e deixe de exercer a função de mais alto magistrado da Nação.
Mas é igualmente importante que António Costa não se deixe cair na tentação de continuar com um pé dentro e outro fora da sala de música do Palácio da Praia.
Costa vale por si, não precisa de fazer demagogia para se manter na crista da onda. Ele sabe muito bem que uma iniciativa como a do sobressalto da Aula Magna nunca poderia ter o PS como promotor porque “as esquerdas” (e “outra(o)s”) nunca se reuniriam na mesma sala sob a batuta de uma delas.
Adelante!
LNT
[0.459/2013]
5 comentários:
Listagem de "sapos"? Só estes?
Cadê os outros?
Também em termos de presidenciáveis isto não se afigura promissor.
Quanto ao Mário Soares ainda me lembro do que ele fez quando cá veio o FMI da outra vez...
Meu amigo barbeiro, não está a ver tudo:
1) Costa não perde uma oportunidade de criticar AJS e até faz dó. Além disso tem havido uma guerrilha interna e subterrânea com epicentro em Sócrates e em que Costa não é alheio. A 1ª fase da guerrilha Seguro tem aguentado bem. Atenção à ANMP. Ouvi ou li não sei onde que AC e Rui Moreira não compareceram. Parece-me que nas negociações antes, Costa e JS foram comidos. Veremos..
2) Sócrates disse mais coisas, veja de novo os minutos finais. Uma tremenda hipocrisia sobre não comentar a liderança do PS. Disse e repetiu a frase" Não comento por respeito a mim próprio" (??)
E em seguida sobre tensões no PS, disse que ele não tinha nada, e é normal que as divergências não se tratem só no interior e serem públicas. Pronto deu o tiro de partida para nova fase das hostilidades. Já notei qq coisa, na página Facebook AJS(Carta aberta a AJS a pedir a AJS que abdicasse em favor de alguém + competente como AC). A coisa era tão grosseira que apareceram comentários. Eu própria entrei na conversa fazendo pontaria o essencial e tive respostas completamente tontas. No dia seguinte voltei e procurei criteriosamente os Post e tinha sido tudo apagado.
3) Uma tese Sócrates não quer a PR, não "quer depender do favor popular"(?), como disse. Estão quer o quê? Quer destruir AJS, odeia-o e quer em SG alguém mais próximo. Costa servia e não podendo contar com AC já escolheu PSP que já avançou mas o avanço foi frustrado. Andou tb a fazer campanha a PM no facebook de AJS, durante 2 meses, diariamente até que lhe foi cortado o pio. Estou certa que vai acontecer qq coisa. Os Blogs CC e comentários de Aspirina B são um mimo. Então o que quer Sócrates e tem pressa, ser indicado pelo futuro governo PS para comissário europeu. CERTINHO,certinho. Mário Soares como disse João Soares está no fulgor da juventude, e tem-se enganado muito ultimamente, mas tem feito panelinha com Sócrates.
Qual tem sido o problema? Seguro é um osso mais duro de roer do que previram está a rejuvenescer de alto a baixo PS. Os Estatutos, as eleições para as concelhias, e tb nas autarquicas emergiu uma nova geração de socialistas, muito importante QQ seja SG. Mas agora esse SG é António José Seguro, que não é nada tonto. Quanto a Guterres, assistimos a um Lançamento livro Relvista, para comprometer Guterres. Guterres será mesmo candidato, porque AJS via pedir-lhe e Guterres nunca lhe dirá não. Têm cumplicidades antigas e Guterres está em dívida com AJS. Isto sou eu a dizer, mas tão certo como 2+2 serem 4 na base 10.
Isto tem aspectos muito feios. Tem mas é a vida. O que mais me indigna é que não se incomodem de fragilizar/dificultar a vida ao PS. Desculpe estas tretas, mas ando a ver este filme e é demais para o meu gosto.
Estou de volta. Posso ser uma chata, mas não lunática:
No Google José Sócrates facebook, procure Hirondino Isaías carta aberta...
Um mimo. Ontem estava no facebook de AJS
Cara anónima (julgo ser assim)
Não é meu costume dar resposta a anónimo(a)s porque quando dialogo gosto de saber quem é o meu interolocutor(a). Princípio meu, embora com algumas excepções e esta será uma delas.
No ponto 1 – Costa parece-me ser (conheço-o há mais de 30 anos) um tipo que não anda aqui a ver os comboios passarem. Parte do princípio que a sua opinião é válida e que tem apoio, princípio já comprovado desde o tempo em que fazia levantar Congressos Nacionais, ainda só como dirigente da Juventude, e mais recentemente validado pelas urnas de Lisboa. Isto faz com que ele não seja “alheio” a nada do que se passa dentro do PS (como você salienta no seu comentário) mas não o põe obrigatoriamente ao lado da “guerrilha interna e subterrânea com epicentro em Sócrates”. Quanto à ANMP concordo que é necessário haver atenção mas não vejo onde alguém possa ter sido “comido”.
No ponto 2 – Também eu, como é fácil entender por tudo o que tenho escrito ao longo dos tempos, não sou um grande admirador do estilo Sócrates. Penso que ele cometeu graves erros de trajecto e principalmente de escolhas, embora reconheça muito de positivo no seu desempenho como Primeiro-ministro. Creio que aquilo que ele tentou fazer para enfrentar a crise internacional teria sido muito mais favorável para todos nós do que a entrada da troika imposta pelo Presidente da República e por todos os Partidos da oposição (CDS/PSD/Verdes/PCP/BE).
Dito isto, desta vez estou completamente de acordo com ele quando diz que “as divergências não se tratem só no interior” porque na realidade em que vivemos, a forma de tratamento destas coisas extravasa o “interior”. Veja-se este nosso diálogo que está a ser feito no espaço público. Quanto ao tal texto publicado no FB não lhe dou especial importância. A liderança do PS é decidida por votos no seu interior e estas coisas, como a tal carta de um militante, são meras manobras de diversão.
No ponto 3 – Mário Soares não é mais nem menos do que sempre foi. Faz aquilo que lhe apetece e sobra-lhe tempo. Mais agora que nada tem a perder.
Quanto a Guterres acredito (também o conheço há muito) que não está interessado em fazer mais política. Saiu magoado e não está na disposição de fazer fretes, ainda por cima porque o que ele está a fazer nas Nações Unidas é uma missão de vida que ele desempenha com o máximo agrado.
Quanto a Sócrates. Estou realmente convencido que tem por objectivo conseguir um lugar de relevo na política internacional que não o sujeite a escrutínio nacional. Estou também convencido que anda na fase do ajuste de contas e, como é esperto, sabe que esse ajuste não se faz com quem lhe pode vir a proporcionar o tal salto para a ribalta internacional.
Esta é claramente uma versão muito simplificada daquilo que observo porque só estamos a falar de interesses pessoais e a relegar o colectivo e a ambição do poder para poder fazer, mas serve de comentário ao seu comentário.
Abr.
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